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Respostas Lobos e Ovelhas

Por:   •  20/9/2015  •  Resenha  •  2.525 Palavras (11 Páginas)  •  1.401 Visualizações

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Aprendendo além dos Lobos - Sobrevivendo e Prosperando na Organização que aprende David Hutchens Esta história tem Lobos e Ovelhas. Lobos comem ovelhas. Alguma pergunta? Lobos sempre comeram ovelhas. Eles sempre comerão ovelhas. Se você é uma ovelha, já aceita isso como um fato da vida. Era uma vez um rebanho de ovelhas que vivia em uma linda pastagem verde. Mas a vida do rebanho não era tranqüila. Os lobos representavam uma ameaça constante, lançando uma sombra de medo sobre a pastagem. Algumas vezes o rebanho ia dormir à noite, acordava ao amanhecer e descobria que uma ovelha havia desaparecido, como se tivesse sido servida de refeição a um lobo, acompanhada de aspargos e molho de menta. Havia vários quilômetros de cerca de arame farpado rodeando os campos das ovelhas. Mas mesmo assim os lobos conseguiram entrar. Era difícil conseguir viver nesse ambiente de incertezas. Mesmo assim, ao longo dos anos, o rebanho ia se tornando maior, e maior e maior. As perdas ocasionais, apesar de muito tristes, já eram algo esperado. Foi assim que as coisas sempre aconteceram. Agora apresento a você, uma ovelha muito especial, chamada Otto. É bom que você saiba que Otto irá se defrontar com um destino sombrio no final desta história. Não se apegue muito a ele. A resignação do rebanho em relação aos lobos causava em Otto um grande desânimo. -Eu tenho um sonho... Disse Otto, empoleirado sobre um morro de onde todos os demais podiam ouvi-lo. Eu sonho com o dia em que mais nenhuma ovelha morrerá para tornar-se o café da manhã de um lobo. -Isso é um absurdo – disse a ovelha Shep. – Você não pode deter os lobos. Lembre-se das sábias palavras de nossos ancestrais: “Os lobos virão, assim como o sol nascerá”. E também: “Lobos; Esses tolos.”. -Na verdade, acredito que devamos ser parabenizadas porque prosperamos sob a sombra dos lobos. Veja quantas nós somos! – disse outra ovelha. Isso fez Otto ficar ainda mais abatido. -Enquanto os lobos existirem, nosso número representa apenas uma meia verdade – disse Otto. – Dizemos a nós mesmos que somos fortes para não ter de encarar nossas fraquezas. E Otto continuou: -Todos dizemos que os lobos não podem ser detidos. Mas como podemos saber se isso é verdade? Uma ovelha chamada Caco respondeu: -Isso é verdade. Até mesmo a cerca que nos rodeia não consegue manter os lobos distantes. No princípio, ela os detia. Mas eles devem ter aprendido a pular por cima dela. Os lobos aprendem muito rapidamente. -Então nós precisamos aprender ainda mais rápido! – disse Otto. – Precisamos fazer com que a aprendizagem faça parte da vida do rebanho. Nós nos tornaremos um rebanho que aprende. -Mas nós já aprendemos – disse a ovelha Shep, meio indignada. – Outro dia mesmo aprendi a puxar um espinho de minha pata usando meus dentes. Todas as outras ovelhas, especialmente aquelas com algum espinho espetado na pata, levantaram as sobrancelhas de lã, demonstrando interesse. -E eu aprendi a cavar um buraco. Vejam isto! – disse Gigi, batendo com as patas vigorosamente no solo. -Ah...eu posso empurrar pedras com meu focinho e fazer uma pilha – acrescentou Jeremias, que mal acompanhava a conversa. Comportamento Organizacional Faculdade ITOP Prof. Jair Júnior Parriul 2 Um burrinho frenético surgiu entre as ovelhas com essas novas idéias, as quais, talvez óbvias para você e para mim, eram um tanto quanto inovadoras e úteis no mundo das ovelhas. -Esses aprendizados são um bom começo – disse Otto, animado. – Idéias como essas devem ser compartilhadas para o bem do rebanho. -Mas para prosperar sob a sombra dos lobos, não é o bastante. Nós precisamos de um tipo diferente de aprendizagem se quisermos ser um verdadeiro rebanho que aprende. O rebanho ficou cabisbaixo, pensativo. As ovelhas estavam se esforçando para entender. Após um período de silêncio, Caco falou: - Talvez pudéssemos dormir em círculo. Otto gesticulou para que ele continuasse. - Acho que poderíamos nos proteger melhor se dormíssemos amontoados, em vez de espalhados por todo o canto. Dessa forma, quando os lobos vierem, será mais difícil eles nos apanharem. -Mas isso não resolve totalmente o problema dos lobos... – disse Marieta, uma pequena ovelha. Mas ninguém deu atenção a ela. As ovelhas estavam envolvidas demais com a idéia de Caco. -Sim, sim! – disseram todos.- Esta noite iremos nos amontoar contra os lobos. A aprendizagem pode ser uma boa idéia, afinal! Otto estava frustrado com a tentativa das ovelhas de aprender, a qual, para ele, parecia terrivelmente reacionária. Mas ele se sentia aliviado por ver que ao menos haviam se unido em torno de um propósito. Esse era um bom primeiro passo. “O mínimo que posso fazer é permanecer acordados esta noite e ficar de guarda enquanto todos dormem”, ele pensou. (CUIDADO! Isto nos remete à parte da história em que Otto parte desta para melhor. Para seu reconforto, fiquei sabendo que ele estará indo para um lugar, onde se juntará à Lassie, à mãe`do Bambi e ao Rei Leão.) Naquela noite Otto observou o céu escurecer e as ovelhas agruparem-se num amontoado. No momento em que a lua crescente estava alta no céu de verão, o rebanho já dormia profundamente. Na manhã seguinte, Otto havia partido. Quando o rebanho despertou na manhã seguinte e descobriu que havia perdido Otto, todos ficaram arrasados. -Otto era uma boa ovelha – suspirou Shep. -Ele nos mostrou uma visão de dias melhores – elogiou Caco. -Ele tinha a lã tão branca como a neve – sussurrou alguém lá do fundo. Jeremias não disse numa só palavra. Ele apenas empurrou um punhado de pedras com o focinho e formou uma pilha. Talvez não fosse o mecanismo mais efetivo para solucionar o problema, mas parecia funcionar para ele. Mas os ânimos logo ficaram alterados. -Aqueles lobos! É tudo culpa deles! – lamentou-se Caco. -O que devemos fazer? – indagou Shep. – Os lobos são espertos e fortes, não podem ser detidos. Nossa vida seria muito melhor se os lobos não existissem. -Se ao menos aquela maldita cerca fosse um pouco mais alta, os lobos não poderiam saltar sobre ela! O rebanho permaneceu lá, abatido e desolado. Por fim, Marieta, a pequena ovelha, falou novamente: -Como podem os lobos aparecer apenas de vez em quando, e não sempre? – ela perguntou ao rebanho. Todos pararam. Eles pareciam confusos. Marieta continuou: -Se os lobos são espertos, e podem pular por sobre a cerca a qualquer momento que quiserem, por que eles não vêm todas as noites? Se eu fosse um lobo, é isso o que eu faria. Eu teria um banquete de ovelhas todo dia. Os demais pareciam ainda mais confusos. -Tudo o que estou dizendo é que talvez não seja impossível deter os lobos como pensamos. Algo os está detendo, ao menos em alguns momentos – concluiu Marieta. -O que você está tentando dizer, Marieta? – perguntou Shep. -Estou dizendo o mesmo que Otto disse. Nós devemos aprender. Precisamos fazer isso juntos. E precisamos aprender mais rápido que os lobos. -Nós já tentamos nos tornar um rebanho que aprende. E veja só o que aconteceu ao Otto – falou Shep. Comportamento Organizacional Faculdade ITOP Prof. Jair Júnior Parriul 3 -Isso é porque nós apenas começamos – disse a sábia pequena ovelha. – Vejam o que acabou de acontecer: tentamos algo diferente, mas os resultados que colhemos foram os mesmos. O que isso significa para vocês? Todos tinham de admitir que aquela realmente era uma boa pergunta. Mas ninguém tinha uma resposta. Marieta explicou: -Para mim isso significa que não basta mudarmos apenas a forma de fazer as coisas. Precisamos também ampliar nossa visão e vislumbrar um horizonte maior. Precisamos aprender a como aprender de forma diferente. -Como? – todos quiseram saber. -Podemos começar fazendo três coisas: Um, lembre-se da visão do Otto. Algum dia, mais nenhuma ovelha morrerá por causa dos lobos. Daqui para a frente, tudo o que aprendermos deverá nos levar em direção à visão do Otto. Dois, todos dizem que os lobos são espertos demais e que não podem ser detidos. Nós tomamos todas as decisões pensando que isso é verdade, e talvez seja. Mas e se não foi? Três, vamos descobrir como fazer as coisas de forma diferente. O que temos de fazer para deter os lobos? O que significa ser um lobo? Vamos nos mexer e coletar algumas idéias e informações. Vamos descobrir o máximo que pudermos uns com os outros tudo o que sabemos. -Por que cada um de nós não reflete por conta própria e então nos encontrarmos hoje à tarde para conversar? Com a reunião suspensa, cada ovelha seguiu seu caminho, perdida em seus pensamentos. Algumas das ovelhas questionavam em pensamento o que Marieta havia dito: “A aprendizagem pode ser muito boa e correta. Mas se a cerca não é alta o suficiente para manter os lobos afastados, não há nada que possamos fazer. Nós não temos as ferramentas para deixá-la mais alta.” “Eu não defenderei esse tipo de desrespeito aos nossos ancestrais. Ele nos ensinaram que os lobos eram um fato da vida. Aquela ovelhota está zombando de nossa herança.” Mas algumas das ovelhas guardaram as palavras de Marieta em seus corações: “A Marieta está certa. Parece que os lobos vêm apenas em determinados momentos. Isso não faz sentido.” “No último verão, quando tivemos a seca, os lobos pareciam vir com muito mais freqüência. Hummm....”. “Talvez os lobos não estejam pulando por sobre a cerca. Ela é bem alta... E não acho que animal algum seja tão forte...” Mais tarde, todas as ovelhas retornaram para conversar. Um sentimento de animação tomou conta deles. (Impressionado pela mobilização, Jeremias fez uma tentativa de contar as ovelhas... Mas, estranhamente, quase caiu no sono e teve de parar.) Shep deu início à reunião. -Amigos, estamos hoje aqui em memória de nosso amigo Otto e sua visão de eliminar cem por cento as mortes provocadas por ataques de lobos. Alguém tem algo a compartilhar? As ovelhas expuseram todos os seus pensamentos. Elas iniciaram um diálogo sobre a real possibilidade de os lobos saltarem a cerca. Discutiram a estranha periodicidade de ERLs (Eventos Relacionados a Lobos) e como eles pareciam diminuir após as chuvas fortes e aumentar durante os períodos de calor e seca. As ovelhas até mesmo confessaram a respeito da dificuldade que sentiam para rever seus antigos e arraigados pressupostos sobre os lobos. Apenas o fato de conversar sobre essas coisas fez o rebanho sentir-se cheio de energia e esperançoso. Repentinamente, Caco chegou trotando, sem fôlego mas muito animado. -Sigam-me! Rápido! – disse ele. Confusas, as ovelhas correram atrás dele, sem ter muita certeza sobre para onde Caco as estava levando. O rebanho correu atrás de Caco por quase dois quilômetros. Logo as ovelhas chegaram a uma cerca, no exato ponto onde um pequeno riacho passava por baixo dela. Este era o mesmo riacho que as ovelhas usavam para matar a sede, embora jamais chegassem muito perto da cerca, por temerem os lobos. Comportamento Organizacional Faculdade ITOP Prof. Jair Júnior Parriul 4 -Olhem! – disse Caco, apontando com a para o ponto onde a cerca cruzava sobre a água. Ali, logo acima da superfície da água e preso no arame farpado, havia um pequeno chumaço de lã de ovelha. -Eu estava procurando por respostas e encontrei isto. Ms não sei o que significa – ele disse. As ovelhas olharam umas para as outras, confusas. Finalmente alguém falou: -Eu entendi! Os lobos não estão atravessando por cima da cerca. Eles estão passando por debaixo dela! Outra ovelha entusiasmada acrescentou: -Isso faz sentido! Quando ocorre uma seca, não existe água passando por debaixo da cerca. É quando os lobos passam por baixo! -E depois que chove, existe água demais, e os lobos não podem passar! – exclamou outra. As ovelhas ficaram ainda mais entusiasmadas. -Então acho que isso significa... Que os lobos não sabem nadar! E todas deram boas gargalhadas. No final das contas, talvez os lobos não fossem tão espertos. -Existe apenas um problema – disse alguém. -Nós não podemos controlar as chuvas. Ainda estamos à mercê dos lobos. E agora nós estamos à mercê do clima também. O rebanho ficou em silêncio. Então Gigi falou: -Acho que mais uma vez estamos olhando o problema de modo errado. -É verdade que não podemos controlar o clima. Mas podemos controlar o fluxo de água. Vejam isso. – E Gigi começou a cavar um buraco, rasgando vigorosamente com as patas o solo abaixo da cerca. Logo algumas das outras ovelhas uniram-se a ela. -Não fiquem aí paradas! Patas à obra! – alguém gritou. -Bem... Eu posso empurrar as pedras e fazer uma pilha – ofereceu-se Jeremias, e começou a construir uma pequena represa com as pedras, alguns metros abaixo do riacho. Shep ficou ali, retirando os espinhos das patas das outras ovelhas, enquanto elas cavavam. Rapidamente, um pequeno lago começou a se formar ao redor da cerca. Fascinadas por sua conquista, as ovelhas soltaram um grito espontâneo e coletivo (um barulho extremamente irritante, mas que seria prazeroso se você fosse uma ovelha). Nos dias seguintes, o rebanho tinha um lindo lago, ao redor do qual podia se reunir, beber e brincar. E, melhor do que tudo, os lobos pararam de vir... ... As ovelhas pararam de desaparecer... ... E o medo foi embora. -Estou feliz que tenhamos nos tornado um rebanho que aprende – uma ou outra ovelha dizia, quando se aconchegavam para, em segurança, dormir à noite. -É uma sensação ótima saber que jamais teremos de passar por algo parecido novamente. Mas talvez elas tenham de passar... FIM Comportamento Organizacional Faculdade ITOP Prof. Jair Júnior Parriul 5 Trabalho poderá ser realizado em Dupla Responda as questões abaixo: 1. Descreva os principais pontos do estilo da Cultura Organizacional das ovelhas e dos lobos: 2. Descreva o estilo de aprendizagem das ovelhas e dos lobos: 3. Como uma organização pode transformar o aprendizado individual em organizacional? 4. Na história, a ovelha Shep protestou a idéia de Otto, dizendo: “mas nós já aprendemos” – reflitam sobre essa afirmação: 5. Que relação podemos fazer dessa história com o tema Comportamento Organizacional? 6. Qual o papel do Otto no processo de aprendizagem das ovelhas? 7. O que o Otto poderia ter feito para que ele não tivesse um final trágico?

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