Reuso de Aguas Servidas

REUSO DE ÁGUAS SERVIDAS

Bruno Ferreira Carvalho. Isabela Abrantes Parreira. Jefther Gomes Soares^[1]

Bruno Goncalves Lopes^[2]

RESUMO

A água é um recurso natural que é muito utilizado no desenvolvimento agrícola e industrial, mas também que está relacionada à fonte de vida do ser humano. Infelizmente, através do não reaproveitamento e controle deste recurso hídrico, o mesmo está se tornando escasso em diversas áreas, o que gera a necessidade de novas técnicas para contribuição na economia deste recurso. O reuso de esgoto, é uma pratica adotada em diversos países que tem como finalidade utilizar a água de origem doméstica, chuvas, drenagem agrícola, industrial e águas salobras, em áreas distintas como na agricultura, na irrigação de jardins, campos, parques e cemitérios, entre outros processos. No Brasil, para atendimento de grande variedade de usos, os mais significativos são as formas de reuso em área urbana, o reuso industrial, o reuso associado à recarga artificial de aquíferos e o reuso agrícola. Mediante ao crescimento populacional, muitos cientistas têm buscado soluções para evitar a escassez de água, sendo a única alternativa confiável, o reuso do esgoto, que está sendo desenvolvido de forma casual, atualmente. Devido a essa escassez da água potável e à crescente produção de esgotos nas regiões mais fortemente habitadas, surge a era da “recuperação, reciclagem e reuso”. A partir de dados coletados é possível verificar os benefícios que acompanham a técnica de reuso de esgoto, em relação às áreas aplicadas como na agricultura, abastecimento de aquíferos, espaço urbano e outros setores, pode se observar a redução de custo em longo prazo e a redução de impactos causados ao meio ambiente. Isso indica que através da utilização da tecnologia visando à saúde pública e a preservação do meio ambiente é possível desenvolver métodos que associam a melhoria do uso do recurso hídrico e o controle do mesmo.

Palavras chave: Reuso. Esgoto. Água. Tecnologia. Economia. Reciclagem.

1. INTRODUÇÃO

Devido à vasta demanda no uso de recursos naturais decorrente do crescimento populacional, há de se considerar a importância de se pensar em alternativas que visam reaproveitá-los. Sendo a água um elemento indispensável para a sobrevivência dos seres vivos, a população deveria intensificar o emprego da sustentabilidade no tratamento de recursos hídricos previamente servidos.

O reuso de águas de efluentes domésticos e industriais, como fonte alternativa para o abastecimento de água para fins não potáveis já vem sendo, há muito tempo, considerado como uma alternativa para minimização dos problemas relacionados à escassez de recursos hídricos.  O problema é que se este projeto de economia de água não for reforçado, este recurso hídrico pode minimizar bastante em nível em muitos reservatórios no país.

Essa temática interessa áreas do conhecimento relacionadas à Engenharia Civil, Engenharia Sanitária, além de programas que envolvem tratamentos de águas de abastecimento e residuais, uma vez que esse tópico de estudo aplicado na prática aprimora os sistemas de tratamento de esgotos sanitários e permite a reutilização dos efluentes após o devido tratamento, promovendo uma forma econômica e produtiva para o destino final das águas residuais.

Conforme Leite (2003), analisando a história da humanidade é possível observar que os sítios iniciais da civilização surgiram em locais próximos a vales fluviais férteis. Considerando o desconhecimento da origem das doenças nesse tempo, as antigas civilizações tratavam a água com o intuito de melhorar apenas seu aspecto visual e sabor, o que foi mudado a partir do momento que o homem conheceu a relação das doenças com a água não potável. Ao longo do tempo, com o demasiado uso dos recursos hídricos, vários problemas de abastecimento foram surgindo. Estes podem ser contornados mediante tratamento adequado de água previamente usada, diminuindo a retirada dos mananciais e prolongando a reserva hídrica.

O objetivo é apresentar as aplicações do reuso de esgotos domésticos e industriais em áreas urbanas, na agricultura, como visto no estudo de caso realizado na JBS de Itumbiara, além de ressaltar o quanto essa prática sustentável é benéfica para a sociedade. Terá uma parte complementar, em relação à visita que será feita na Saneago de Itumbiara, que visará analisar qual a finalidade da água tratada, e se esta participa de algum programa de reuso, além do custo benefício para essa aplicação.

A falta de água nas residências é um cenário que está se tornando cada vez mais comum em certas regiões, ou seja, o reaproveitamento de água torna-se cada vez mais necessário, uma vez que a água não se renova tão rapidamente no meio ambiente, no entanto é utilizada demasiadamente e posteriormente lançada na natureza de forma inadequada. Com isso, o tratamento de esgoto, visa diminuir esse impacto ambiental, promovendo menor desgaste dos recursos hídricos.

2. DESENVOLVIMENTO

 É de conhecimento geral que nos primórdios das primeiras civilizações os vales fluviais férteis dispunham de uma grande quantidade de água, onde a sua maior parte era utilizada na área de irrigações, agricultura e uma pequena parcela deste recurso eram consumidas pelos povos.

Com o decorrer do tempo, as necessidades e o crescimento da população passaram a exigir quantidades cada vez maiores de água e facilidade de acesso ás fontes existentes. Então se iniciou buscas por novas fontes de suprimentos, inclusive no subsolo.

As residências construídas na antiguidade, não possuíam sanitários. Nas cidades e nos campos era comum, as pessoas evacuarem diretamente no solo. A camada mais rica da população usava recipientes para fazer suas necessidades e em seguida descartava o conteúdo em local próximo ás moradias. Quando chovia, as fezes eram levadas pelas enxurradas até os rios, contaminando a águas e disseminando doenças.

Para tornar a água limpa antes de ser utilizada nas atividades domésticas, certos povos, filtravam o líquido em vasos de porcelana.

Com o avanço rápido das áreas industriais, no período da revolução industrial, os serviços de saneamento básico, como suprimento de água e limpeza de ruas, não acompanhavam essa expansão. Em consequência, o período foi marcado pela volta de graves epidemias transmitidas pela água contaminada, que fizeram milhares de vítimas.

Inicialmente a Inglaterra e em seguida outros países europeus realizaram uma grande reforma sanitária. Foram instaladas as descargas líquidas, semelhantes às utilizadas atualmente, transportando os detritos para as canalizações de águas pluviais.(RIBEIRO; ROOKE, 2010)