Resenha do Livro Casa Grande Senzala - Paulo Freyre

FREYRE, Gilberto. Casa-grande Senzala, 48ª edição, 2003, Global Editora.

O livro Casa Grande Senzala de Gilberto Freyre, publicado em 1933, têm mais de 40 edições na língua portuguesa traz uma visão do autor, para com a formação histórica cultural, musical e culinária, presentes hoje no Brasil.

No livro é enfatizada a formação da sociedade brasileira através da miscigenação entre os brancos (principalmente os portugueses), os negros (escravos africanos) e índios (que já habitavam o Brasil). Ele desmitifica e aponta esta formação como algo positivo pelo fato de ter várias culturas juntas e assim formando uma grande diversidade cultural. Para ele, esta “mistura” foi facilitada porque os portugueses não se viam como superiores as outras raças, facilitando ainda mais o processo.

Para explicar a estrutura social da época, Freyre parte do argumento econômico. Onde a monocultura açucareira resultava uma sociedade patriarcal, agrária e escravista que mantinha o senhor e os escravos unidos garantindo ainda mais a alimentação que segundo ele, reforçava a unidade e a força da sociedade.

Em relação aos negros, de um modo geral (homens e mulheres), nos é mostrado um lado não muito conhecido ou pouco falado, que é o lado do negro não apenas ser escravo do trabalho manual mas também, sexual.

Segundo Freyre, a Casa Grande seria o símbolo da inexistência do conflito entre o escravo e o senhor. Além de dividirem o mesmo espaço entre a Casa Grande e a Senzala, o senhor e o escravo tinham duas distâncias sociais reduzidas com constantes relações sexuais. A partir desta visão de Freyre construímos um pensamento crítico, pois o que ‘”sabemos” é que nem sempre esta relação é feita livremente, mas através de abusos, como foi dito no parágrafo anterior.

Concluímos que Casa Grande Senzala foi e sempre será uma obra super importante para nosso entendimento em relação ao nosso País. Assim também como algumas novelas como “Liberdade- Liberdade”, “Xica da Silva” e “Forças de um desejo”, que retratam e recordam fatos que foram vividos pelos negros trazidos para o Brasil na época do Brasil- Colônia, e que é um dos pontos mais importantes citados por Freyre, no livro.

Nascido em Pernambuco, Gilberto Freyre retratou neste livro as relações sociais e o cenário do Brasil Colônia a partir de sua terra natal, com influência da antropologia cultural norte-americana. Através da exteriorização da intimidade da sociedade colonial, revela o contato em que foram criados os antagonismos que compõem a ordem social no Brasil de hoje.