A Sustentabilidade e Organizações
Por: Odin06 • 26/12/2016 • Ensaio • 783 Palavras (4 Páginas) • 141 Visualizações
[pic 1] | Disciplina: Sustentabilidade e Organizações |
Docente: Prof Dr Benilson Borinelli | |
Discente: Matheus Toledo Bechara | |
O que são as Organizações? | |
Data: 04/10/2016 |
Definir o que são organizações, especialmente quando se especifica em que contexto a definição precisa ser dada, é algo que em um primeiro momento parece relativamente simples. Contudo, quando se trata de organizações no contexto de administração, esta tarefa passa a ser consideravelmente complexa, porque dependendo da visão de mundo que se tenha neste cenário, ou seja, dependendo do paradigma que se adote, as organizações podem ser interpretadas de forma completamente diferente. Assim, antes de definir propriamente o que são organizações, é preciso estabelecer um ponto de partida, um paradigma que irá sustentar tal conceito. Nos estudos organizacionais, há um relativo consenso no que tange aos quatro grandes paradigmas da administração, definidos por Burrel e Morgan (1979).
Segundo os autores, os quatro grandes paradigmas são: O paradigma funcionalista, que gera uma sociologia reguladora, em sua forma mais plenamente desenvolvida. Representa uma perspectiva altamente pragmática na orientação, preocupado em compreender a sociedade de uma forma que gere conhecimento que pode ser colocado em uso. O paradigma interpretativo, que norteia-se pela preocupação em compreender o mundo e a natureza fundamental do mundo social ao nível de experiência subjetiva, buscando explicações dentro do reino da consciência individual e subjetividade, no quadro de referência do participante em oposição ao observador de ação. O paradigma humanista radical é definido por sua preocupação em desenvolver uma sociologia da mudança radical do ponto de vista subjetivista. Esta abordagem da ciência social vê o mundo social a partir de uma perspectiva que tende a ser nominalista, antipositivista, voluntarista e ideográfica. Por fim, o estruturalismo radical tem o compromisso de mudança radical e potencialidade, em uma análise que enfatiza conflitos estruturais, os modos de dominação, contradição e privação, abordando estas preocupações gerais de um ponto de vista que tende para ser realista e determinista.
As linhas divisórias entre estes quatro paradigmas muitas vezes são confusas e altamente questionáveis. Contudo, é relativamente seguro afirmar que, enquanto o paradigma funcionalista e interpretativo fazem parte da chamada “Sociologia da Regulação”, porque buscam basicamente compreender o funcionamento do mundo e agir conforme esta compreensão, os paradigmas humanista radical e estruturalista radical compõem a chamada “Sociologia da Mudança Radical”, que tem por finalidade não meramente compreender o mundo, mas sim, modificá-lo. Segundo Burrel e Morgan (1979), o paradigma que oferece modelos de análise, que valoriza uma prática menos determinista e regulada do sujeito, é aquele relacionado à sociologia da mudança radical, mais especificamente, o humanista radical.
Na visão de Morgan (2005), o humanismo radical está voltado para a dialética e a emancipação humana individual e social, bem como à compreensão sobre como as pessoas podem ligar pensamento e ação para transcender sua alienação. No contexto organizacional, a proposta deste paradigma foca-se precisamente no conflito de ideias e ruptura de verdades institucionalmente construídas, aprofundando a análise de conflitos estruturais, contradições estruturais e modos de dominação existentes nas organizações. Esta análise, por sua vez, é articulada principalmente pelo interesse na emancipação humana, com o propósito de libertar o homem daquilo que o limita na ação. Investigação esta que teve seus primórdios nas críticas de Karl Marx ao capitalismo e a seu modo de produção altamente alienador e explorador.
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