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Surgimento do terrorismo

Por:   •  27/3/2017  •  Resenha  •  2.768 Palavras (12 Páginas)  •  337 Visualizações

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SURGIMENTO DO TERRORISMO

O terrorismo não tem um momento preciso de surgimento histórico, mas pode se considerar seu início quando da origem do Estado, e das sociedade politicamente organizadas, contudo injustas.

A palavra Terrorismo passou a ser mais empregada a partir de 1973 na França.

CAUSAS INICIAIS DO TERRORISMO

Umas das principais causas iniciais do Terrorismo seria a extrema pobreza como o lar de todos os extremismos, ou seja, a revolta, o medo, a insegurança e a injustiça sentida pelas minorias, levando elas a se rebelarem, de modo a atingir seus objetivos.

O ódio é um sentimento dominante nestas pessoas que vêem na violência uma forma de fazer valer os seus princípios, recém-adquiridos, que funcionarão para eles como uma base cultural, normas ou leis morais que os ajudam a ter um sentido de pertença.

MOTIVAÇÃO

Muitas podem ser as causas que motivam um terrorista: a expulsão de estrangeiros, provocar mudanças políticas, realizar retaliação e vingança, ganhar projeção local ou global, construir uma imagem de poder, angariar apoio do público, recrutar novos territórios, preservar território, cultura, religião...

Nos conflitos terroristas, a moral assume um papel preponderante na mente dos terroristas que consideram os seus valores fundamentalistas como corretos, onde todos os demais devem respeitá-lo, mesmo que para que estes valores sejam impostos, seja necessário recorrer à violência.

O PROCESSO DE RECRUTAMENTO

No sentido organizacional da palavra, o recrutamento traduz-se no conjunto de procedimentos que visa atrair e captar candidatos potencialmente qualificados e capazes de ocupar cargos dentro da organização.

Os possíveis militantes podem ser encontrados de diversas formas, contudo, existem algumas mais viáveis para recrutar seguidores:

  • Em rede: As relações pessoais assumem uma importância crucial no recrutamento de indivíduos por parte de organizações terroristas. O recrutamento em rede, através de mecanismo de introdução, representa um dos moldes mais comuns de adesão a um grupo terrorista. Desta forma, um indivíduo que se relacione com outro para quem pertencer a um grupo terrorista constitua uma parte central da identidade social, terá muita dificuldade em manter essa relação sem vir a partilhar os valores e preocupações do outro.

  • Instituições de promoção do terrorismo: Nos processos de radicalização, as conexões físicas assumem um papel de extrema importância durante o recrutamento - mesmo os indivíduos auto-recrutados através da internet, posteriormente, encontram-se com membros da organização, de forma a avançarem nesta. Este contacto físico pode ocorrer através de qualquer instituição promotora do terrorismo. Segundo entrevistas realizadas no Médio Oriente a terroristas detidos, a mesquita foi a instituição mais referida como meio de entrada na organização terrorista. As grandes figuras de autoridade da mesquita assumiram um papel de grande destaque na introdução destes membros, desenvolvendo neles uma consciência política através das orações e da participação em aulas de religião.
  • Madrassa: Outra base de recrutamento de terroristas é a madrassa. Uma instituição de educação que oferece instrução nos assuntos islâmicos incluindo, não só mas também, o Alcorão e os ensinamentos do profeta Maomé, assim como jurisprudência e leis.

A MENTE DE UM TERRORISTA

Como a psicologia não foi capaz de encontrar evidências de que terroristas que executam atos suicidas violentos são insanos (na verdade a evidência é contrária), devemos assumir que o seu comportamento é o resultado de uma forte e efetiva doutrinação: ou o que poderíamos chamar de "produção sistemática da mente do terrorista" por um grupo político ou religioso, usando técnicas consagradas pelo tempo para recrutamento, persuasão, e conversão.

A idéia de que terroristas são mentalmente doentes não corresponde à realidade.

Eles não são loucos que ouvem vozes do além. São pessoas que acreditam estar agindo certo e farão de tudo para atingir seus objetivos.

A doença mental não parece ser um fator crítico na explicação do comportamento terrorista. A maioria dos terroristas não são psicopatas. Ideologias terroristas tendem a proporcionar um conjunto de crenças que justificam certos comportamentos violentos, essas crenças são consideradas como absolutas, e os comportamentos são justificados por servir a uma causa maior.

Essa explosão de ódio e violência motivada por uma causa – por mais absurda que seja – é o que separa, para os pesquisadores, o perfil de um terrorista do de um psicopata. “O psicopata tem um problema no cérebro que o torna incapaz de sentir emoções, culpa e arrependimento como as pessoas normais”, diz Renato Sabbatini, neurocientista da Unicamp. “É como um problema na configuração do hardware de um computador.” Ele diz que imagens dos cérebros dessas pessoas quase sempre revelam que eles têm uma atividade deficiente no lobo frontal, a região abaixo da testa que cuida das emoções. Por não sentirem remorso ou qualquer inibição de origem emocional, são capazes de cortar suas vítimas com a tranqüilidade de quem prepara um jantar numa noite agradável. “É pura ingenuidade achar que os 19 homens que participaram dos atentados contra Nova York e Washington se enquadrem nesse perfil”, diz Sabbatini.

O psiquiatra Henrique Del Nero, da Universidade de São Paulo (USP), diz que há outra diferença fundamental que coloca em lados opostos esses dois tipos de criminosos: “Psicopatas não agem como suicidas, eles sentem prazer na violência e nunca interromperiam esse prazer se matando”, diz Del Nero. “Já os terroristas podem se suicidar porque têm a convicção de que vale a pena morrer em seu esforço contra o inimigo.” Eles acreditam estar lutando por uma causa maior que suas próprias vidas.

A necessidade de ser aceito por um grupo, sentir-se parte de uma comunidade, escolhido e reconhecido como alguém especial seria o suficiente para atrair muitos adeptos a seitas fanáticas ou grupos extremistas.

Agora misture esses ingredientes à pregação do uso da violência e à catequisação de que matar em troca da própria vida é uma honra suprema, e estaria pronta a receita explosiva que mantém esses grupos em ação. Se por trás dessa mente existir uma narrativa religiosa que incita o sujeito a cometer atentados, ele certamente o fará.

Com a crença de que a morte pela causa levará o terrorista ao paraíso, qualquer espécie de negociação torna-se praticamente impossível.

Por exemplo, no atentado ocorrido no dia 11 de setembro, eles não queriam a libertação de prisioneiros, dinheiro, nem o reconhecimento de algum Estado, apenas atacar e humilhar um país que eles consideram um representante do mal.

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