Resenha do filme:O Corte
Por: alexiabr • 20/11/2017 • Resenha • 332 Palavras (2 Páginas) • 451 Visualizações
GRAVAS, Costa. O Corte. França, Pandora Filmes, 2005. Duração: 122 min.
O corte, filme francês estreado em 2005, representa o impacto do desemprego sobre a vida emocional, familiar e social de um ex-funcionário da indústria de papel, Bruno Davert, que após 15 anos de contribuição produtiva para a Empesa onde trabalhava, é surpreendido com sua demissão.
Além de Davert, outros seiscentos funcionários são demitidos durante uma reestruturação da organização– o primeiro dos "Cortes" a que o título faz referência. Após dois anos e meio de desemprego, vendo toda sua vida arruinada, em meio a currículos negados, entrevistas mal sucedidas, e uma forte concorrência para retornar ao mercado de trabalho, ele abre mão de todos os seus princípios éticos e planeja literalmente, eliminar todos concorrentes com currículo tão bom ou melhor que o seu, "facilitando", desta forma, a sua contratação no cargo mais disputado do ramo.
O filme representa o desastre hoje vivido por inúmeras pessoas ao redor do mundo, que é o desemprego globalizado e desesperançado. Além dos sinais de decadência financeira da família Davert, como a perda da TV por assinatura, a falta de mantimentos básicos e etc., a progressiva perda da identidade, da autoestima e dos valores, o efeito desagregador na estrutura familiar, a preocupação em manter as "aparências", ressaltam o quanto o mundo corporativo do qual ele já fez parte e para o qual anseia tão desesperadamente retornar, têm influencia sobre a sua vida.
Além disso, o filme desperta a reflexão sobre outras questões como o fim do contrato de trabalho, a impessoalidade dos processos seletivos, e a extrema competitividade tanto dentro como fora das organizações modernas.
Nota-se também que por mais que as pessoas sejam qualificadas, competentes e especializadas não há espaço no mercado de trabalho para todos, e é por essa razão que há uma intensa competição, há uma incoerência no sistema capitalista que quanto mais ele se desenvolve pior se torna a vida dos trabalhadores, que terão o trabalho cada vez mais árduo e intensificado, com condições precárias.
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