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A construção do saber

Por:   •  9/5/2016  •  Trabalho acadêmico  •  1.272 Palavras (6 Páginas)  •  267 Visualizações

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FAC703 - Metodologia da Pesquisa em Ciências Contábeis

2016.1

3C

LAVILLE, Christian. DIONE, Jean. O Nascimento do Saber Científico.                              In:___________________ A Construção do Saber. Manual de metodologia da pesquisa em ciências humanas. Trad. Heloísa Monteiro e Franciso Settineri.-Porto Alegre: Editora Artes Médicas Sul Ltda; Belo Horizonte. Editora UFMG, 1999.

Rio de Janeiro

Abril de 2016

Capítulo 1- A construção do saber científico

Os autores, Christian Laville e Jean Dionne iniciam o capítulo enfatizando que não é fácil é viver. Para tanto, cita como exemplo o homem da pré-história e suas necessidades de lutas para sobreviver, tanto pela descoberta de novas ferramentas quanto pela luta contra aspectos naturais.

Confrontado com suas necessidades, a necessidade de dispor do saber, sempre o fizeram evoluir afim de facilitar sua existência. Após essa breve introdução o próprio título do próximo tópico chama a atenção para o que serão abordado: os saberes espontâneos. Diz da natureza da construção do saber, o qual é ou era construído a partir de sua experiência e de suas observações pessoais. Além do exemplo dos homens das cavernas que eram estimulados pelo ambiente sem ferramentas e comportamentos determinados, os autores trazem o exemplo das crianças que se queima ao tocar o fogão aceso, aprende que é quente. Se o toca uma segunda vez, depois de uma terceira, constata que sempre é quente. Daí ocorre uma generalização ou uma associação de que encostar no fogão não lhe trará um resultado positivo.

Os saberes podem advir de formas diferentes como a intuição e a tradição. A intuição diz do conhecimento que vem do senso comum, da percepção imediata sem necessidade de intervenção do raciocínio, é em essência o saber espontâneo. Já a tradição é o princípio de divulgar e propagar o conhecimento e saberes. Assim os saberes que as tradições transmitem parecem, às vezes, não se basearem em qualquer dado de experiência racionalizada. Assim, por exemplo, é divulgado pela nossa sociedade, que o número 13 é um número que se refere ao azar.

No entanto, com muita frequência, ao longo da história, autoridades se encarregaram da transmissão da tradição. Dentre essas, a Igreja Católica divulgou muitas regras sem nenhuma base racional, como as regras para o casamento, tendo como objetivo prevenir as uniões incestuosas e inclusive consanguíneas. Não só a Igreja Católica, mas todas as religiões transmitem sua autoridade através de saberes que guiam a vida de seus fiéis sem que seu sentido ou origem sejam sempre evidentes.

O ser humano desde muito cedo, sentiu a fragilidade do saber fundamentado na intuição, no senso comum ou na tradição e rapidamente a concepção do saber racional que acabou se estabelecendo, no Ocidente, há um pouco mais de um século, com uma forma dita científica.

Com a busca por explicações racionais, as autoras destacam a evolução do pensamento científico. Para isso destacam a importância dos Filósofos, principalmente, aqueles que iniciaram seus pensamentos na Grécia antiga. Dentre os precursores do pensamento racional, Platão e Aristóteles são os mais conhecidos, que desenvolveram os instrumentos da lógica e, especialmente a distinção entre objeto e sujeito: de um lado, o sujeito que procura conhecer e, de outro, o objeto a ser conhecido, bem como as relações entre eles.

A partir do raciocínio lógico elaborado, os gregos elaboraram o raciocínio dedutivo e o indutivo, ambos hoje essenciais à construção metódica do saber. Essas ferramentas importantes das ciências matemáticas começam a servir-se para abordar os problemas do real ou interpretá-lo.

No decorrer dos séculos, o progresso na concepção da ciência e dos métodos de constituição do saber tornaram-se morosas. Os romanos davam ênfase muito mais a prática do que a teoria, sobretudo nos domínios da agricultura, arquitetura e guerra. Com a Idade Média a reflexão filosófica é dominada pela religião e a teologia supera a filosofia. Por outro lado, no século XVII surge a preocupação em se preceder à observação empírica do real antes de interpretá-lo pela mente, depois, eventualmente, de submetê-lo a experimentação, recorrendo-se às ciências matemáticas. Assim, ciência experimental começa a se definir.

No século XVII é que há a confirmação dessas tendências, e o pensamento científico moderno começa a se objetivar. Assim o saber racional parte do empirismo e coloca essa explicação à prova, a experimentação. O raciocínio indutivo conjuga-se então com o raciocínio dedutivo, unidos por esta articulação que é a hipótese: o raciocínio hipotético-dedutivo. O conhecimento, o saber não mais repousa na especulação, ou seja, no simples exercício do pensamento, mas sim na observação, experimentação e mensuração, fundamentos do método científico em sua forma experimental. Assim, pode-se dizer o método científico nasce do encontro da especulação com o empirismo.

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