Túnel transatlântico: ficção científica ou realidade?
Por: Lucas Aninger • 13/3/2018 • Projeto de pesquisa • 945 Palavras (4 Páginas) • 122 Visualizações
UNIVERSIDADE FEDERAL DO VALE DO SÃO FRANCISCO
COLEGIADO DE ENGENHARIA MECÂNICA
INTRODUÇÃO À ENGENHARIA MECÂNICA
Túnel Transatlântico – Ficção Científica ou Realidade?
Lucas Aninger
Juazeiro, 11 de Outubro de 2010.
O Túnel Transatlântico: ficção científica ou realidade?
“Tudo que um homem pode imaginar, outros poderão realizar”, assim disse um homem que imaginou construções incríveis, criadas por outros homens dezenas de anos depois. Júlio Verne, ao escrever “20 mil léguas submarinas”, “Da Terra à Lua” e “Paris no século XX” com certeza pensava que um dia as invenções descritas nos seus livros pudessem um dia se tornar realidade, como o submarino, o ônibus espacial, arranha-céus, automóveis movidos a gasolina, trens de alta velocidade, calculadoras, e até mesmo computadores e a internet.
Ideias tão monumentais como as de Júlio Verne estão sendo planejadas hoje, porém, não por escritores, mas por grandes engenheiros, pessoas que conhecem as capacidades da tecnologia atual e as previsões dela para o futuro. Estas mentes se dedicam a planejar uma forma de construir um túnel submerso no Oceano Atlântico, ligando Londres a Nova York.
Estima-se que por volta do final deste século o túnel esteja funcionando e que se possa percorrer os 5000 km que separam as duas cidades em apenas 1 hora. Para isso, espera-se obter uma variação de velocidade entre 500 e 8000 km/h.
No entanto, é preciso considerar as dificuldades, como o custo estimado de US$ 12 trilhões, a distância para levar os materiais, a eficiência do maquinário, a pressão atmosférica em determinados pontos do trajeto, áreas de atividade sísmica e a quantidade de materiais para a produção.
Inicialmente, quanto ao projeto do trem, podemos dizer que é altamente viável a sua construção, devido à existência de modelos semelhantes já criados. Por exemplo, o Eurostar, que atravessa o Canal da Mancha, ligando as cidades de Paris e Londres em 2 horas e 35 minutos, sendo esse uma inspiração para todo o projeto. Quanto à velocidade do trem, há hoje, no Japão, com funcionamento a partir de uma tecnologia de levitação via magnetismo (Sistema MagLev) o trem Sanyo Shinkansen, que percorre um trajeto entre as cidades das ilhas de Honshu e Kyushu em velocidade média de 300 km/h, sendo que, em testes, chegou a atingir 580 km/h.
No caso do trem que se projeta para o túnel Transatlântico, para que se obtenham os 8000 km/h esperados, os engenheiros envolvidos no projeto pensaram em retirar o maior obstáculo do movimento: a resistência do ar. Para a formação do vácuo no túnel seria necessária a força de bombeamento de quase 100 motores de jatos Jumbo ligados continuamente a toda capacidade por cerca de duas semanas.
Mesmo conseguindo a velocidade desejada e a retirada do ar, ainda há um problema em relação ao ser humano: devido à alta velocidade, a força G gerada, mesmo que pequena, seria desconfortável para os passageiros. Para resolver este problema, pensou-se em dividir o percurso em 18 minutos iniciais de aceleração até atingir a velocidade máxima, e os 18 minutos finais de desaceleração. Mesmo assim, para diminuir ainda mais a sensação de aumento ou diminuição de peso, os ocupantes do trem ocupariam assentos sobre eixos, ou seja, as cadeiras iriam rotacionar, de forma a posicionar o ocupante para a menor sensação da força G.
A criação do túnel tem como modelo mais provável o do túnel imerso flutuante. Neste modelo, as 54 mil seções do túnel seriam ligadas entre si a 100 metros da superfície da água, e para mantê-las estáticas, seriam utilizados cem mil cabos ao longo do percurso, fixados no fundo do mar como âncoras. Utilizando este modelo é possível contornar o problema da pressão atmosférica, caso fosse um túnel escavado, e diminuiria a periculosidade do trabalho humano, já que é possível ter mergulhadores trabalhando a 100 metros de profundidade.
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