Representações de infância e criança
Por: Pamela.Lopes • 8/4/2017 • Resenha • 1.409 Palavras (6 Páginas) • 338 Visualizações
Representações de infância e criança
APRESENTAR CONSIDERAÇÕES ACERCA DAS REPRESENTAÇÕES DE INFÂNCIA E CRIANÇA PRESENTES
DESDE O SÉCULO XII AOS TEMPOS ATUAIS.
AUTOR(A): PROF. JAYSON MAGNO DA SILVA
Ao longo deste tópico, buscou-se de modo sucinto apresentar os aspectos do percurso histórico das
concepções de infância e de criança. Primeiramente, são tecidas considerações sobre o que se entende por
representação social, em seguida, sobre a complexidade da tentativa de estabelecer uma definição do que
seja a infância e criança.
Ao se afirmar que a infância é uma construção social e histórica, verifica-se que tal concepção vem sofrendo
mudanças no decorrer do tempo, o que a levou a ser concebida também de variados modos nos mais
diversos períodos da história.
Cabe ressaltar, ao afirmar que a infância é uma construção social e histórica concebe-se que tal concepção
vem passando por mudanças no decorrer dos tempos, que são históricos, levando a diferentes visões nos
diferentes períodos.
Em Concepções históricas sobre infância e representação social, Cavalcante e Santiago (2015) trazem as
reflexões de Moscovici para caracterizar a Teoria das Representações Sociais – RS – indicando caminhos
para o possível entendimento desses fenômenos que envolvem “[...] uma série de proposições que
possibilita que coisas e pessoas sejam classificadas, que seus caracteres sejam descritos, seus sentimentos e
ações sejam explicados e assim por diante”.
Segundo Castro (2015) ao trazer as definições contidas no dicionário Aurélio, diz que criança remete ao “ser
humano de pouca idade”, tem relação ao “período de crescimento” do ser humano do nascimento até a fase
da adolescência.
Em ambas as caracterizações, pode-se perceber que a definição de criança se dá pelos aspectos biológico e
etário e também como etapa de passagem.
Porém, defini-la apenas sob estas perspectivas, é insuficiente, como se procura mostrar aqui.
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[...] se a história da criança não é passível de ser narrada na primeira pessoa, se a criança
não é nunca biógrafa de si própria, na medida em que não toma posse da sua história e
não aparece como sujeito dela, sendo o adulto quem organiza e dimensiona tal narrativa,
talvez a forma mais direta de percepcionar a criança, individualmente ou em grupo, seja
precisamente tentar captá-la com base nas significações atribuídas aos diversos discursos
que tentam definir historicamente o que é ser criança.
(P.20).
É sabido que a literatura sobre a criança é escrita por adultos, refletindo sua visão de acordo com as épocas
e sem levar em consideração o que dizem e pensam as crianças. De acordo com Quinteiro (2015, p. 77) é
notada a persistência de um olhar adultocêntrico sobre a infância, concebendo a criança como “não adulto”,
ou seja, tomando como referencial o adulto e definindo-a a partir das características que não detém.
Diante da complexidade em se referir à Infância e à criança, há ideias de Kuhlman e Fernandes (apud
GOUVEIA, 2007) que merecem destaque:
Autores como Nascimento; Brancher; Oliveira (2015) entendem que a ausência de uma história da infância
e um registro historiográfico tardio indicam as dificuldades do adulto de ver o mundo da criança em sua
perspectiva histórica.
Anteriormente ao século XVI, de acordo com Levin (apud NASCIMENTO; BRANCHER; OLIVEIRA, 2015, p.
3-4), a negação da existência biológica da criança remete ao não reconhecimento de uma consciência
social, não admitindo a existência autônoma da infância enquanto “categoria diferenciada do gênero
humano”.
Em consonância, para Narodowski (apud NASCIMENTO; BRANCHER; OLIVEIRA, 2015, p. 3), a infância
refere-se ao fenômeno histórico e não natural, caracterizado a partir da heteronomia, da dependência e da
obediência ao adulto em troca de proteção. Assim, se deve aceitar a tese de Ariès (2012) segundo a qual a
infância é uma espécie de produto inexistente antes do século XVI.
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De acordo com o pesquisador, para os estudiosos da Idade Média a criança não passava de um adulto em
miniatura sempre exposta a todas as vivências de um adulto e já ingressava na sociedade logo que pudesse
viver sem a supervisão da ama e/ou da mãe.
Legenda: CRIANçAS, ADULTOS EM MINIATURAS
“Passado o estrito período de dependência física da mãe, esses indivíduos se incorporavam plenamente ao
mundo dos adultos”, diz Levin (apud NASCIMENTO; BRANCHER; OLIVEIRA, 2015, p. 4).
“Vestiam-se como eles [adultos], faziam os mesmos trabalhos e ingressavam na comunidade sexual dos
adultos quando tinham idade inferior à dos garotos e garotas
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