A Liderança

Liderança

        É possível observar a postura do líder no ambiente organizacional. Ele consegue obter o respeito de sua equipe e, com isso, conquista o controle e a autoridade sobre as pessoas. Já o gerente faz, de alguma maneira, as pessoas fazerem as coisas. O líder mobiliza, sensibiliza as pessoas, desperta o interesse para que queiram fazer o que precisa ser feito.

        Resumidamente, o gerente utiliza a autoridade de sua posição na organização para obter o comprometimento dos membros enquanto que o líder se fundamenta em suas próprias qualidades pessoais. A tabela a seguir, desenvolvida por Chiavenato (2005, p.350)  reflete com clareza as diferenças básicas entre o papel da gerência e o papel da liderança:

     

        Pode-se entender, então, que o grau em que o indivíduo demonstra qualidades de liderança depende não somente de suas características pessoais, mas também do nível hierárquico e da situação em que se encontra. Observa-se atualmente que o sucesso no desenvolvimento da liderança consiste na revisão de comportamentos e atitudes, pois, ao influenciar pessoas, termina-se por mexer com valores pessoais, por isso, é preciso se preocupar com o outro e com as relações humanas.

        Qualquer estilo de liderança pode ser eficaz ou ineficaz, dependendo da resposta que tal estilo obtenha em uma dada situação. Não adianta um gerente conseguir uma enorme produtividade nos próximos seis meses e fazer as pessoas se desgastarem, saírem da empresa e empregarem-se em outras empresas concorrentes. Os gerentes precisam também se preocupar com o impacto que causam nos recursos humanos, no desenvolvimento da sua competência e dedicação.

        Soto (2005, p. 215) afirma que "a liderança é uma parte importante da administração, mas não é tudo. Os gerentes devem planejar e organizar, mas o papel primário de um líder é influir nos demais para que tratem de alcançar com entusismo os objetivos estabelecidos." Ressalta ainda que, sem liderança uma organização seria somente uma confusão de pessoas e máquinas, assim como uma orquestra sem maestro seria apenas um conjunto de músicos e instrumentos.

        Robbins (2005) cita dois líderes que atuam de forma distinta. Vamos agora conhecê-los. São eles Carlos Ghosn e Richard Branson.

Carlos Ghosn (atua com o estilo de gerência)

        O brasileiro Carlos Ghosn, CEO das fabricantes de automóveis Renault e Nissan, pode ser considerado um líder que atua com o modelo de gerência porque sua liderança é orientada às operações.

        As qualidades pessoais de Richard Branson, presidente da Virgin Group, fazem dele um grande líder. Branson é descrito como alguém que adora diversão, sensível às necessidades das outras pessoas, trabalhador, inovador, carismático, entusiasta, dinâmico, decisivo e é uma pessoa que assume riscos.

        Esses traços ajudaram o empreendedor britânico a construir uma das marcas de produtos e serviços mais respeitadas e reconhecidas em todo o mundo nos segmentos de turismo, entretenimento e estilo de vida.

        Com esses dois exemplos, acredito que você tenha conseguido visualizar a postura dessas duas lideranças frente ao modelo de gestão adotado por cada um deles. 

        É frequente a confusão que existe entre autoridade e poder de influenciar pessoas que é a capacidade de liderança. A liderança é desenvolvida e não depende da ocupação de um cargo de autoridade para ser exercitada. Prova disso é a existência de líderes informais nas organizações. Os líderes informais são aqueles que influenciam pessoas mas não ocupam cargos de liderança. Eles possuem características pessoais que encantam e despertam a confiança e o respeito de outras pessoas.