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Triunfo Dos Nerds

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Por:   •  7/11/2014  •  1.844 Palavras (8 Páginas)  •  425 Visualizações

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O triunfo dos ‘nerds’

Neste fim de semana, Boston sediou o encontro anual da Associação

Americana de Economia. Foi um encontro de professores universitários, mas foi

também um conclave dos que fazem as coisas acontecerem no mundo.

Economistas do meio acadêmico costumam querer influenciar a política de

maneira indireta, mas ultimamente, num número sem precedentes, eles se

mudaram para os corredores do poder.

O mais evidente exemplo dessa tendência é Lawrence Summers, o acadêmico

bem-sucedido que se tornou secretário do Tesouro dos EUA. Mas professores

de Harvard têm chegado a gabinetes de alto escalão e continuarão a fazê-lo.

Agora, a diferença é que Summers é o mais proeminente na onda de

professores que viraram formuladores de políticas. Mesmo que há um ano o

próprio Summers estivesse em busca de emprego alternativo (porta-voz de Jenny

Craig? desculpe, não me servirira), existem dúzias de ex-professores em

postos-chave, do Fundo Monetário Internacional ao Bank of England.

O que explica essa crescente influência do meio acadêmico na política

econômica? Uma das razões é que na década de 90 o professorado

efetivamente rejeitou os desafios, tanto da esquerda quanto da direita, que

questionassem sua autoridade nos anos 80.

O desafio da direita era mais sério. Os desenvolvimentistas - sob o argumento

de que altas taxas de juros eram a origem de todo o mal, ridicularizavam a

preocupação de economistas convencionais com coisas como déficits

orçamentários - foram de início rejeitados como excêntricos. Porém, com

acesso imediato às páginas do "The Wall Street Journal" e da "Forbes", não

tiveram dificuldades para transmitir sua mensagem. E proclamavam que sua

doutrina era confirmada pelo crescimento econômico na época do discípulo

Ronald Reagan.

Mas depois de oito anos de expansão sob políticas manifestamente fora do

figurino Reagan, essa proclamação no mínimo não convence. (Sim, os crédulos

insistem que nossa atual prosperidade é conseqüência da redução das taxas

feita por seu herói em 1982; mas não lembro de terem atribuído a Lyndon

Johnson o crédito pelo boom de 1983.) E vinte anos depois, os próprios

desenvolvimentistas soam, digamos, como excêntricos. Eles ainda não saíram

de cena - toda doutrina que recorre aos preconceitos de homens ricos velhos se

baseia em algum nível de apoio financeiro, e seus adeptos serão sempre

capazes de encontrar sinecuras no mundo das instituições de direita - mas

estão perdendo força.

Os desafiantes da esquerda eram mais brandos, embora bem menos

financiados. Nas páginas de publicações intelectuais como "The Atlantic

Monthly", homens bem-falantes mostravam que o crescimento do Japão e de

outras economias da Ásia, orientado pelo governo, contrariava as implicações do

livre mercado preconizadas pela teoria econômica convencional. Os

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