A BUSCA EM BASES DE DADOS TECNOLÓGICOS COMO FERRAMENTA PARA INOVAÇÃO
Por: Giovani Leite • 8/7/2018 • Artigo • 9.823 Palavras (40 Páginas) • 237 Visualizações
A BUSCA EM BASES DE DADOS TECNOLÓGICOS COMO FERRAMENTA PARA INOVAÇÃO
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RESUMO
Este trabalho evidencia uma análise sobre a ótica da evolução da propriedade intelectual no Brasil, por meio de dados sobre solicitações de patentes no Brasil e suas dificuldades. Os procedimentos metodológicos consistem em um levantamento de dados no tocante ao processo de pedidos de patentes junto à Organização Mundial da Propriedade Intelectual e do Instituto Nacional da Propriedade Intelectual. Os dados discorrem uma comparativa entre o âmbito internacional e revelam um certo atraso do processo de inovação no Brasil. A discussão desse estudo permeia as patentes e sua importância, bem como a análise de proteção dos direitos do inventor e os direitos constitucionais no tocante a garantia do direito de propriedade intelectual. Dessa forma, o estudo faz a observação sobre a possibilidade de eficácia da propriedade intelectual por meio de patentes com o intuito de estimular a inovação. A necessidade da busca a partir de bases tecnológicas, observando a importância do processo de ação produzido através do funil da inovação também é abordada como forma de compreender o tema em questão.
Palavras-Chave: Patente. Propriedade Intelectual. Funil da Inovação. Busca em bases tecnológicas.
INTRODUÇÃO
O mercado brasileiro enfrenta um quadro aquecido para os negócios que possuem inovação. Até mesmo o Estado acordou para esta máxima, criando em 2004 a Lei de Inovação. É fato que no mercado de trabalho, não basta apenas ter uma boa estrutura física, tamanho ou ter recursos financeiros para que haja um diferencial competitivo nas organizações. Diversas empresas vêm perdendo espaço mesmo estando no mercado há dezenas de anos, com parques fabris exuberantes e maquinário de ponta para empresas menores, mas que possuem um diferencial competitivo que está determinando o lugar no mercado das empresas deste século: a inovação.
Este “meme”, ou seja, código, informação ou conhecimento específico que se propaga entre as pessoas de uma mesma sociedade de maneira viral, está presente a cada dia mais nas organizações. Fala-se em inovação através de leis nacionais e estaduais, que incentivam empresas a inovar através de recursos, em universidades, arranjos produtivos locais, entidades de negócios como SEBRAE, etc.
Desta forma, é visível que todos os empreendedores buscam a inovação em seus negócios, o que normalmente ocorre através da prática de um departamento de Pesquisa e Desenvolvimento (P&D). Importante apontar que na quase totalidade das vezes, quando uma inovação de produto vai para o mercado, normalmente o empreendedor busca proteger sua inovação através do sistema de patentes. Ocorre que em muitos casos, depois de a inovação estar no mercado, as empresas descobrirem que a mesma já tenha sido inserida no mercado ou patenteada por outrem.
Estas situações acabam transformando o processo de inovação custoso e muito arriscado para as organizações. Pode gerar inclusive uma indisposição nos ‘stake holders’ da empresa, uma vez que clientes e fornecedores potencialmente sentem-se lesados por uma pseudo-inovação.
Este trabalho pretende auxiliar os inovadores sobre as ferramentas da busca em bases de informação tecnológica de patentes de forma que gerem economia e resultados mais rápidos para o processo de inovação. O tema é a pesquisa em base de informação tecnológica nas empresas inovadoras.
O problema chave é que não se sabe exatamente porque as empresas inovadoras não fazem pesquisa em base de informação tecnológica. As hipóteses possíveis para esta pergunta são:
- A pesquisa voltada para essa área não está sendo usada no processo de inovação das empresas;
- Quando utilizada, usam no momento errado, sendo logo antes de lançar o produto no mercado;
- Muito está sendo gasto no processo de inovação para desenvolver produtos que já existem e que podem ser licenciados ou meramente comercializados sem necessidade de P&D.
Pautado nestas hipóteses, o objetivo da produção é entender como e quando as empresas catarinenses usam as ferramentas de busca em bases de dados tecnológicos para seu processo de inovação.
Para atender a esta premissa, três etapas devem ser superadas:
- Avaliar o processo de inovação de 3 empresas para identificar o uso das bases de informação tecnológica;
- Pesquisar o IEL para entender como é a orientação desta instituição para empresas que usam esta consultoria para inovar.
- Apresentar forma eficaz de difusão da ferramenta de pesquisa em bases tecnológicas.
O artigo em questão é estruturado em 2 capítulos, onde o primeiro trata a definição de inovação, funil da inovação, propriedade intelectual e as ferramentas de busca em bases de informação tecnológica. Na segunda parte do trabalho, serão apresentados os resultados da pesquisa exploratória qualitativa com uso de dados primários. Finalizando com a apresentação de uma didática empresarial para o uso das ferramentas de forma eficaz, sendo seguido das devidas conclusões acerca do trabalho em questão.
1 As ferramentas de busca em bases de dados tecnológicos
Entender a prática de inovação das empresas catarinenses e o uso das ferramentas de busca em bases de dados tecnológicos demanda primeiramente conhecer, mesmo que superficialmente, conceitos teóricos e sua usabilidade dos termos que pautam esta produção acadêmica. Portanto, neste capítulo serao apresentados brevemente alguns conceitos.
1.1 Inovação e Funil da Inovação
Para que o uso estratégico das informações tecnológicas sejam aqui apresentadas de forma a contribuir no processo de inovação, precisa-se inicialmente saber tecnicamente o que é considerado inovação e quais os níeis de inovação existentes. Depois, conhecer sobre o “funil da inovação” para entender o processo inovativo das empresas e propor o momento ideal do uso das informações em bases de dados tecnológicos.
Com a Lei de Inovação de 2004, este termo passou a ser difundido como um “meme cultural” no mercado brasileiro. As empresas incluíram em seus planejamentos estratégicos diretrizes diretamente ligadas a inovação, onde as instituições passaram a premiar empresas inovadoras. O SEBRAE, por exemplo, premia no Prêmio MPE (Micro e Pequena Empresa modelo de Excelência em Gestão), uma categoria exclusiva para inovação. Pode-se ver neste caso, que os critérios não são os mais adequados. Enquanto um país mede a inovação pelo volume de pedidos de patentes depositados, os prêmios brasileiros de inovação não tem sequer critérios que avaliam estes números.
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