Relatório Estádio Mané Garricha e Setor Noroeste
Por: Juditemuniz • 10/8/2015 • Resenha • 2.804 Palavras (12 Páginas) • 304 Visualizações
1 INTRODUÇÃO
O presente relatório apresenta o relato das visitas de campo ao Estádio Nacional Mané Garricha e ao Setor Noroeste, em que os objetivos foram obter informações sobre alguns aspectos de sustentabilidade e algumas certificações para a reconstrução do Estádio e para a construção do Setor Noroeste.
Entre essas certificações estão:
ISO 14.000 – Sistema de Gestão Ambiental. Exemplo: Segregação e reutilização dos resíduos;
ISO 9.000 – Garantia de qualidade da obra;
ISO 26.000 – Responsabilidade socioambiental;
OSHAS 18.000 – Gestão de saúde e segurança do trabalhador. Visando reduzir riscos de acidentes de trabalho e reduzir doença profissional, por meio de Equipamentos de Proteção Individual e Coletivo (EPI’s e EPC’s).
Além disso, a saída de campo teve o objetivo de identificar as diversas classes de resíduos da construção conforme a Resolução 307 da CONAMA. Esses resíduos se classificam em:
Classe A: é aquele resíduo que pode ser reciclado retornando necessariamente ao ciclo produtivo da construção civil. Exemplo: bloco, concreto, tijolo;
Classe B: resíduos comuns recicláveis nem sempre retornando à construção civil. Exemplo: papel, plástico, madeira;
Classe C: resíduos originados da fase de acabamento da obra. Exemplo: gesso;
Classe D: resíduos perigosos da construção civil. Exemplo: embalagem de tintas e óleos lubrificantes.
A reforma desse estádio custou aos cofres públicos do Distrito Federal a bagatela de R$ 1.500.000.000,00 (Um bilhão e quinhentos milhões de reais). Apesar de usar alguns materiais reciclados e resíduos de construção reaproveitáveis como as garrafas pets, por exemplo, na construção das cadeiras para acomodação do público ingressante ao estádio.
Na cidade Noroeste, foram feitas três paradas em obras prediais diferentes, a saber: fase inicial da obra (chamada pelo Professor Willem de 1ª Fase da visita a esta cidade), a segunda foi conhecer a organização do canteiro de obras quanto à localização das baias para acondicionamentos de materiais de construção e a terceira fase foi conhecer a bacia ou lagoa da cidade onde os dejetos de construção ou acúmulos de lixo plástico podem desaguar com a chuva para este local, sem com isso tomar rumo ao lago Paranoá e, assim evitar o assoreamento do lago.
Finalmente, será apresentado as considerações finais de tudo que foi observado, visto e pesquisado para estas visitas feitas.
2 ESTÁDIO NACIONAL MANÉ GARRINCHA
A primeira pergunta a se fazer é: há sustentabilidade no estádio Mané Garrincha?A princípio, pode se pensar que não, mas durante a visita torna-se claro a sustentabilidade na obra.
A primeira ação realizada para a construção do estádio foi a demolição da estrutura já existente no local, que por sua vez apresentava uma boa resistência, por isso dinamitada duas vezes. Essa demolição gerou resíduos, em maior proporção da classe A e, menor proporção, da classe B.
Os resíduos da classe A eram reciclados e utilizados para materiais de segunda linha para fazer calçadas. Por apresentar grande quantidade desse tipo de resíduos, uma parte foi reutilizada no canteiro de obra, e outra, destinada à Novacap. Essa segregação e reciclagem de resíduos vistos nesta primeira etapa caracterizam bem a ISO 14000.
Além disso, o GDF foi o responsável pela obra, como não possui infraestrutura e nem corpo técnico a obra foi licitada, apresentando assim, dentro do canteiro de obras, diversos escritórios responsáveis pela geração de resíduos comuns, resíduos domésticos. Portando a necessidade de abrigo de resíduos com coletores seletivos separados por cor. Esses coletores são feitos com latas pintadas identificadas e o abrigo é feito com restos de madeira com chapas, utilizadas para a base e laterais, e com telhado. Devendo ser um local seco, coberto, arejado, sem contato direto com o solo. Para a separação dessas áreas dentro do canteiro de obras, eram utilizados corpos de prova rompidos.
Caracterizando mais uma vez a ISO 14000 e a ISO 9000, já que se baseia tanto na utilização de resíduos quanto na qualidade, visto que havia corpos de prova no local. Vale lembrar que, mesmo com todas as estruturas de controle de acidentes de trabalho, pode ocorrer algum ferimento que serão necessários alguns tipos de primeiros socorros no canteiro, assim gerando outro tipo de resíduo, sendo ele de serviço de saúde.
É possível identificar a sustentabilidade até nas cadeiras, pois são originadas da reciclagem de garrafa pet.
O estádio apresenta aspecto de não acabamento devido à técnica construtiva aplicada, chamada de concreto aparente. Este apresenta algumas vantagens:
Não precisara de acabamento (Emassar e pintar);
Vantagem Não existe gasto do recurso natural;
Ambiental Não gera resíduos do tipo classe D;
Não há necessidade de manutenção;
Vantagem Técnica Não tem como esconde as falhas, como rachaduras.
Ainda com essa técnica foram feitas 188 colunas no anel externo, através de formas de tamanhos exposta na própria coluna, de ferro e circulares. Apresentando como vantagem a utilização de uma única forma para erguer as 188 colunas, e a não interferência nos recursos florestais.
Analisando externamente a construção, é possível notar que a estrutura é aberta a fim de obter maior circulação de ar e aproveitamento da iluminação natural.No interior do estádio, tem-se arquibancada inferior, feita de concreto, arquibancada intermediaria destinada aos camarotes e as salas de imprensa, e a arquibancada superior constituída de peças pré - moldadas cujas vantagens estão voltadas para logística, que por ser um material leve gasta menos tempo com manuseio, e por ter uma demanda menor de materiais economiza assim com gastos, além de gerar menos resíduos do tipo classe A. Para otimizar essa logística dentro do canteiro, havia mini usinas e mini fábricas como de pré-moldados e concretos com intuito de diminuir o frete e o tempo, e aumentar a agilidade e a eficácia do trabalho.
Durante a execução da obra, todos os trabalhadores utilizavam equipamentos de proteção individuais (EPI’s), fazendo referência a certificação OSHAS 18000, atingido o sistema de gestão integrado, que é a coordenação de sistema de gestão ambiental, de qualidade, de saúde e segurança do trabalhador.
Na parte superior ao anel externo, estava prevista a instalação do projeto fotovoltaico – transformação de energia solar em energia elétrica – com o projeto de 1,5 MW. Isso geraria um excesso de energia já que não há tanto evento no estádio (geração maior que consumo). A ideia era iluminar todo o estacionamento do estádio e parte do Eixo monumental, porém não saiu do papel e fez com que não recebesse o LEED Platinum.
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