TCC ENGENHARIA DE SEGURANÇA DO TRABALHO

ANÁLISE DA IMPLANTAÇÃO DA NR-35 NOS SERVIÇOS DE TRANSMISSÃO DE ENERGIA ELÉTRICA NA CONCESSIONÁRIA TRANSIRAPÉ.

PIMENTA, Abelard Carlos.

Eng.Civil, Pós graduado em Segurança do Trabalho e Gestão Ambiental. [e-mail]

RESUMO

Diante da necessidade de consumo de energia elétrica ao qual os diversos setores da economia e sociedade brasileira estão habituados, as linhas de transmissão apresentam-se como uma parte determinante do processo de fornecimento de energia elétrica, pois é através delas que são interligadas as usinas geradoras com os centros consumidores. Para que a necessidade de consumo de energia seja plenamente atendida, faz-se necessário intervenções em linhas de transmissão, o que expõe trabalhadores a alturas elevadas. Os acidentes envolvendo queda de altura ocasionados por essa necessidade de intervenção nas linhas destacam-se tanto pela quantidade que ocorrem quanto pela gravidade dos danos gerados aos trabalhadores, familiares e previdência. Em 23 de março de 2012 foi publicada a NR-35 TRABALHO EM ALTURA, com o intuito de normatizar as atividades em altura em todos setores em que a mesma se faz necessário. A NR-35 normatizou responsabilidades e procedimentos para que o trabalho em altura ocorra sem prejuízo a segurança do trabalhador. Com a entrada em vigor da NR-35 as concessionárias de linhas de transmissão tiveram que investir em treinamentos dos seus colaboradores para que estejam habilitados pelos requisitos da norma. A padronização de procedimentos na implantação da NR-35 na empresa Transirapé, demandou grande participação do profissional de Segurança do Trabalho, pois a norma devido sua abrangência, determina diretrizes, cabendo aos profissionais o reconhecimento ambiental e do serviço a ser executado para criação de metodologias e escolha adequada dos equipamentos de proteção, sendo este um processo contínuo de melhoria e aperfeiçoamento.

PALAVRAS-CHAVE:NR-35, Segurança. Trabalho em Altura. Transmissão de Energia.

1. INTRODUÇÃO

Durante as atividades laborais exercidas por trabalhadores de diversos segmentos do setor produtivo brasileiro, os mesmos estão expostos a várias situações onde existem riscos durante a execução de suas tarefas. Com a diminuição da capacidade de espaço físico utilizável, o crescimento vertical se tornou uma opção viável para diversos tipos de empreendimento, fazendo com que a exposição dos trabalhadores a alturas elevadas em suas atividades seja constante.

No setor elétrico não é diferente a exposição de trabalhadores a altura elevadas, eletricistas desempenham atividades em empreendimentos de grandes dimensões ficando exposto a esse tipo de risco.

Quando se trata de transmissão de energia elétrica, o principal motivo para as elevadas alturas das estruturas de linhas e subestações é a segurança da população em relação as tensões envolvidas no processo, pois as mesmas necessitam de uma distância de isolamento maior.

As estruturas de linhas de transmissão que percorrem o estado de Minas Gerais, tem alturas que chegam a 70 m, essa altura varia de acordo com a necessidade romper obstáculos e preservação da vegetação sob as linhas. Na região norte do Brasil existem estruturas com tamanhos que chegam até 320 m de altura.

O trabalho em altura no Brasil passou a ser devidamente regulamentado com a publicação, Portaria SIT nº. 313, de 23 de março de 2012, da NR-35 TRABALHO EM ALTURA. Antes da publicação da NR-35 algumas outras NR’s faziam referência ao risco de altura nas atividades laborais, mas de forma superficial, não satisfazendo a necessidade de segurança requerida aos trabalhadores.

A necessidade da criação de uma Norma Regulamentadora que atenda os anseios dos diversos segmentos produtivos que envolvem o trabalho em altura veio do elevado número de acidentes ocorridos e dos danos causados por eles, que em grande parte das vezes é incapacitante ou fatal, o que gera além de transtornos físicos, psicológicos e sociais aos acidentados e familiares, uma perda financeira ao governo devido a pagamentos previdenciários.

Antes da regulamentação da NR-35, os trabalhadores de linhas de transmissão subiam nas estruturas, muitas vezes, sem nenhum dispositivo que lhes proporcionassem ficar fixados às estruturas em caso de escorregões ou mal súbito.

O trabalho tem como objetivo verificar quais são e como foram desenvolvidas as adequações a NR-35 TRABALHO EM ALTURA, no serviço em linhas de transmissão de alta tensão no norte de Minas Gerais na empresa Transirapé.

1. MÉTODOS

        O presente trabalho caracteriza-se como uma pesquisa qualitativa onde foram avaliadas as normas regulamentadoras e o que alguns autores escreveram sobre segurança em atividades que envolvam trabalho em altura em linhas de transmissão de alta tensão, bem como, verificando a realidade das concessionárias, através de pesquisa de campo e observação direta dos trabalhos realizados por uma concessionária do setor atuante no norte de Minas Gerais.

Segundo Marconi; Lakatos (2002), a pesquisa qualitativa não é traduzida em números, na qual pretende verificar arelação da realidade com o objeto de estudo, obtendo váriasinterpretações de uma análise indutiva por parte do pesquisador.

Foramacompanhados serviços executados em subestações de energia elétrica e linhas de transmissão e através deles verificou-se as formas de reconhecimento e controle dos riscos.Foramavaliadas também as metodologias de segurança e os equipamentos de proteção que possibilitam a execução do tipo de serviço estudado.

A concessionária de transmissão de energia elétrica Transirapé forneceu para análise o material utilizado no treinamento dos seus funcionários, bem como a relação dos equipamentos de proteção individual e coletivo disponibilizados para os trabalhadores envolvidos no trabalho em altura.

Foram identificadas e analisadas as metodologias de resgate treinada pelos funcionários da concessionária de transmissão de energia elétrica Transirapé.

1. REFERENCIAL TEÓRICO

3.1 Linhas de transmissão

O método de interligação de sistemas de potência através da construção de linhas de transmissão é uma medida muito eficaz tanto do sentido técnico quanto no econômico, possibilitando: operação mais econômica do sistema; ajuda mútua em caso de emergência e aproveitamento da diversidade da carga (CAMARGO, 2009).