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Desdobramento taylorista no setor bancário

Por:   •  12/10/2015  •  Artigo  •  6.881 Palavras (28 Páginas)  •  196 Visualizações

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O desdobramento taylorista no setor bancário

resumo:

Este artigo trata de uma pesquisa aplicada de cunho descritivo que busca responder como os pressupostos teóricos do taylorismo são aplicados em organizações bancárias contemporâneas, além de identificar dentro do setor bancário características que evidenciem a expropriação intelectual, alienação, ênfase nos métodos e processos de trabalho e a busca pela máxima eficiência. Foram aplicados 60 questionários distribuídos nas cidades de Taguatinga, Ceilândia e Samambaia. A Análise foi realizada através de cruzamento dos dados por sexo, idade, cargo, estado civil, escolaridade e relação ao comportamento Taylorista, com média, erro-padrão e frequência através da utilização da escala likert de cinco pontos para verificar o grau de concordância entre os respondentes. Sendo assim, os resultados obtidos demonstram o quanto o taylorismo é evidente no setor bancário, pois a busca pela eficiência faz com que se aonderem deste método que os proporciona máxima produção.

Palavras-chave: Taylorismo; Automação; Setor bancário.

  1. INTRODUÇÃO

A sociedade atual está cada vez mais exposta ao avanço tecnológico, globalização e consequentemente ao capitalismo, que é uma das maiores engrenagens para que o sistema em que vivemos permaneça funcionando e impulsionando o aumento de produção. Tendo como referências os preceitos básicos expostos por Taylor (1990), este trabalho irá abordar esses preceitos dentro do setor bancário contemporâneo tratando do estudo da fadiga humana, divisão do trabalho e especialização do operário, análise do trabalho e estudo dos tempos e movimentos, desenho de cargos e tarefas, incentivos salariais e prêmios por produtividade, condições de trabalho, padronização, supervisão funcional, homem econômico e avaliará também a automação bancária, fatores estes que influenciam diretamente nos aspetos físicos e psicológicos de cada colaborador, fazendo com que busquem sempre a própria superação e a necessidade de produzirem mais para que a recompensa seja equivalente ao seu esforço.

Taylor foi uma das pessoas mais influentes na vida tanto pública quanto privada de qualquer pessoa, por causa de seus métodos tão inovadores, se tornou uma pessoa extremamente procurada pelas organizações de sua época. Suas teorias são questionáveis até hoje, como a preocupação centralizada na produção e não nos operários, fator este, que nos remete a desumanização, que devido ao avanço que obtivemos proporcionado pela adição do departamento de pessoas nas organizações faz com que seja reavaliado nos dias atuais. Por outro lado, não houve na história método mais produtivo que o taylorismo, que foi o início para todas as outras forças produtivas advindas deste modelo. As empresas utilizam em sua composição a receita de Taylor até hoje para garantirem sua sobrevivência, que nada mais é a busca por eficiência. O fato é que este modelo precisa ser superado, mas após aproximadamente um século depois ainda não encontrou-se  algo suficientemente bom para que possa ser substituído, isso porque o taylorismo, em sua essência, continua concedendo resultado. (NOBREGA, 1997)

A taylorização no setor bancário faz uma analogia com o modo de organização industrial, no que diz respeito à repetição de tarefas que consequentemente levam à expropriação intelectual dos colaboradores, na especialização do operário, atuação de métodos científicos e principalmente em dois fatores: a utilização do estudo de tempos e movimentos onde ficou claro que o tempo é sinônimo de dinheiro e incentivos salariais e premiações que se tornou uma forte arma para o aumento da produção, pois aguçava o interesse e a necessidade de uma melhoria salarial e consequentemente leva ao desgaste físico. Ainda hoje podemos observar essas práticas no setor bancário seguido do desenvolvimento da automação, que hoje é uma das ações mais importantes para o aumento de produção.

As modificações introduzidas no processo de trabalho bancário, tais como: a padronização, rotinização, centralização e controle de atividades não podem ser desvinculados ao processo de automação ligado ao computador, que proporcionou um grande avanço relacionado às ferramentas utilizadas anteriormente para realização das tarefas.

Este tema nos revela o quanto o taylorismo é importante para a sociedade capitalista. Frederick W. Taylor se tornou o senhor do tempo através da utilização do cronometro em suas fábricas, dando apenas o ponta pé inicial para que ocorresse uma mudança global, proporcionando um grande aumento de produtividade em função do ganho de tempo e também a hierarquização e sistematização, fatores estes que justificam a escolha do tema.

Esta pesquisa contribui para maior entendimento acerca dos preceitos instituídos por Taylor, principalmente no setor bancário, a fim de que sejam demonstrados a importância da valorização do intelecto humano e os parâmetros motivacionais utilizados para alcance de máxima produção.

O presente trabalho trata-se de um estudo de caso acerca do desdobramento Taylorista no Setor Bancário e visa responder a seguinte problemática: Como os pressupostos teóricos do Taylorismo são aplicados em organizações bancárias contemporâneas?

O objetivo geral deste trabalho é obter um enquadramento crítico sobre o modelo taylorista no setor bancário, com ênfase nos métodos e processos de trabalho, a busca da eficiência e a expropriação intelectual advinda da imposição da administração científica.

Os objetivos específicos buscamidentificar as formas de expropriação do desempenho intelectualizado das tarefas, apontaras vantagens e desvantagens da utilização das rotinas sistematizadas e verificar a percepção de funcionários que trabalham nesse contexto, acerca da abordagem taylorista nos seus ambientes.

O Capítulo 2aborda sobre as principais referências dos pressupostos básicos de Taylor, alienação e expropriação intelectual, tarefas rotineiras e padronizadas e sistematização e automação bancária.A metodologia encontra-se no capítulo 3. Trata-se de uma pesquisa aplicada que descreve o método de análise de todas as variáveis de métodos de estudos, a fim de responder os objetivos específicos através da utilização da Escala Likert com cinco pontos, a análise dos mesmos encontram-se no capítulo 4, que se destina aos gráficos e tabelas.

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  1. REFERENCIAL TEÓRICO

Na mitologia grega Chronos era uma personificação do tempo, possuía três cabeças: de homem, touro e de leão, uniu-se com sua companheira Anake em volta de um ovo, formando assim uma espiral, separando-o e tornando-o o universo. Desta forma, conduziu Chronos a rotação dos céus e o caminhar eterno do tempo onde em outras representações engolia seu próprio filho.

Nessa visão, torna-se o tempo o fator de maior importância para a existência da humanidade, onde vivemos aprisionados a ele e que por fim seremos engolidos por este deus, pois ninguém foge do tempo, sendo necessário então nos aliarmos a ele, controlando o tempo para comer, dormir, trabalhar, para o lazer, para as atividades domésticas, enfim, o tempo se tornou mercadoria.

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