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Os Veículos Turbo Alimentados

Por:   •  24/2/2024  •  Resenha  •  969 Palavras (4 Páginas)  •  50 Visualizações

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Todo mundo que tem algum contato hoje com o mundo automotivo, seja por meio de pesquisas para a escolha de um carro novo, ou simplesmente porque gosta e acompanha as novidades do mercado, já deve ter se deparado de alguma forma com esses motores cada vez menores e mais potentes, motores de apenas três cilindros no lugar dos tradicionais quatro cilindros que estamos acostumados e o fato desses motores serem produzidos com sistemas turbo alimentados “de fábrica”, equipamento esse que até pouco tempo atrás só era disponível em modelos de alta performance com altos valores de mercado.

Para entendermos esse conceito de “Downsizing”, como é chamado esse movimento, primeiro vamos conhecer melhor os motivos que levaram as montadoras do mundo inteiro a seguir com essa tendência.

Ao longo dos anos, foram criadas legislações para o controle de emissões de poluentes para veículos equipados com motores a combustão interna, limitando consideravelmente a emissão de CO2 (dióxido de carbono) nos gases que saem pelo escapamento, o que está diretamente ligada à quantidade de combustível que é queimada durante essa combustão, já que quanto maior o motor, mais combustível ele precisa para funcionar. Além disso, temos também a tributação, alguns países aplicam maiores tributos à carros que são mais poluentes.

Ok, já temos um bom motivo, agora ficou fácil, vamos tirar os motores de quatro cilindros maiores e colocar motores 1.0 de três cilindros e tudo certo! Seria ótimo, mas está muito longe de ser tão fácil.

Os motores tradicionais são aspirados, ou seja, o movimento de decida do pistão dentro do cilindro é o responsável por “puxar” a mistura de ar e combustível para dentro do motor e completar o processo de combustão. Para entender melhor, imagine uma seringa comum dessas compradas em farmácia, segure em seu corpo tubular com uma das mãos e com a outra puxe o êmbolo para que seu interior se encha de ar, em um motor de quatro cilindros por exemplo, teremos todos eles trabalhando dessa forma, em momentos diferentes, criando uma aspiração contínua, que varia sua intensidade de acordo com a rotação do motor.

Acontece que a quantidade de ar e combustível admitida por esse motor aspirado está limitada fisicamente ao tamanho da sua câmara da combustão, assim como a sua potência, ou seja, a grosso modo, simplesmente diminuindo-se seu tamanho, diminui-se a emissão de poluentes, o consumo de combustível e principalmente a sua potência, já que essa está diretamente ligada à quantidade de ar e combustível que se consegue admitir no processo.

Uma das soluções encontradas pelos engenheiros foi justamente desenvolver uma forma de “empurrar” essa quantidade maior de ar para dentro da câmara de combustão, com o uso do turbo compressor.

Consiste basicamente em um eixo que atravessa simultaneamente as tubulações de escapamento e da entrada de ar do motor, e dois rotores, um em cada tubo. Esses rotores são a turbina e o compressor. A turbina está em contato com os gases do escapamento e aproveita a velocidade de saída desses gases girando o eixo que por sua vez, transfere rotação ao compressor que está no tubo de admissão. O compressor capta o ar atmosférico e o pressuriza para dentro do coletor de admissão, dessa forma é possível aumentar consideravelmente a quantidade de ar que vai para a câmara de combustão.

Bom, a essa altura, você já deve estar fazendo as contas: mas se eu coloco mais ar dentro da câmara, vou precisar de mais combustível também, vai aumentar o consumo! A coisa piora ainda mais se você, assim como eu, teve a oportunidade de acompanhar as tentativas de algumas montadoras no passado de lançar modelos turbo alimentados originais no mercado. Eram modelos que usavam os mesmos motores de linha de produção, mas com algumas modificações, uma delas era diminuir a taxa de compressão, um dos fatores mais importante para o consumo e o bom desempenho do motor. Acontece que na época ainda não havia tecnologia avançada o bastante para fazer o controle de variáveis importantes como, quantidade de ar, combustível, avanço de ignição e outras. Em resumo, eram modelos rápidos, divertidos, cumpriam o propósito, mas gastavam muito combustível, funcionavam bem apenas em altas rotações e tinham preços geralmente impeditivos para a maioria.

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