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Resumo história do Linux e do Windows

Por:   •  18/9/2016  •  Pesquisas Acadêmicas  •  2.772 Palavras (12 Páginas)  •  512 Visualizações

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Kamila Cristina S. Martins

1. EVOLUÇÃO DO LINUX

        Nas décadas de 1940 e 1950 só havia computadores pessoais (no modo de utilização). Com o surgimento dos sistemas em lote, em meados de 1960, o perfil do uso da máquina mudou, o programador submetia as tarefas através de cartões perfurados carregando-os para a sala de máquinas. A depuração dessas tarefas consumia bastante tempo. Para contornar esse problema foi criado o compartilhamento de tempo no MIT e no Instituto Dartmouth. O sistema de Dartmouth executava somente Basic, já o CTSS, que era o sistema do MIT, tinha um propósito geral. Os pesquisadores do MIT junto com o Bell Labs e a General Electric deram início ao projeto de um sistema de segunda geração, o MULTICS (Multiplexed Information and Computing Service).

        Ken Thompson (um dos pesquisadores do Bell Labs) decidiu escrever um MULTICS mais simples, dessa vez em linguagem assembly, em um PDP-7. O sistema funcionou e deu suporte para os esforços de desenvolvimento. Com isso, Brian Kernighan (outro pesquisador do Bell Labs) chamou o sistema de UNICS (Uniplexed Information and Computing Service), posteriormente passou a ser chamado UNIX.

        O trabalho Thompson recebeu a adesão de Dennis Ritchie. Nessa época houve dois grandes desenvolvimentos:

                1. O UNIX foi movido do PDP-7 para PDP-11/20 e depois para o PDP-11/45 e PDP-11/70. Os dois últimos eram máquinas com grande memória física pra época (256KB e 2MB respectivamente).

                2. O UNIX foi escrito numa nova linguagem de alto nível que Thompson criou, nomeada B. Essa linguagem era derivada da BCPL. Essa ideia não foi bem sucedida. Então Ritchie projetou a linguagem C sucessora da B. Com isso, Thompson e Ritchie reescreveram o UNIX em C.

        O UNIX era fornecido com código fonte completo, com isso as pessoas podem mexer nele indefinidamente. John Lions escreveu um documento sobre o código-fonte do UNIX, esse livro descreveu a versão 6 do sistema. Dentro de pouco tempo a versão 6 foi substituída pela 7, que foi a primeira versão portátil do UNIX, ela executava no PDP-11 e no Interdata 8/32. No meio da década de 1980 o UNIX era amplamente usado e por isso várias empresas queriam a licença do código-fonte para fazer suas próprias versões. Uma delas era a Microsoft que comercializou a versão 7 sobre o nome de XENIX durante vários anos.

        Agora que o UNIX estava escrito em C, a migração dele para novas máquinas se tornou bem mais fácil. A primeira migração além do PDP-11 foi para o Interdata 8/32. Apesar do compilador de Ritchie ser rápido, ele produzia código-objeto apenas para o PDP-11. Então Steve Johnson (do Bell Labs) projetou e implementou o compilador C portátil, que consiga produzir código para qualquer máquina.

        A portabilidade no UNIX para o Interdata caminhava lentamente porque o desenvolvimento era feito na única máquina que trabalhava com UNIX. Para diminuir o trabalho de carregar fitas de um andar para o outro tiveram a ideia de conectar os dois computadores através de um fio. E assim nasceu a rede UNIX. Após ser transportado pro Interdata, o UNIX migrou também para o VAX e outros computadores.

        Depois de dissolvida em 1984, a AT&T foi autorizada a ativar uma subsidiária de computadores. Logo em seguida ela lançou seu primeiro UNIX comercial, o System III, que não foi bem recepcionado e um ano depois foi substituído por uma versão melhorada, o System V. Desde então o System V foi substituído pelas versões 2, 3 e 4 cada uma maior e mais complexa que a anterior.

        A Universidade de Berkeley recebeu a versão 6 do UNIX antecipadamente e como o código-fonte estava disponível, a Berkeley foi capaz de modificá-lo. Auxiliada pela ARPA (Advanced Research Projects Agency), a Berkeley produziu e lançou uma versão melhorada para o PDP-11, a IBSD (First Berkeley Software Distribution), que foi seguida rapidamente pelo 2BSD, também para o PDP-11.

        O mais importante foi o 3BSD e seu sucessor 4BSD para o VAX. Esse último continha um grande número de melhorias: uso de memória virtual e paginação, permitiu que o nome dos arquivos contivessem mais que 14 caracteres, a implementação dos sistemas de arquivo foi incrementada tornando-o mais rápido, tratamento de sinais mais confiável, foi introduzido o uso de redes o que permitiu que o protocolo de redes utilizados, o TCP/IP se tornasse um padrão no mundo UNIX.

        No final da década de 1980, duas versões do UNIX eram muito usadas: a 4.3BSD e o System V Release 3, porém ambas eram incompatíveis. Então criaram o projeto POSIX (portable operating system) para padronizar o UNIX. Com isso, o comitê do POSIX produziu um padrão conhecido por 1003.1, que define um conjunto de procedimentos de biblioteca que cada UNIX deve suprir. Embora o 1003.1 invista somente nas chamadas de sistemas, existem outros documentos padronizando Threads, programas utilitários, redes e outras características do UNIX.

        Como era difícil compreender os códigos-fonte totalmente, Andrew Tanenbaum resolveu escrever um sistema do tipo UNIX que fosse pequeno o suficiente para ser compreendido. Ele foi lançado em 1987 e funcionalmente era quase equivalente ao UNIX versão 7. O MINIX foi um dos primeiros sistemas do tipo UNIX baseado  no projeto de micronúcleo. O núcleo tratava troca de mensagens entre processos principalmente. Por razões técnicas sobre à arquitetura 8088, os drivers de E/S também se localizavam no núcleo. O sistema de arquivos e o gerenciador de memória executavam separadamente como dois processos do usuário. Micronúcleos têm vantagem sobre sistemas monolíticos por serem de fáceis de compreender e manter em virtude de suas estruturas altamente modulares. A principal desvantagem é apresentarem um desempenho um pouco inferior em decorrência das trocas extras entre modo usuário e núcleo.

        Em 1997, a Versão 2.0 do MINIX foi liberada. A ideia de modularização na Versão 1 foi ampliada no MINIX 3.0, no qual quase todos os drivers de dispositivo foram movidos para o espaço do usuário com cada driver funcionando como um processo separado. A partir da versão 3.0 o MINIX tronou-se um sistema bastante utilizável e com foco na alta confiabilidade.

        Após vários anos, um estudante finlandês chamado Linus Torvalds decidiu escrever  um outro clone do UNIX, o Linux, que seria um sistema de produção completo. A primeira versão do Linux, 0.01, foi liberada em 1991. Ela foi desenvolvida em modo cruzado em uma máquina MINIX, utilizando ideias, que iam desde a estrutura de árvore da fonte até o layout do sistema de arquivos. Porém se tratava de um projeto monolítico e m vez de micronúcleo. O Linux cresceu rapidamente e se tornou um completo clone do UNIX quando lhe foi adicionado memória virtual, sistema de arquivos sofisticado entre outras características. Embora ele originalmente executasse no 386, era totalmente portátil.

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