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Resenha Crítica Amores Líquidos

Por:   •  6/10/2021  •  Resenha  •  579 Palavras (3 Páginas)  •  148 Visualizações

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Resenha crítica

A reportagem fala sobre como a pandemia trouxe a tona questões relacionadas ao emocional das pessoas, no caso, os relacionamentos amorosos. Até antes do vírus se alastrar pelo mundo todo, uma onda de “amores líquidos” vinha ganhando cada vez mais força. Como mostra na reportagem da revista Capricho, até então a “supervalorização” da liberdade e a ideia de que a liberdade real só seria obtida com a “solteirice” levava muitos relacionamentos a se tornarem líquidos, passageiros, efêmeros. Com a pandemia, muitas questões se ressignificaram, e a forma como os relacionamentos são vistos também. De repente, as pessoas se viram impossibilitadas de saírem de casa, de festejarem, de se reunirem com amigos, e até de conhecerem pessoas. Os relacionamentos amorosos se tornaram uma espécie de “lazer”, as pessoas que possuíam relacionamentos se sentiram mais seguras e autora da reportagem acredita que no mundo pós pandemia a busca por companhia deve se tornar ainda maior.

O sociólogo Zygmunt Bauman em seu livro Amor líquido: sobre a fragilidade dos laços humanos, fala sobre os tipos de relacionamentos do mundo moderno. Para Bauman (2004) o termo “amor líquido” serve para representar a fragilidade dos relacionamentos amorosos atuais, sendo que o amor líquido seria mais um produto da modernidade líquida, que se trata de um período atual, caótico, onde as pessoas se sentem mais inseguras e confusas. A modernidade líquida tem gerado uma crise emocional tão grande, que insere nas pessoas o egoísmo, narcisismo, egocentrismo, individualismo.

“O mundo pós-moderno está se preparando para a vida sob uma condição de incerteza que é permanente e irredutível” (BAUMAN, 1998, p.32). Segundo Bauman (1998), a estabilidade e continuidade da modernidade foram substituídas pela incerteza não só em questão dos relacionamentos amorosos, mas também em relação ao mundo e a forma de se viver nele.

A pandemia trouxe a tona diversos questionamentos, principalmente relacionado ao que realmente importa na vida. Diante tantas perdas e tanta dor que muitos têm passado, os relacionamentos, sejam eles amorosos, familiares, entre amigos, ganharam força e importância. O individualismo, egocentrismo teve que dar lugar à compaixão. Ainda que contra a vontade, muitas pessoas se viram numa situação de serem “umas pelas outras” já que a disseminação do vírus se dá de pessoa pra pessoa, e as recomendações de se usar máscara, distanciamento social, isolamento, entram na esfera de que não é só de você mesmo que está cuidando, mas sim, colaborando com toda a sociedade. De repente, a preocupação com o outro tem que ser maior que com seu próprio ego, caso contrário, a conta pode sair cara, pois o vírus não escolhe cor, classe social nem credo. Na reportagem se fala muito sobre esse novo cenário, onde as relações amorosas (principalmente) ganharam uma nova perspectiva. Como pode-se observar na teoria de Bauman, o mundo moderno vinha se tornando cada vez individualista e egocêntrico, porém, a humanidade não esperava passar por uma pandemia, que olhando pelo lado positivo, serviu para mostrar a todos que não existe condição financeira, religião, etnia, nada que esteja acima um do outro, e que precisa-se uns dos outros mais do que se acreditava. De repente, a efemeridade das relações deu lugar à segurança

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