Administração entre tradição e renovação
Resenha: Administração entre tradição e renovação. Pesquise 862.000+ trabalhos acadêmicosPor: 92222266 • 27/10/2014 • Resenha • 620 Palavras (3 Páginas) • 556 Visualizações
RESENHA BIBLIOGRÁFICA
A administração entre a tradição e a renovação.
Ornar Aklouf. São Paulo, Atlas, 1996. 269p. *
Sylvia Constant Vergara * *
Ornar Aktouf, reconhecido professor, pesquisador e consultor sediado no
Canadá, tem brindado seus leitores com rica e densa literatura que sinaliza para
a necessidade de uma administração verdadeiramente humana. Também é disto
que o livro trata. Estruturado em seis capítulos, por vezes repetitivo, ilustra os
pontos de vista do autor com a experiência de dois países - Coréia e Suécia -
e de seis empresas, uma das quais localizada no Brasil, considerados todos como
modelos de alto e renovado desempenho, embora tenham questões não-resolvidas.
Aktouf entende como administração tradicional aquela cujas ações se fundamentam
nos pressupostos de Adam Smith, Taylor, Fayol, Elton Mayo e Ford,
bem como nas correntes de cultura organizacional e de qualidade total. Lembra
que suas bases conceituais se revelam não como ciência, mas como doutrina.
Esta foi desencadeada nos EUA do pós-guerra, e empresas e pessoas estão dela
impregnadas. Segundo o autor, para essa doutrina, eficácia é sinônimo de submissão,
logo, empregado é alguém para ser teleguiado. Disciplina, ordem, obediência,
hierarquia, diferença de status, separação dos papéis de concepção e de
realização são seus pilares. Duplo constrangimento é a sua marca: traz em si a
alienação, mas supervaloriza a autonomia; arruma-se numa estrutura relacional
de dependência, mas louva a liberdade; provoca a infantilização do empregado,
obriga-o ao silêncio, mas clama por participação.
Administração tradicional é aquela que privilegia crenças míopes, tais como
"o homem certo no lugar errado". Abraçar tal crença é limitar as capacidades de
uma pessoa ao que é exigido pelo posto que ocupa, não oferecendo oportunidades
para a inventividade, iniciativa, imaginação, engajamento criador, busca do
sentido do trabalho. É aquela que vê pessoas como "recursos humanos". Ora,
toda pessoa reduzida ao estado de recurso, isto é, de objeto dirigível e utilizável,
não pode ser nada mais do que uma pessoa coisificada, alienada, que despreza
sua empresa. Um recurso só poder ser humano, se o humano se desumanizar, porque
o ser humano é feito para ser parceiro, consciente e voluntário, de seu semelhante.
Administração tradicional é aquela que tem contado com a legitimidade
que lhe dão as escolas de administração quando enfaticamente privilegiam aná-
* Síntese desta resenha foi publicada na Rel'ista RI/mos do DeSCIlI"O/I'ÚIlCllto (133). fev. 1997.
** Professora da EBAPIFGY.
RAP RIO DE JANEIRO 31(2):199·201. MAR.lABR. 1997
lise, abstrações matemáticas, cálculo, estudos de caso. Essas coisas são importantes,
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