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A Síndrome Bournout

Por:   •  30/6/2022  •  Trabalho acadêmico  •  1.966 Palavras (8 Páginas)  •  153 Visualizações

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SÍNDROME DE BOURNOUT

A Síndrome de Burnout é um distúrbio psíquico de caráter depressivo, de esgotamento físico e mental intenso, está intimamente ligada à vida profissional.

 A Síndrome de Burnout é derivada da língua inglesa e significa queimar-se ou destruir-se, o uso da referida palavra tem como função transmitir a ideia de que as pessoas portadoras desta síndrome sintam-se consumidas pelo próprio trabalho, visto que trata-se de uma reação tensional psicológica e emocional, desgaste físico causados por motivos profissionais. (TAMAYO, 2008).

No decorrer dos anos ocorreram muitas mudanças no mundo do trabalho, como, por exemplo, as novas tecnologias, a grande competição no mercado, a necessidade de produzir mais e com maior agilidade evitando desperdícios, entre muitos outros fatores.

Nesse novo cenário organizacional,novas exigências foram implantadas a fim de melhorar o desempenho e alcançar ou superar metas, como exigências de qualificação e de  competências do trabalhador. Como resultado, novas enfermidades emocionais surgiram em decorrência dessas mudanças como a Síndrome de Burnout,  um distúrbio emocional com sintomas de exaustão no ambiente de trabalho, que leva uma pessoa ao adoecimento, através do esgotamento profissional, prejudicando sua saúde mental e até mesmo física.

Segundo Freudenberger (1974), o Burnout pode ser compreendido em três dimensões: a exaustão emocional, caracterizada pelo sentimento de esgotamento emotivo, diminuição da eficiência e insatisfação dos trabalhadores; a despersonalização, com a ausência de sensibilidade emocional e a frieza perante a equipe; e a redução da realização profissional, que ocorre uma baixa na sensação de eficiência em referência sua ocupação (GIL-MONTE, 2003; CARLOTTO e PALAZZO, 2006).

Um estudo realizado pela PEBMED (portal da saúde), publicado em Novembro de 2020, revela que os profissionais com maior probabilidade de desenvolver a doença são profissionais das áreas relacionadas à saúde, professores, jornalistas e policiais, devido ao excessivo relacionamento interpessoal. No entanto, diversos outros fatores podem levar ao desenvolvimento da doença, como o clima organizacional no ambiente de trabalho ou até mesmo sobrecarga em trabalhos domésticos. Qualquer um está suscetível!

De acordo com a International Stress Management Association (ISMA-BR), o Brasil é o segundo país com o maior número de pessoas afetadas pela Síndrome de Bournout, tendo como principais causas as cobranças diárias, o excesso de atividades para realizar, pressão psicológica, entre outros.

Os principais sintomas da Síndrome de Burnout envolvem nervosismosofrimentos psicológicos e problemas físicos, como dor de barriga, cansaço excessivo e tonturas. O estresse e a falta de vontade de sair da cama ou de casa, quando constantes, podem indicar o início da doença. 

BENEVIDES-PEREIRA (2002, p.38), divide os sintomas em físicos, psíquicos, comportamentais e defensivos:

 Sintomas Físicos

• Fadiga constante e progressiva: a sensação de falta de energia, de vazio interno, é o sintoma mais referido na literatura e pela maioria das pessoas acometida pelo burnout. Muitas vezes as pessoas relatam que, mesmo depois de uma noite de sono, acordam cansadas e sem animo para nada.

• Dores musculares ou osteomusculares: as mais freqüentes são as dores na nuca e ombros. As dores na coluna (cervicais e lombares) também possuem alta incidência. Por vezes, o profissional que se vê “travado” por dias.

• Distúrbios de sono: apesar do cansaço e da sensação de peso nas pálpebras, a pessoa não consegue conciliar o sono ou dorme imediatamente, acordando poucas horas depois e permanecendo desperta apesar do cansaço. Sono agitado, pesadelos.

 • Cefaléias, enxaquecas: em geral, as dores de cabeça são do tipo tensional. Há relatos desde o latejar das têmporas, até dores persistentes e intensas em que a pessoa não suporta nem um mínimo de som ou qualquer fio de luz.

 • Perturbações gastrointestinais: podem ter intensidade que vai desde uma “queimação” estomacal, gastrite, podendo evoluir até mesmo a uma úlcera. Náuseas, diarréias e vômitos são referidos na literatura. Em algumas pessoas observa-se perda do apetite, levando a um emagrecimento significativo, enquanto que em outras há um aumento no consumo de alimentos, com consequências opostas.

• Imunodeficiência: diminuição da capacidade de resistência física, acarretando resfriados ou gripes constantes, afecções na pele como pruridos, alergias, herpes, queda de cabelo, aparecimento ou aumento de cabelos brancos.

• Transtornos cardiovasculares: neste item há relatos desde hipertensão arterial, palpitações, insuficiência cardiorrespiratória, até mesmo infartos e embolias.

• Distúrbios do sistema respiratório: dificuldade para respirar, suspiros profundos, bronquite, asma.

• Disfunções sexuais: diminuição do desejo sexual, dores nas relações e anorgasmia (no caso das mulheres), e ejaculação precoce ou impotência (nos homens)

• Alterações menstruais nas mulheres: atraso ou até mesmo suspensão da menstruação. Sintomas Psíquicos

• Falta de atenção, de concentração: a pessoa denota dificuldade de ater-se no que está fazendo. Parece estar sempre “distante”. Por vezes, sua atenção é seletiva, isto é, mostra-se distraída, sem interesse concentrandose por alguns instantes quando o assunto ou acontecimento tenha alguma importância pessoal, voltando ao estado anterior em seguida.

• Alterações de memória, tanto evocativa como de fixação. Apresentam lapsos de memória; muitas vezes para de realizar uma atividade que estava em curso por não saber mais por que a realizava, precisando retornar ao local ou momento anterior para tentar recordar-se. “O que foi mesmo que vim fazer aqui?”

• Lentificação do pensamento: os processos mentais tornam-se mais lentos, assim como o tempo de resposta do organismo.

• Sentimento de alienação: a pessoa sente-se distante do ambiente e das pessoas que a rodeiam, como se nada tivesse a ver com ela, como se as coisas fossem irreais.

• Sentimento de solidão: muitas vezes decorrente do traço anterior, a pessoa sente-se só, não compreendida pelos demais.

 • Impaciência: há uma constante pressão no que se refere ao tempo, sentindo que este é sempre menor do que gostaria, torna-se intransigente com atrasos, esperar passa a ser insuportável. • Sentimento de impotência: há a sensação de que nada pode fazer para alterar a atual situação, sentindo-se vítima de uma conjuntura superior às suas capacidades.

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