Brasil e Economia Global - análise de cenários macroeconômicos

Disciplina: Brasil e Economia Global - análise de cenários macroeconômicos

Professora: Nora Raquel Zygielszyper

Exercícios

1) Seu melhor amigo tem um emprego no qual ganha R$ 40.000,00 por ano, e tem uma poupança de R$30.000,00, remunerada à taxa de 20% ao ano. Ele pensa em mudar de vida, deixando o emprego e abrindo um negócio no qual ele investiria toda a sua poupança, e está pedindo sua ajuda para tomar a decisão. (Nota: a remuneração da poupança é uma renda que o indivíduo obtém regularmente)

a) Como você explicaria a ele o conceito de custo de oportunidade e como ele é fundamental na hora de tomar a decisão?

Conceito: Compreender o conceito de custo de oportunidade é de extrema importância, pois ele implicará no embasamento para a tomada de decisões. Tal conceito está ligado ao custo de uma oportunidade renunciada, ou seja, o custo de algo que você deixou de ter ao tomar outra decisão. Desta forma, significa que quando se pretende investir em um negócio, o custo de oportunidade é a avaliação se este negócio irá ser mais viável e realmente do qual deverá abrir mão.

Exemplo: Atualmente você tem um renda mensal de R$ 500,00 aproximadamente proveniente dos juros da poupança, mais uma renda mensal proveniente da atividade assalariada no valor de R$ 3.333,33, totalizando uma renda mensal de R$ 3.833,33. Para que este novo empreendimento seja viável, ele deverá proporcionar uma retirada mensal mínima deste valor para que o custo de oportunidade seja interessante neste novo negócio.

b) Ele lhe diz então que espera faturar R$ 100.000,00 ao ano com as vendas, mas também espera gastar R$ 55.000,00 com despesas de aluguel, salários de funcionários e compra dos produtos. Qual conselho você daria a ele sobre a abertura ou não do negócio?

Na nossa opinião, ele não deve abrir este negócio, pois com a sua renda fixa atual (salário de R$ 40.000,00) somado a renda do ganho da poupança (aprox. R$ 6.000,00), ele consegue obter renda maior, sem mesmo se descapitalizar e correr os riscos do negócio.

Caso ele seja uma pessoa que sonha com o empreendedorismo, a realização pessoal deveria ser levada em conta, porém, analisando apenas o custo oportunidade, não teria lucro algum abrindo o negócio. Se ele tiver estudos de viabilidade, e projeção de crescimento para o ano seguinte, crescimento que não precisa ser muito grande, o negócio se viabiliza, neste cenário eu o encorajaria a iniciar seu próprio negócio, com projeção de expansão para o futuro, de maneira a cobrir o custo oportunidade perdido no primeiro ano.

c) Como seu conselho pode se alterar se a remuneração da poupança se reduz para 10% ao ano?

Mesmo que venha a cair em 50% a remuneração da poupança, manteria meu conselho para não investir e manter-se no emprego. Afinal, a diferença é muito pouca e não compensa o risco do negócio. No meu ponto de vista, não é um rendimento tão superior que seja equivalente ao risco. Para arriscar na abertura deste negócio, o lucro deveria ser muito superior, além do mais o tempo para ele recuperar o investimento feito seria longo.

Porém, analisando o custo oportunidade apenas, agora o negócio seria mais lucrativo do que manter-se no emprego, logo viabiliza o empreendimento.

2) O que é déficit orçamentário (déficit fiscal) do governo e como ele pode afetar a taxa de juros real e o crescimento de um país?

O déficit orçamentário (déficit fiscal) do governo representa que as despesas são maiores que as receitas em um determinado período, ou seja, se o governo gastar mais do que arrecada. Desta forma, o déficit orçamentário de um país (saldo negativo) provoca uma série de ações no governo, para equilibrar as contas, tais como: cortar despesas (deixa de gastar) e eleva a carga tributária para tentar arrecadar mais (o que faz as pessoas a gastarem menos), assim, afeta o crescimento do país por que a economia não “gira”.

Outra medida para tentar ajustar as contas, é a emissão de títulos públicos por parte do governo, que são comprados por investidores do mercado – uma espécie de “empréstimo” para o governo, em troca de elevados juros. Esses títulos compõem a chamada “dívida pública”.

Além de ser um indicativo de de risco para os investidores estrangeiros, que acabam retirando dólares do país, desvalorizando a moeda local, encarecendo muito as importações, o que, em um país não desenvolvido tecnologicamente, acaba causando encarecimento da produção.

Como exemplo podemos citar o quanto encarece o custeio de uma lavoura de soja, por exemplo, quando temos uma alta no dólar, pois a maioria dos insumos é trazida de fora do país.

Neste sentido, percebe-se que o déficit orçamentário provoca prejuízos para a economia, pois as medidas corretivas como aumento de impostos podem acarretar por exemplo no problema do desemprego e na queda de renda da população.

3) Em fevereiro de 2003, o então ministro Palocci aumentou a meta de superávit primário para 4,25% do PIB. Na entrevista em que anunciou este aumento, o ministro enfatizou a necessidade do Brasil adquirir credibilidade. Explique o que é superávit primário e porque este aumento reforçou a credibilidade do país.

Superávit primário significa que a arrecadação de impostos é maior do que as despesas realizadas, excluindo desta conta os juros e a correção monetária da dívida pública. Dito de outra forma, é a geração de caixa de um governo, que mostra que as contas estão sob controle. Este cenário aumenta a credibilidade do país, pois faz com que as indústrias e empresas acreditem no país e invistam dentro dele pois um país estável, e com compromisso com suas contas, não irá deixar que ocorra hiperinflação, ou então irá deixar de pagar a dívida, títulos públicos, fazendo do país uma rentável opção de investimento.

Com base neste conceito, acredito que Palocci tinha por objetivo criar uma estratégia do governo para demonstrar a autonomia e controle na gestão das contas do país. Ele colocou o país no compromisso de gastar menos do que arrecada, tentando com esta meta retomar a confiança de investidores, demonstrando que terá caixa para arcar com compromissos, por exemplo, a dívida pública.

4) O que é uma política fiscal expansionista e uma política fiscal contracionista?

Ambas são medidas de condução da política fiscal e administração