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Resenha Artigo Politica e Adm

Por:   •  29/3/2022  •  Resenha  •  657 Palavras (3 Páginas)  •  105 Visualizações

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Resenha Artigo

O artigo " MARTINS, H. F. Burocracia e a revolução gerencial - a persistência da dicotomia entre política e administração. Revista do Serviço Público, v. 48, n. 1, p. 42-78, 1997 analisado neste texto foi produzido por Humberto Falcão Martins, Doutor em Administração (EBAPE/FGV, 2003), Mestre em Administração Pública (EBAPE/FGV, 1995), Especialista em Políticas Públicas e Gestão Governamental (ENAP, 1996) e bacharel em Administração (UnB, 1986). Em sua obra o autor procura analisar de forma crítica e abrangente o tema burocracia aplicado à gestão publica e correlacionar ao papel burocrático dentro das organizações. Além disso, o autor também explica as ideias presentes em cada modelo de administração pública vinculada à chamada revolução gerencial e nos convida a aplicar cada um desses modelos ao contexto de administração publica em que vivemos, com um objetivo puramente analítico.

O artigo conta com diversas analises históricas desde o nascimento da ideia de burocracia, passando pela perspectiva weberiana e pincelando as ideias de Parons e Merton, por exemplo. O autor ainda reforça o conceito de burocracia dentro da organização, levando em conta a expressão “burocracia é poder” e a partir daí temos uma discussão a respeito do que realmente vem a ser puramente o significado de burocracia e o quanto seu sentido foi deturpado ao longo do tempo. Isso nos revela que esse conceito passou por muitos sociólogos e analíticos, doutores, estudiosos da área e ainda assim não obtivemos uma formula para definir e implantar a burocracia em sua essência na esfera da política pública. A grande questão abordada pelo autor do artigo nessa secção analisada é a dicotomia entre política e administração. Existe uma linha muito tênue entre essas duas palavras e ao mesmo tempo, quando colocamos em jogo a questão burocrática do sistema, esses dois conceitos perdem a ligação de forma a cada um aparentemente pertencer a um locos e terem seus próprios critérios. A desintegração entre a política e a administração na esfera publica burocrática também deixa bem explicita o conflito que existe entre os conceitos “inserção social” e “regulação política”. Passamos pelas analises feitas acerca da regulação que existe crescentemente sobre a inserção social na medida em que o Estado consegue mais poder sobre o social. E essa relação entre esses termos parece ser inversamente proporcional, quando o autor aponta exatamente que o ideal seria que houvesse harmonia entre esses termos.

Outros cientistas da área chegaram ao conceito de organização “pós-burocrática”, que revela mais uma vez um indicio de marginalização da burocracia, como fenômeno que atrapalha a flexibilização das organizações e que torna a dinâmica organizacional turbulenta. Esse processo de modernização da burocracia, que foi visto de forma mais explicita no período pós ditadura militar no Brasil, trouxe consigo o conceito de “revolução gerencial”, que seria uma tentativa de reconstituição da administração pública, depois de passar por períodos de incertezas e indefinição, mudanças de forma de governo. E existem três modelos citados pelo autor que caracterizam a revolução gerencial, os quais ainda assim, não conseguiram romper com a dicotomização entre a administração e política na esfera burocrática. Como o próprio autor diz, “a  burocracia publica é modernizável gerencialmente e passível de inserção social (...). A modernização gerencial e a inserção social são certamente um requisito de excelência para as organizações públicas brasileiras”.

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