Resenha - Filme Duelo de Titãs

O Filme “Duelo de Titãs” conta a história de “Boone” (Denzel Washington), um técnico de futebol americano contratado para trabalhar no comando de um time universitário (os Titãs) dividido pelo racismo nos anos 70. Outro personagem central era Yoast, que era o técnico do time antes da chegada de Boone. Yoast tinha a simpatia e mantinha um bom relacionamento com o grupo de jogadores “branco”.

No início do filme é possível identificar o técnico Yoast com um perfil de liderança mais voltado para a liderança transformacional e o do Boone como uma liderança Transacional, focada somente na recompensa se o objetivo for alcançado. Logo em uma das primeiras cenas o técnico Boone fala: “Isso não é uma democracia; é uma ditadura!”. Essa frase demonstra uma forma de liderança antiga, considerada um estilo autocrático. Este estilo de liderança é marcado pela centralização irrestrita, no líder, da autoridade e das decisões. O que se espera de uma autocracia é a obediência dos subordinados, sem contestações.

Inicialmente, Boone sofre preconceitos raciais por parte dos demais técnicos e até mesmo de jogadores do seu time, mas, aos poucos, ele conquista o respeito de todos e deixa de ser o líder designado para ser um líder “emergente”. O técnico Boone ao ingressar no time decide fazer uma concentração com os jogadores (brancos e negros) e fica é nítida a falta de coesão do grupo. Boone obriga que todos os atletas soubessem mais sobre outro. Com o tempo os jogadores começaram a se entender entre eles e assim aceitaram melhor as coordenadas passadas pelo técnico, mostrando que um negro pode sim ser técnico e liderar um time de futebol igual a um branco.

Fica muito claro no desenvolver do filme a importância da relação “Líder x Seguidor”. Por meio da liderança autêntica que o técnico Boone desenvolve ao longo do tempo, ele consegue criar um relacionamento “in-group” com os jogadores do time.

É possível identificar no decorrer do filme as fases do desenvolvimento da liderança:

1. Fase do estrangeiro; A interação entre o técnico Boone e seus jogadores depende unicamente das relações contratuais. Há uma baixa qualidade na relação entre eles, similar ao relacionamento “out-group”.
2. Fase do Conhecimento; Com o tempo há um maior compartilhamento de informações pessoais, um maior desenvolvimento da confiança entre o técnico e dos jogadores entre si.
3. Parceria Madura; esta etapa é marcada pela confiança total adquirida pelo Boone com os jogadores. Há uma reciprocidade no relacionamento entre o Líder (técnico Boone) e os seguidores (jogadores). O líder e seus seguidores movimentarem para além dos interesses pessoais, focando no bem da equipe.

Podemos dizer então que as relações afetivas do líder com o grupo têm sido entendidas como sendo de grande efeito nas situações favoráveis. Sendo o Boone um líder respeitado e querido, podendo obter o consentimento do grupo em relação as suas decisões, sem o exercício do poder, podendo dessa forma agir mais decisivamente com mais confiança do que o líder que não é querido ou é rejeitado pelos membros do grupo .

Além do líder principal “técnico Boone”, é possível evidenciar traços de liderança em outros personagens como Gerry e Julius, onde ambos administraram uma serie de conflitos intra grupo, tentando influenciar seus colegas a não só aceitarem o novo técnico mais sim a constituírem uma nova equipe.

No mundo corporativo o trabalho em equipe é imprescindível, e entender a liderança do outro é um diferencial para quem quer gerir equipes de sucesso. O diálogo é fundamental, porém, sem ter dor de dizer a verdade. Todos precisam de clareza sobre o trabalho exercido para melhorarem o rendimento e, muitas vezes, de uma oportunidade através de uma percepção do gestor.

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