A Tecnologia Para Transmissão de Dados Via Satélite
Por: gilbertkn • 3/6/2019 • Artigo • 5.212 Palavras (21 Páginas) • 265 Visualizações
ESCOLA SUPERIOR ABERTA DO BRASIL – ESAB
TECNOLOGIAS PARA TRANSMISSÃO DE DADOS VIA SATÉLITE
Gilbert Keide Nassif Filho¹
Resumo
A transmissão de dados via satélite, após sofrer uma rápida evolução nos últimos 50 anos, é hoje um dos meios de comunicação mais utilizados pela sociedade, em especial para localização e orientação de meios móveis, como o GPS, e para a difusão de informação e conhecimento, como TV e Internet. Neste contexto, o artigo tem por objetivo apresentar as diversas tecnologias empregadas na transmissão de dados via satélite. Dentre os autores pesquisados para a constituição conceitual deste trabalho, destacam-se Godinho (2008), Oshiro (2008), Silvério (2008), Simões (2009) e Sousa (2012). A metodologia utilizada foi a pesquisa descritiva, tendo como coleta de dados o levantamento bibliográfico. A transmissão de dados via satélite, devido à sua importância geopolítica e de abrangência mundial, tornou-se de vital importância para a evolução das comunicações na sociedade moderna.
Palavras-chave: Satélite. Transmissão. Tecnologias. Comunicações.
1 Introdução
Um satélite é um objeto físico que orbita ou gira em torno de um corpo celeste. Satélites existem na natureza, e nosso próprio sistema solar é um exemplo perfeito. O Satélite construído pelo homem é um repetidor de sinais que recebe dados transmitidos de um ponto na superfície terrestre e os retransmite para outro ponto. É uma estação retransmissora de sinais situada no espaço. Um repetidor em órbita. Os sinais enviados da Terra e captados pela antena do satélite são transmitidos em ondas portadoras de subida situadas na faixa de 6 GHz (5.850 MHz a 6.425 MHz) denominada Banda C. Em seguida, os sinais são convertidos pelo satélite, por meio de circuitos, para portadoras de descida situadas na faixa de frequência de 4 GHz (3.625 MHz a 4.200 MHz), amplificados e irradiados para a cobertura da superfície terrestre. O satélite de comunicação pode ser um repetidor ativo - quando recebe, trata, amplifica e retransmite o sinal - ou um repetidor passivo - quando apenas reflete o sinal. Estas características técnicas tornam o satélite um dos principais meios de telecomunicações do mundo moderno, permitindo atingir distâncias não alcançadas por qualquer outra tecnologia disponível. Atendendo embarcações, aeronaves, locais remotos e de difícil acesso, ele dispensa a necessidade de infraestrutura terrestre de telecomunicações.
O tema deste trabalho refere-se ao estudo das diversas tecnologias empregadas na transmissão de dados via satélite, utilizando-se como principais referências bibliográficas os autores Simões, Sousa, Silvério, Oshiro e Godinho.
O objetivo geral deste artigo é descrever e explicar, de forma técnica e resumida, o uso da tecnologia de transmissão de dados via satélite aos estudantes e profissionais que trabalham com esta tecnologia.
Esta pesquisa justifica-se pela falta de bibliografia especializada e aborda, de forma resumida e prática, as tecnologias de transmissão de sinais de dados via satélite.
A metodologia de pesquisa é exploratória e descritiva, com coleta de dados por pesquisa bibliográfica.
2 Revisão de literatura
Até a década de 60 do século passado, os serviços de transmissão de dados eram oferecidos basicamente por conexões via canais de rádios microondas e cabos submarinos. Após o advento da utilização comercial de satélites de comunicações ocorrido na década de 60, registrou-se grande expansão dos serviços de comunicações em longas distâncias, em especial em regiões isoladas. Simões (2009, p.118) explica:
A grande vantagem da conexão via satélite é a possibilidade de atender a grandes distâncias e dispensar infraestrutura terrestre de telecomunicações. Um sistema via satélite requer a instalação de uma antena parabólica e de um terminal de satélite, que são equipamentos de custo elevado. Os satélites de comunicação são na sua grande maioria, do tipo geoestacionário. São assim denominados por serem colocados em uma órbita sobre o Equador de tal forma que o satélite tenha um período de rotação igual ao do nosso planeta Terra, ou seja, 24 horas. Com isso, a velocidade angular de rotação do satélite se iguala à da Terra e tudo se passa como se o satélite estivesse parado no espaço em relação a um observador na Terra. Um satélite típico é composto de uma parte comum (“bus”) onde se encontram as baterias, painéis solares, circuitos de telemetria e a parte de propulsão. Além do “bus” há a carga útil (“payload”), composta essencialmente dos circuitos repetidores, denominados “transponders”.
[pic 1]
Figura 1: Estrutura do satélite
Fonte: Silvério (2008)
Conforme apresentada na figura 1, mostra-se a divisão do satélite em “bus” e “payload”
Portanto, pode-se concluir, com base nas explicações de Simões, que o satélite comporta-se como um repetidor de sinais que reflete e amplifica o sinal transmitido para uma grande área geográfica devido ao fato de se deslocar na mesma velocidade de rotação da Terra. As frequências mais utilizadas para a comunicação via satélite são a Banda C, que envia dentro da faixa de 5,8 a 6,4 GHz e recebe dentro da faixa de 3,6 a 4,2GHz, e a Banda Ku, que envia dentro da faixa de 14,0 a 14,5 GHz e recebe dentro da faixa de 11,7 a 12,2 GHz. As frequências utilizadas na transmissão estão diretamente relacionadas ao tamanho da antena de recepção.
Godinho (2004, p.11) definiu:
Normalmente, as bandas de frequências utilizadas no percurso descendente são mais baixas que as utilizadas no percurso ascendente. Isto acontece de modo a reduzir possíveis interferências e porque o percurso descendente é considerado mais crítico que o ascendente, devido às limitações de potência do satélite. O facto da banda de frequências do percurso ascendente ser mais elevado também permite maximizar o ganho de recepção, dado que o ruído captado pelo satélite é elevado.
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