Aprendendo Comportamento Organizacional

Caro aluno, a aula-tema 01 corresponde à parte I do seu livro-texto, composta dos capítulos 1, 2 e 3.

O estudo do Comportamento Organizacional (CO) permite a utilização do conhecimento adquirido sobre as pessoas, os grupos, bem como a compreensão de sua aplicabilidade na organização e os efeitos produzidos em seus colaboradores para a realização de um trabalho eficaz.

Define-se Comportamento Organizacional como "um campo de estudos que investiga o impacto que indivíduos, grupos e estrutura organizacional têm sobre o comportamento das pessoas dentro das organizações, com o propósito de utilizar esse conhecimento para melhorar a eficácia organizacional" (Robbins, Judge e Sobral, 2010, p. 7).

Dessa maneira, a discussão acerca da aprendizagem torna-se importante, pois a aquisição do conhecimento, realizada de forma crítica e tendo o indivíduo como sujeito do processo, é capaz de mudar comportamentos. Assim, os indivíduos podem transformar a sociedade em que vivem mediante o conhecimento significativo sobre o comportamento organizacional, executando ações eficazes para o aprimoramento da organização. Para que isso aconteça, o processo educacional deve se basear no princípio da dúvida e na investigação. Tal conteúdo é apresentado no capítulo 1 do seu livro-texto.

Já na sociedade grega antiga, desenvolveu-se o conceito de maiêutica, que mostra o mestre como alguém que colabora para que seus discípulos construam seu próprio conhecimento.

A teoria das Inteligências Múltiplas de Gardner, elaborada na década de 1980, considera que as pessoas possuem mentes diferentes, assim não aprendem a partir das mesmas estratégias educacionais. Afirma também que a inteligência tem dimensões variadas, podendo ser potencializadas ou não.

Segundo Paulo Freire, a aprendizagem fundamenta-se na reflexão crítica, e a denominada educação problematizante possibilita o desenvolvimento da consciência crítica.

O conceito de organização de aprendizagem foi definido por Peter Senge: "É composta por um grupo de pessoas que procuram, em bases contínuas, aprimorar sua capacidade de criar seu próprio futuro" (PLT, p. 16). Dessa forma, aprendizagem significa ocasionar mudanças nos indivíduos.

Daniel Goleman apresenta a inteligência emocional, que se baseia nas habilidades de autocontrole, zelo, persistência e automotivação. A ideia não é reprimir as emoções, mas encontrar um equilíbrio, pois o descontrole impede as realizações do indivíduo.

A maioria dos processos educacionais, tais como o treinamento e a educação escolar, posicionam o indivíduo como objeto, ou seja, aquele que apenas recebe o conteúdo e não interage. Assim, centrando-se nas organizações, objeto de estudo do CO, é necessário modificar o papel dos gestores.

Ainda, o Comportamento Organizacional é uma área interdisciplinar e, como todo campo do conhecimento, fundamenta-se no método científico. As disciplinas que contribuem para o estudo do CO são a Psicologia, a Sociologia, a Antropologia e a Ciência Política.

Para um tratamento realista do CO, utiliza-se a abordagem contingencial, que "está orientada para o desenvolvimento de ações gerenciais mais apropriadas a uma situação específica e às pessoas envolvidas" (PLT, p. 30).

Propõe-se um modelo para a compreensão da área de CO, o Mapa de Campo (PLT, Figura 2.1), o qual possibilita uma visão global e será analisado ao longo das aulas-tema, iniciando-se pela "visão sistêmica", que considera a organização um sistema complexo.

Sistema pode ser definido como um conjunto de elementos interconectados, que agem de maneira interdependente de modo que forme um todo organizado. Por exemplo, o automóvel. A Teoria dos Sistemas Gerais surgiu em 1950.

Os sistemas são reunidos e organizados conforme sua hierarquia segundo a complexidade a partir de 8 níveis. O oitavo nível é o da organização social. Interessa-nos, particularmente, o Comportamento Organizacional, pois aqui se inserem as organizações.

Os sistemas são classificados em fechados e abertos (a partir do quarto nível). Os abertos caracterizam-se pelo seu inter-relacionamento com o mundo exterior. Assim, "a administração de um sistema exige conhecimento da inter-relação entre todos os componentes existentes no sistema e as pessoas que nele trabalham" (PLT, 40).

Finalmente, devem-se verificar os objetivos organizacionais, que são complexos e múltiplos e precisam ser continuamente reavaliados em função do contexto que muda constantemente.