Disciplina de Economia Monetária I – ECO02002
Por: 0000260000 • 7/5/2015 • Relatório de pesquisa • 20.526 Palavras (83 Páginas) • 268 Visualizações
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Universidade Federal do Rio Grande do Sul – UFRGS
Faculdade de Ciências Econômicas – FCE
Departamento de Ciências Econômicas
Disciplina de Economia Monetária I – ECO02002
2007 - Textos Selecionados, Resumidos e Adaptados
6. O Banco Múltiplo
6.1. Os Serviços Bancários
6.2. A Captação de Recursos Financeiros
6.3. Os Empréstimos
6.4. O Financiamento Imobiliário
6.5. O Crédito Rural
6.6. O Financiamento de Investimentos
6.7. As Operações de Leasing
6.8. As Operações de Câmbio e de Comércio Exterior
6.9. As Operações de Garantia
6.10. A Gestão de Fundos de Investimento
6.11. As Operações de Intermediação
6.12. A Captação de Recursos no Exterior
6.13. Os Cartões de Crédito e de Débito
6.14. As Operações de Swap e seus Derivativos
6.15. Seguros
6.16. O Mercado de Ações
6.17. Ouro
- O Mercado de Derivativos
- As Garantias de Empréstimos
- A Provisão para Créditos de Liquidação Duvidosa
- O Sistema de Informações de Crédito do Bacen – SCR (Central de Risco de Crédito)
- O Acordo de Basiléia
- O Proer, o Proes e o FGC
- O Sistema de Pagamentos Brasileiro - SPB
6 O Banco Múltiplo
Embora não haja definição universalmente aceita do que constitui um banco, o sistema bancário é normalmente tomado como compreendendo os intermediários financeiros que captam recursos sob a forma de depósitos. Identificar bancos como instituições depositárias, seguindo-se o caminho aberto pelas autoridades norte-americanas a partir de 1980 e francesas a partir de 1984, implica incluir entre as empresas do setor vários tipos de instituições que, mesmo não contendo a palavra “banco” em sua razão social, exercem funções semelhantes.
A dificuldade de caracterização das atividades definidoras da firma bancária decorre, em grande medida, de sua origem dual. O banco moderno é o resultado da confluência de dois tipos de instituições que surgiram, em larga medida, independentemente uma da outra. De um lado, havia as iniciativas voltadas à acumulação de recursos que permitissem viabilizar atividades de exploração industrial ou comercial. Tais empresas tinham como objetivo canalizar a riqueza dispersa entre a população para projetos que prometessem retornos adequados, na função clássica do intermediário financeiro.
Por outro lado, um tipo diferente de instituição originou-se das instituições depositárias de valores, que acabou voltado para o desenvolvimento de meios de pagamento. Neste caso, recibos de depósitos de metais, ou de outros valores, entregues para salvaguarda, emitidos por tais instituições, acabaram por substituir a circulação dos próprios valores, por razões de conveniência e segurança. Este tipo de desenvolvimento foi particularmente importante nas relações entre centros comerciais situados em países diferentes, levando à criação das letras de câmbio, que permitiram a construção de um sistema de pagamento internacional. Das notas bancárias e das letras de câmbio, a atividade criadora de meios de pagamento evoluiu para a aceitação de depósitos à vista.
O banco moderno resultou da unificação dos dois tipos de instituição em uma única firma, capaz de criar meios de pagamento sob a forma de depósitos à vista, ao mesmo tempo em que faz a intermediação de recursos financeiros para tomadores finais. Em sua função de criador de meios de pagamento, pode-se dizer que os bancos são instituições únicas dentro do sistema financeiro, ao passo que, enquanto intermediários financeiros, bancos concorrem com outros tipos de instituição.
Há três tipos principais de função bancária que podem ou não, de acordo com a vontade de seus controladores e com as limitações impostas por lei ou regulação, ser exercidas por uma mesma instituição. Bancos comerciais tipicamente captam recursos através da criação de depósitos à vista, repassando-os a tomadores sob a forma de empréstimos de curto prazo (capital de giro) para empresas comerciais e industriais e para consumidores. Bancos de investimento captam recursos através de depósitos a prazo, usando-os para financiar subscrição de títulos a serem colocados no mercado. Bancos de poupança captam depósitos de poupança para financiamento da aquisição de imóveis, mediante hipoteca (Cardim de Carvalho et allii, p.254).
No Brasil, como em outros países, esses três tipos de funções básicas exercidas pelos bancos comerciais, de investimento e de poupança encontram-se, hoje, geralmente integradas no âmbito dos bancos múltiplos, que exercem uma ampla gama de operações e de serviços bancários.
Os bancos são, assim, as instituições mais importantes do mercado financeiro e podem ser classificados de acordo com a sua inserção nesse mercado, como segue: a) bancos de atacado: trabalham com poucos e grandes clientes; b) bancos de varejo: trabalham com o grande público e, portanto, com muitos clientes, independentemente do porte financeiro destes; c) bancos de negócios: trabalham na intermediação de grandes operações, conhecidas como de engenharia financeira.
6.1 Os Serviços Bancários
A prestação de serviços se transformou, ao longo do tempo, em função bancária tão importante quanto a tradicional intermediação financeira. A remuneração proporcionada ao banco pelos serviços que presta aos seus clientes e ao público se dá mediante as receitas de float (principalmente em ambientes de alta inflação) e/ou a cobrança de tarifas (principalmente em ambientes com estabilidade de preços). A receita dos bancos sobre estes serviços, no que tange ao float, varia de acordo com as regras do compulsório e, principalmente, com as taxas de inflação. As tarifas de serviços são fiscalizadas pelo Banco Central e são um elemento mercadológico da concorrência entre os bancos. Alguns dos serviços produzidos pelos bancos estão relacionados a seguir.
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