Triunfo Dos Nerds
Pesquisas Acadêmicas: Triunfo Dos Nerds. Pesquise 862.000+ trabalhos acadêmicosPor: dxbgomes • 7/11/2014 • 1.844 Palavras (8 Páginas) • 432 Visualizações
O triunfo dos ‘nerds’
Neste fim de semana, Boston sediou o encontro anual da Associação
Americana de Economia. Foi um encontro de professores universitários, mas foi
também um conclave dos que fazem as coisas acontecerem no mundo.
Economistas do meio acadêmico costumam querer influenciar a política de
maneira indireta, mas ultimamente, num número sem precedentes, eles se
mudaram para os corredores do poder.
O mais evidente exemplo dessa tendência é Lawrence Summers, o acadêmico
bem-sucedido que se tornou secretário do Tesouro dos EUA. Mas professores
de Harvard têm chegado a gabinetes de alto escalão e continuarão a fazê-lo.
Agora, a diferença é que Summers é o mais proeminente na onda de
professores que viraram formuladores de políticas. Mesmo que há um ano o
próprio Summers estivesse em busca de emprego alternativo (porta-voz de Jenny
Craig? desculpe, não me servirira), existem dúzias de ex-professores em
postos-chave, do Fundo Monetário Internacional ao Bank of England.
O que explica essa crescente influência do meio acadêmico na política
econômica? Uma das razões é que na década de 90 o professorado
efetivamente rejeitou os desafios, tanto da esquerda quanto da direita, que
questionassem sua autoridade nos anos 80.
O desafio da direita era mais sério. Os desenvolvimentistas - sob o argumento
de que altas taxas de juros eram a origem de todo o mal, ridicularizavam a
preocupação de economistas convencionais com coisas como déficits
orçamentários - foram de início rejeitados como excêntricos. Porém, com
acesso imediato às páginas do "The Wall Street Journal" e da "Forbes", não
tiveram dificuldades para transmitir sua mensagem. E proclamavam que sua
doutrina era confirmada pelo crescimento econômico na época do discípulo
Ronald Reagan.
Mas depois de oito anos de expansão sob políticas manifestamente fora do
figurino Reagan, essa proclamação no mínimo não convence. (Sim, os crédulos
insistem que nossa atual prosperidade é conseqüência da redução das taxas
feita por seu herói em 1982; mas não lembro de terem atribuído a Lyndon
Johnson o crédito pelo boom de 1983.) E vinte anos depois, os próprios
desenvolvimentistas soam, digamos, como excêntricos. Eles ainda não saíram
de cena - toda doutrina que recorre aos preconceitos de homens ricos velhos se
baseia em algum nível de apoio financeiro, e seus adeptos serão sempre
capazes de encontrar sinecuras no mundo das instituições de direita - mas
estão perdendo força.
Os desafiantes da esquerda eram mais brandos, embora bem menos
financiados. Nas páginas de publicações intelectuais como "The Atlantic
Monthly", homens bem-falantes mostravam que o crescimento do Japão e de
outras economias da Ásia, orientado pelo governo, contrariava as implicações do
livre mercado preconizadas pela teoria econômica convencional. Os
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