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Apreciação Crítica da Administração Científica

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Por:   •  1/5/2014  •  Pesquisas Acadêmicas  •  2.603 Palavras (11 Páginas)  •  1.519 Visualizações

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CHIAVENATO, Idalberto, Teoria Geral da Administração. São Paulo: CAMPUS, 7ª Edição, 2004.

Apreciação Crítica da Administração Científica

A denominação Administração Científica deveria ser substituída por estudo científico do trabalho. Na verdade, Taylor foi o precursor da moderna organização do trabalho.

As principais críticas à Administração Científica são as seguintes:

1 . Mecanicismo da administração científica

A Administração Científica restringiu-se às tarefas e aos fatores diretamente relacionados com o cargo e a função do operário. Embora a organização seja constituída de pessoas, deu-se pouca atenção ao elemento humano e concebeu-se a organização como "um arranjo rígido e estático de peças", ou seja, como uma máquina: assim como construímos uma máquina como um conjunto de peças e especificações, também construímos uma organização de acordo com um projeto. Daí a denominação "teoria da máquina" dada à Administração Científica.

As "principais ferramentas da Administração Científica foram os estudos dos tempos e movimentos. Os períodos de descanso durante o dia de trabalho foram estudados em termos de recuperação da fadiga fisiológica. Os salários e pagamentos de incentivos, como fontes de motivação, foram concebidos em termos de um modelo do homem econômico". A pressuposição é a de que os empregados "são essencialmente instrumentos passivos, capazes de executar o trabalho e receber ordens, mas sem poder de iniciativa e sem exercerem influência provida de qualquer significado".

DICAS

A pesquisa Hoxie

A primeira crítica séria sofrida pelo taylorismo ocorreu com a chamada pesquisa Hoxie, organizada pelo Senado americano e dirigida pelo Prof. Hoxie, para estudar o problema de greves e tumultos de operários nas empresas americanas. Foi constituído um "Comitê para as Relações Industriais" que mostrou os inconvenientes morais, psicológicos e sociais do sistema baseado exclusivamente no rendimento e na eficiência, justificando a reação de defesa dos trabalhadores por meio de greves e protestos. As críticas feitas à Administração Científica pelos trabalhadores dos arsenais militares americanos - que eram civis e sindicalizados - provocou a convocação de Taylor para um depoimento no Congresso americano. Um dos congressistas mostrou que a técnica de Gilbreth havia aumentado a eficiência do pedreiro em 300%, mas seus ganhos haviam crescido apenas 30%. Taylor demonstrou que, em compensação, o pedreiro estava gastando 1/3 da energia que gastava antes. O inquérito terminou com a proibição do uso do cronômetro e dos pagamentos de incentivos, mas as demais técnicas da Administração Científica foram preservadas, resultando em ganhos de eficiência na produção de armas e munições, o que aumentou o poderio militar americano quando a Primeira Guerra Mundial começou.

A filosofia do Taylorismo destinada a estabelecer a harmonia industrial em vez da discórdia encontrou forte oposição entre os trabalhadores e sindicatos. Isso porque os operários não conseguiam trabalhar dentro do ritmo de tempo-padrão preestabelecido pelos técnicos e passaram a se queixar de nova forma de exploração sutil do empregado: a fixação de padrões elevados de desempenho favoráveis à empresa e desfavoráveis aos trabalhadores. O trabalho superespecializado passou a ser considerado degradante e humilhante pelos trabalhadores, seja pela monotonia, pelo automatismo, diminuição da exigência de raciocínio ou pela destituição completa de qualquer significado psicológico do trabalho. O homem deveria produzir como uma maquina ou robô, uma vez que Taylor procurava, sem conhecer devidamente o organismo humano, conseguir o rendimento máximo, quando deveria conseguir o rendimento ótimo.

Verificou-se que a velocidade não é o melhor critério para medir a facilidade com que o operário realiza a operação. O método é mais uma intensificação do trabalho do que racionalização do processo de trabalho, procurando sempre o rendimento máximo e não o rendimento ótimo.

Os mesmos princípios que Taylor adotou para conciliar os interesses entre patrões e empregados foram a causa de transtornos e críticas sofridas posteriormente. O fato de supor que o empregado age motivado pelo interesse do ganho material e financeiro, produzindo o máximo possível (conceito do homo economicus), mas sem levar em consideração outros fatores motivacionais importantes, foi, sem dúvida, outro aspecto mecanicista típico dessa teoria. De um modo geral, a abordagem dos engenheiros americanos concebeu a organização dentro de um sentido mecânico e o emprego de técnicas mecanicistas passou a representar a desumanização do trabalho industrial.

2. Superespecialização do operário

Na busca da eficiência, a Administração Científica preconizava a especialização do operário por meio da divisão e da subdivisão de toda operação em seus elementos constitutivos. As tarefas mais simples - o resultado daquela subdivisão - podem ser mais facilmente ensinadas e a perícia do operário pode ser incrivelmente aumentada. Por outro lado, alcança-se uma respeitável padronização no desempenho dos operários, pois na medida em que as tarefas vão se fracionando, a maneira de executá-Ias torna-se padronizada. Essas "formas de organização de tarefas privam os operários da satisfação no trabalho, e, o que é pior, violam a dignidade humana". O taylorismo demonstrou que a maneira espontânea com que os trabalhadores executavam suas tarefas era a mais fatigante, a menos econômica e a menos segura. "Em lugar dos erros do passado, o taylorismo propõe uma verdadeira racionalização; é esse seu papel positivo. Uma nova ordem de coisas. O taylorismo propõe diminuir o número de atribuições de cada indivíduo e especializar as atribuições de cada chefe. Isso é a negação de apreender a situação total em cada nível. Trata-se de uma decomposição analítica das funções, a recusa de reconhecer os grupos e a negação da visão da situação a cada nível”.Contudo, a proposição de que "a eficiência administrativa aumenta com a especialização do trabalho" não encontrou amparo nos resultados de pesquisas posteriores: qualquer aumento na especialização não redunda necessariamente em um aumento de eficiência.

DICAS

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