Estudo de Caso : Sustentabilidade em Gestão de Pessoas
Por: Sheila de Castro • 28/8/2018 • Trabalho acadêmico • 1.622 Palavras (7 Páginas) • 191 Visualizações
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UNIVERSIDADE ESTÁCIO DE SÁ
MBA EM GESTÃO ESTRATÉGICA DE PESSOAS
Fichamento de Estudo de Caso
Nome do aluno (a): Sheila de Castro Soares
Trabalho da disciplina Sustentabilidade em Gestão de Pessoas
Tutor: Helem Borges Figueira
Local: Biblioteca da Universidade Estácio de Sá
2018
Estudo de Caso :
Sustentabilidade em Gestão de Pessoas
ABN AMRO REAL: Crescendo Sustentavelmente
REFERÊNCIA:
KANTER, Rosabeth Moss; PINHO, Ricardo Reisen. Harvard Business School. 31 de Janeiro de 2006. 307-P03.
O texto em questão mostra a evolução do banco ABN AMRO REAL a partir da sua proposta de se tornar um “Banco de Valor”. Sendo o quarto maior banco privado no Brasil, seu direcionamento está voltado para a construção de uma empresa responsável socialmente, onde o respeito e a preservação do meio ambiente fosse uma realidade.
O grupo holandês ABN AMRO adquiriu o Banco Real em 1998, como parte da onda de consolidação do setor financeiro. Era também um período de alterações para o setor bancário, principalmente após a criação do Plano Real em 1994. Anteriormente, os bancos tinham suas receitas concentradas no float, proveniente da hiperinflação do país e muitos bancos estatais foram privatizados e outros desapareceram. Quando ocorre a fusão, a principal preocupação do ABN AMRO era em relação a cultura organizacional que prevaleceria. E nesse contexto o banco decidiu que o objetivo seria ter um relacionamento mais próximo aos clientes enfatizando a criação de valor como seu tema, com a seguinte missão: “satisfazendo clientes, gerando valor aos acionistas, empregados e às comunidades onde operamos, através de uma postura ética nos negócios e nos diferenciando pela qualidade dos nossos produtos, serviços e, especialmente, nosso atendimento ao cliente”.
A estratégia iniciou pela definição do tema, e a organização determinou parâmetros a partir da identificação de necessidades, com o desafio de pensar criativamente. Reuniões de Brainstorming eram realizadas com um grupo de oito executivos do banco e consultores externos ocasionais e a pauta abrangia diversas áreas, Além disso, até uma auto avaliação foi pensada, na qual foram analisadas as posturas internas do próprio banco. Por exemplo, uma das agências que ficava ao lado de um beco escuro, ponto de distribuição de drogas e
de facilitação para assaltos. Foi pensada uma ação conjunta com a comunidade local, a fim de revitalizar o espaço, colocar iluminação e dois quiosques empregando jovens de baixa renda. Ou seja, a empresa acreditava que cada um deveria ser capaz de mudar o seu “beco vizinho”, para assim mudar o mundo. Após todo o estudo e implantação da visão proposta no final de 2002 foi lançado na mídia a campanha “ o Banco da sua vida”. Os líderes do ABN AMRO REAL decidiram que esse seria o foco do banco priorizando os relacionamentos e a responsabilidade social e ambiental.
Em novembro de 2001 foi criado um departamento com a função de disseminar a responsabilidade social na cultura do banco, sob a direção Maria Luiza de Oliveira Pinto. Após cumprido seu objetivo educacional, a ideia era que o departamento deixasse de existir, ou seja, seria algo temporário. Como uma das primeiras ações, foram criados três comitês: mercado (responsável por produtos, clientes e análise de riscos de crédito), administração (eficiência ecológica, diversidade de funcionários e fornecedores) e ação social (investimentos sociais e envolvimento com a comunidade). Além disso, foram desenvolvidos relacionamentos com diversas ONG’s na busca de suporte em seus empreendimentos.
O conceito de dar foco nos clientes e ser um líder em responsabilidade social era visto como um desafio, já que estabelecer padrões socioambientais implicava se afastar de alguns clientes, em função das suas práticas. Porém alguns casos tiveram um resultado positivo, tendo em vista que a partir de esclarecimento e orientação, clientes revisaram suas ações entrando em sintonia com a proposta de sustentabilidade do banco.
Outras ações adotadas como estratégia do ABN AMRO REAL para disseminar sua cultura envolveram um programa de treinamento em parceria com a IFC, buscando educação política e análise de risco social e ambiental para os funcionários. A responsabilidade socioambiental também se tornou critério para avaliação de crédito, avaliando desde índices de acidente de trabalho a processos de tratamento de lixo tóxico. Outro ponto estratégico foi propor aos clientes mudanças em suas práticas a partir de estudos, análise de especialistas e ouvir o problema ao invés de apenas rejeitar seus projetos, dando assim a oportunidade da empresa cliente está em consonância com os princípios da cultura do banco.
Em 2001 foi lançado o Fundo Ethical, um dos primeiros produtos para investidores socioambientais: um fundo de ações composto por empresas que praticam sólida governança corporativa e que integram fatores econômico-financeiros com socioambientais.
Outros produtos desenvolvidos foram linhas de financiamento para projetos de melhoria do desempenho socioambiental para clientes comerciais e também a criação de um grupo de desenvolvimento de microcrédito visando financiar projetos autônomos de geração de renda para pessoas mais pobres. Para tal, buscaram-se profissionais com experiência no setor e vivência em áreas mais carentes, pois a ideia era ir até o cliente em seu local.
As preocupações com a sustentabilidade precisavam passar também pelos fornecedores do banco. Não fazia sentido disseminar uma cultura de responsabilidade apenas para clientes e funcionários se o relacionamento e práticas dos fornecedores não estivesse de acordo. Pensando nisso, o ABN AMRO REAL realizou reuniões e discutiu com seus fornecedores o conceito de “Banco de Valor”. O objetivo era que os fornecedores se juntassem ao banco e adotassem os princípios de responsabilidade social. A partir disso, novas diretrizes foram adotadas, como um tipo de manual de boas práticas para os fornecedores e assinatura de termos de serviço declarando conhecimento das políticas do banco.
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