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Revisão Bibliográfica Empreendedorismo, Incubadoras e Plano de Negócios

Por:   •  12/12/2019  •  Trabalho acadêmico  •  4.763 Palavras (20 Páginas)  •  329 Visualizações

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1 Empreendedorismo

A palavra "empreendedor" é derivada da palavra francesa entreprendre, a qual fora usada para designar um organizador de espetáculos musicais, como orquestras e sinfonias. Posteriormente, no século 16, fora utilizada para os líderes do exército. Ela fora estendida para cobrir as atividades de engenharia civil tais como a construção no século 17. Mas foi Richard Cantillon, um irlandês que residia na França, que primeiro usou o termo empreendedor para se referir a atividades econômicas. Segundo Cantillon (1959): "Um empreendedor é uma pessoa que compra serviços a determinados preços, tendo em vista a venda de seu produto a preços incertos”. Schumpeter (1911) acreditava que um empresário é um dinâmico agente de mudança e que ele é um catalisador que transforma cada vez mais recursos físicos, humanos e naturais em possibilidades de produção correspondente. Desde então, o termo empreendedor é utilizado em várias formas e vários pontos de vista.

"Empreendedorismo" é um tema comum no debate público atual. Contudo, o conceito de empreendedorismo é frequentemente utilizado sem uma definição precisa.

Uma das teorias mais recentes de empreendedorismo foi a de Joseph Schumpeter, a qual apresentou suas ideias sobre empreendedorismo em seu livro “A Teoria do Desenvolvimento Econômico” publicado em 1911. Schumpeter argumentava que um empreendedor é um inovador – um indivíduo capaz de realizar as seguintes cinco tarefas:

  1. A criação de um novo bem ou uma nova qualidade.
  2. A criação de um novo método de produção.
  3. A abertura de um novo mercado.
  4. A captura de uma nova fonte de abastecimento.
  5. A criação de uma nova organização ou indústria.

 O dever do empreendedor é, portanto, identificar novas combinações e reagir a essas, exercendo a liderança para aproveitá-las. O empresário não é o inventor de novas combinações, mas aquele o qual identifica o modo como estas novas combinações podem ser aplicadas na produção. Essa linha de raciocínio implica que um proprietário de uma empresa é considerado um empresário apenas se ao "realizar novas combinações".

Segundo Schumpeter (1911), a inovação não pode ocorrer sem provocar mudanças nos canais de rotina econômica. A definição a qual Schumpeter trabalha é precisa. O empreendedor é aquele que realiza novas combinações dos meios produtivos, capazes de propiciar desenvolvimento econômico. Tais podem ser por meio da introdução de um novo bem de consumo e de um novo método de produção mais eficiente e eficaz, pela criação de um novo mercado, pela conquista de uma nova fonte de oferta de matérias primas ou bens semimanufaturados e na constituição ou fragmentação de posição de monopólio.

Uma ilustração do papel de um empreendedor schumpeteriano versus a de um gestor – aquele o qual gerencia bens e negócios, ou seja, um administrador – pode ser determinado em termos da função de produção. Se o gestor combina os fatores de entrada na produção para alcançar a maior eficiência técnica, o empresário desloca a função de produção para o exterior por suas inovações. Assim, o empreendedor move o sistema econômico fora do equilíbrio estático através da criação de novos produtos ou métodos de produção tornando assim outros métodos obsoletos. Esse é o processo de "destruição criativa", o qual Schumpeter viu como a força motriz por trás do desenvolvimento econômico.

Os empreendedores são parte de um ambiente dinâmico e com incertezas que envolvem múltiplas decisões, que são interdependentes e simultâneas. Porém, as ações do empreendedor têm sido bastante questionadas. Uma das principais indagações feitas perante a estratégia do empreendedor é de que ela não é planejada de modo coerente ou prescrita de maneira determinista, da forma a qual muitas pesquisas em empreendedorismo e estratégia se centram. Sob a ótica da lógica, existem dois modelos de estratégia no empreendedorismo: a lógica da efetuação e a lógica preditiva.

1.1.1 Lógica da efetuação e lógica preditiva no empreendedorismo

A lógica da efetuação e a preditiva são dois tipos de pensamentos existentes para as tomadas de decisões da sua empresa.

A lógica da efetuação se refere a recursos intangíveis: a co-criação de valor e relacionamentos. Tal lógica evolui a partir dos recursos que se tem à sua disposição e se expande através da formação de relações com os outros, os quais são incitados em um esforço para criar um futuro o qual premia ambas as partes. A lógica da efetuação preza pela eficácia com os imprevistos, aproveitando eventos inesperados para transformá-los em novas oportunidades. Em essência, é uma lógica exploratória, nos quais agentes ativos exploram o horizonte de negócios e, ativamente, criam um prospecto no qual é possível prosperar.

A lógica preditiva, em contraste, é focada na exploração de correlações estabelecidas entre causas e efeitos, a fim de maximizar os retornos futuros com as oportunidades de investimento. Ela direciona as ações de um ponto de vista, no qual os objetivos devem ser criados em etapas de ação, metas e resultados previsíveis. A lógica preditiva tenta evitar os imprevistos. Executivos os quais usam a lógica preditiva desenvolvem uma reação instintiva às surpresas, como um obstáculo indesejado no seu progresso para ações bem estabelecidas e resultados desejados.

Segundo Sarasvathy (2001), as diferenças entre as duas em relação à visão sobre o futuro são que a lógica preditiva emoldura o futuro como uma continuação do passado e a lógica da efetuação molda o futuro a partir dos acontecimentos do presente por agentes intencionais. A previsão é, por conseguinte, nem fácil e nem útil. A base utilizada para tomada de decisões na lógica preditiva é de acordo com as metas estabelecidas pelo empreendedor e na lógica da efetuação as decisões são tomadas de acordo com as situações que vão ocorrendo. A lógica preditiva busca novas oportunidades com base no valor esperado ajustado ao risco e a lógica da efetuação busca oportunidades satisfatórias sem investir mais recursos do que as partes interessadas, pois podem perder para não se ter prejuízo. A lógica preditiva conclui que se deve proteger os seus ativos e patrimônio e maximizar a sua quota de oportunidade. A lógica da efetuação afirma que se deve compartilhar experiências com parceiros comprometidos, pois as relações concretizam as oportunidades. E, por fim, a lógica preditiva alega que a eventualidade é prejudicial, pois a previsão, o planejamento e o foco permitem que a empresa minimize o impacto de eventos inesperados, enquanto a lógica da efetuação afirma que a eventualidade é vantajosa, já que faz repensar novas possibilidades, podendo transformar o inesperado em novas oportunidades.

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