O Problema do Aquecimento Global

Felipe Soares Cardoso

O problema do aquecimento global

O aquecimento global refere-se ao aumento da temperatura do planeta, causado principalmente pelo aumento da concentração de gases relacionados com o efeito estufa da atmosfera terrestre. Trata-se de um dos temas mais abordados atualmente em diversas áreas do conhecimento, não somente entre os cientistas, mas entre políticos, público em geral e governantes.

Junto a esse contexto, foi criado, em 1988, pela Organização Meteorológica Mundial, em conjunto com o Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente, o IPCC. Quando fundado, tinha como fim fornecer uma visão clara do conhecimento da ciência sobre o aquecimento global e seus potenciais impactos ambientais, revisando a produção científica mundial. Hoje, o IPCC tem seu papel como sendo avaliar a informação científica, para melhor compreender os riscos associados às mudanças climáticas, os possíveis impactos e as opções para diminuí-las.

No entanto, surgem aqueles que não acreditam que o homem tenha algum tipo de interferência no aumento da temperatura da superfície terrestre e suas consequências com as mudanças climáticas, ou então, que tudo isso não passa de um fenômeno natural, sem consequências graves. Os negacionistas disseminam dúvidas e incertezas inexistentes entre a população desinformada e desempenham um papel de descrédito da ciência e no bloqueio do combate ao aquecimento global. Baseia-se principalmente em principalmente ideologias políticas, econômicas ou culturais, e por sua grande disseminação e repercussão social e ambiental negativas, é visto como uma grande ameaça ao bem comum.

Esse também chamado ceticismo climático, tem como característica ser difuso, composto por pessoas em diversas partes do mundo e sem uma organização bem definida, e assim dificultando o debate e ações mais consistentes na esfera da opinião pública. Adeptos dessa ideia alegam que o ICPP expressa apenas as opiniões que seus fundadores e membros do governo apoiam, tratando a organização apenas como um movimento político, sem caráter científico.

Analisando o viés epistemológico, compreende-se que uma crença é justificada para uma pessoa somente quando ela possui uma boa razão para sustentá-la. A justificação é mais que simplesmente possuir uma crença verdadeira, no caso a suposição de que o aquecimento global é uma falácia. Essa crença só é justificada com argumentos sustentáveis. Ainda sim, ter boas razões não garante a verdade das crenças que possuímos, da mesma forma que, uma crença pode ser verdadeira, mas não é justificada se foi obtida por meio de raciocínios ilógicos.

Negacionistas utilizam desde a proliferação de falácias lógicas, uso de falsos especialistas, complementado pela difamação de outros pesquisadores estabelecidos, procurando sempre desacreditar seu trabalho e criar dúvida na sociedade, até a negação da realidade das mudanças climáticas:

“A taxa de aquecimento prevista pela AGW é muito maior do que a observada até agora. Com base em uma média de 102 modelos climáticos, o (IPCC) da ONU prevê que a troposfera mais baixa deve estar aquecendo a uma taxa de 3,1 graus por século. Dados de satélite mostram que a troposfera inferior aqueceu a uma taxa de 1,4 graus por século entre 1978 e 2021.Os dados do balão meteorológico mostram uma tendência de aquecimento de 1,6 graus por século entre 1958 e 2018.”

“The Climate Surprise Pamphlet”, The New Criterion, 2016.

Portanto, informações equivocadas como essas, que apontam para a ausência de registros precisos de temperatura antes da invenção do termômetro, ou seja, que não se mostram justificadas, nem verdadeiras, não podem ser convertidas em conhecimento para o ser humano. São informações inconsistentes. Nesse contexto, observa-se também o forte impacto da ideologia na questão do negacionismo. Surge aí, a criação de conspirações, guiadas por minorias que decidem ser contrárias a uma esmagadora opinião científica, ignorando fatos cientificamente comprovados:

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