Finanças

Universidade Federal Fluminense

Instituto de Ciências Humanas e Sociais de Volta Redonda

Psicologia das Organizações

Leandro Akira Oyadomari

08/03/2015

O texto levanta a ideia sobre o enigma, levantando a questão sobre como a subjetividade dos trabalhadores funcionava no modelo empresarial japonês. Agrega a discussão com a ideia da inteligência criadora no trabalho, chamada tal que trata o estudo do trabalho de maneira diferente, inovadora, procurando de maneira profunda como a psique dos indivíduos influenciam na sua vida profissional.

A forma como é tratado o modelo de trabalho japonês é satisfatória, principalmente para construção do conceito de inteligência criadora, abordando a influência de questões não-materiais no trabalho. A partir daí começa o estudo da psicologia do trabalho nesse sentido.

O autor utiliza o conceito de confiabilidade para abordar o input humano no trabalho, através de fatores técnicos, em outras palavras, a assimilação básica de seu serviço, chegando ao ponto da automatização do trabalho, que torna a produção mais “confiável”. Essa chamada traz a ideia da automatização do serviço como mais crítica, linkando o pensamento empresarial ao progresso de suas tecnologias e confiabilidade nos números na produção. Porém essa iniciativa corta o progresso do ser humano no trabalho e as conquistas que vem com a experiência dos trabalhadores com o passar do tempo e as rotinas.

O autor usa o conceito de Savoir-Faire para desenvolver suas ideias, culminando na “inteligência prática”, usando as ideias de percepção corporal do trabalhador e sua interpretação sensorial do ambiente de trabalho. Essa percepção, racional, é o ponto de partida para as mudanças no ambiente de trabalho. Para ilustrar essa situação, entra com o interessantíssimo exemplo do scrabble na petrolífera, demonstrando a ideia de inteligência ardilosa, e como os trabalhadores interpretam sensorialmente o ambiente com a possibilidade de mudança da rotina, otimizando o serviço. Essa observação empírica leva o leitor a buscar na sua própria memória outros exemplos de adaptabilidade do servidor às suas condições de trabalho, coisa que eu mesmo o fiz na minha experiência de trabalho na Nissan (em Resende).

Dejours então aborda o conceito – tão famoso nos estudos da psicologia – da pulsão, para explicar a inteligência ardilosa. Atrela o sofrimento, a angústia na não-exploração desse potencial criativo, como uma das principais causas de frustração do trabalhador no seu ambiente de trabalho. Ou seja, o conceito de inteligência ardilosa fica relacionado à satisfação do indivíduo na performance de suas atividades. Está ligada às condições organizacionais cedidas pela empresa e também ao que o autor chama de contexto diacrônico do indivíduo. Esse contexto, e sua proximidade (ou não) com o contexto sincrônico está ligada diretamente ao sofrimento do indivíduo.

Dejours apresenta a ideia do Teatro para explicar o jogo do trabalho e o psíquico, invocando a psicanálise para a análise. Relaciona a história do indivíduo, chamada corriqueiramente de “pessoal”, a sua história no trabalho, com a intenção de alcançar a sua identidade no trabalho e, consequentemente, na vida.

Critica a fórmula taylorista de trabalho, relacionando esta à procrastinação no trabalho, e a sua não-naturalidade.

Sobre a prescrição do trabalho, indica que esta é a premissa para que haja mobilização da inteligência criativa. Conjunto de regras e propriedades para que haja interação inicial que libere o potencial de desenvolvimento do indivíduo com o passar do tempo e acúmulo de experiência. Apresenta a ideia da transparência e do reconhecimento no condicionamento dessa mobilização, fazendo link com a ideia da malícia, da trapaça, e seus desdobramentos. A transparência ligada à malícia e o reconhecimento ligado ao reconhecimento.

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