A Arquitetura Historicista
Por: Patricia Gotti • 17/5/2019 • Trabalho acadêmico • 2.740 Palavras (11 Páginas) • 487 Visualizações
- Universidade de São Paulo[pic 1]
Arquitetura Historicista
Trabalho de História e teoria da arte.
Professor: Ruy Sardinha
Alunos: Camila Zambanini
César Desidera
Fernanda Salerno
Marina Furtado
Milena Sayuri
Patrícia Gotti
Thaís Venturini
Tiago Costa
Vitor Yudi
Arquitetura historicista
- O que foi:
Arquitetura historicista é o nome dado a um conjunto de estilos arquitetônicos que tenta recuperar e recriar a arquitetura dos tempos passados. Os estilos historicistas muitas vezes foram parte de movimentos de valorização e idealização da história nacional, assumindo um caráter nacionalista. Possui fidelidade ideológica, porém com liberdade de criação para escolha/combinação de repertórios.
A arquitetura passa a não representar, necessariamente, mais a cultura de um lugar.
Ecletismo Arquitetônico: dedica-se a mistura dos estilos antigos sem o rigor do historicismo
- Quando se iniciou e onde?
A tendência surgiu na Europa no século XVIII, e atingiu seu auge no século XIX e chegou até meados do século XX.
Se inicia na Inglaterra, com a arquitetura neogótica.
- Alguns movimentos da arquitetura historicista
- Neogótico
Neogótico ou revivalismo gótico é um estilo de arte revivalista originado em meados do século XVIII na Inglaterra que procurava reavivar as formas góticas medievais do século XII em contraste com os estilos classicos, dominantes na época.
É possível identificar uma significativa reapropriação da Idade Média em diversos campos das letras e artes a partir de fins do século XVIII e de grande parte do século XIX - por esta mesma época começam a surgir romances tematizando a Idade Média.
A revalorização da Idade Média não poderia deixar de emergir também na Arquitetura, campo que até então fora território predominantemente marcado pela estética neoclássica. É aqui que se verificaria, com o advento do Romantismo, uma retomada da arquitetura gótica.
Neogótico foi amparado por estudos teóricos diversos. Entre os autores que empreenderam estes estudos, pode-se citar Eugène Emmanuel Viollet-Le-Duc (1814-1879), escritor e arquiteto que idealizou uma modalidade de “restauração interpretativa” onde o restaurador deveria buscar retirar o que parecesse excessivo no monumento.
Outro especialista em arquitetura neogótica era A. W. Pugin (1812-1852), autor de sistemáticos índices tipológicos da arquitetura e da decoração góticas, e que reaparece na reconstrução da Câmara do Palácio de Westminster , na Inglaterra.
Contribuíram também para a propagação do estilo as publicações de Morris e Ruskin que valorizavam o período medieval e defendiam o neogótico como modelo a ser seguido.
Em pouco tempo surgem construções em estilo gótico por toda a parte, não apenas igrejas mas também muitas construções civis.
Uma questão importante, quando examinamos a presença de traços góticos na Arte e na Arquitetura do século XIX ou mesmo do XX, refere-se à necessidade de examinarmos o tipo de motivação que encaminha cada experiência de reapropriação do gótico - se relacionam a este viés historicista questões que sintonizam atitudes e projetos políticos e religiosos, e também com as demandas proporcionadas pela consolidação dos estados-nacionais após o período da Restauração.
O neogótico se desenvolve paralelamente a grandes acontecimentos que marcaram a história humana – se destaca a Revolução Industrial que trouxe muitos problemas novos ao panorama urbanomas trouxe também muitas soluções, tal como máquinas e novos conhecimentos que transformaram as relações sociais, econômicas e politicas. Este período é marcado pelo florescimento do espirito cientifico que permanece até os dias atuais – são destaques deste tempo a criação do sistema métrico, da geometria descritiva e dos estudos que permitem a resistência dos materiais.
No Brasil, o Neogótico surge no século XIX após a chegada da Família Real Portuguesa. Os seus valores como corrente artística foram agregados a outras linguagens surgidas neste século.
O neogótico popularizou-se no Brasil perto do final do reinado de D. Pedro II, especialmente a partir da década de 1880.
- Neorromânico
É um estilo arquitetônico que surgiu no século XIX e existiu até as primeiras décadas do século XX. Baseia-se na reinterpretação do estilo românico, vigente entre os séculos XI e XIII durante a Idade Média europeia.
O estilo neorromânico espalhou-se por toda a Europa, de onde passou às Américas. Foi particularmente utilizado em edifícios religiosos, mas seu uso em edifícios civis também foi comum. Nos Estados Unidos foi um dos estilos preferidos para edifícios públicos como prefeituras e campi universitários. Foi usado também no restauro de edifícios medievais por toda a Europa. Um exemplo é a fachada da Catedral de Speyer, na Alemanha, reconstruída em estilo neorromânico em meados do século XIX.
O estilo Românico
Durante a Idade Média os mosteiros tornaram-se os centros culturais da Europa, onde a ciência, a arte e a literatura estavam centralizados.
Os monges beneditinos foram os primeiros a propor em suas construções as formas originais do românico. Surge assim uma arquitetura abobadada, de paredes sólidas e delicadas colunas terminadas em capitéis cúbicos. Os mosteiros eram na verdade unidades independentes e dessa forma estruturaram-se segundo necessidades particulares.
Foi nas igrejas que o estilo românico se desenvolveu em toda a sua plenitude. O termo "Românico" é uma referência às influências da cultura do Império Romano, que havia dominado durante séculos quase toda a Europa Ocidental, porém, essa unidade já há muito havia sido rompida, desde a invasão dos povos bárbaros. Apesar de línguas e tradições diferenciadas nas várias regiões européias, e da fragmentação do poder entre os senhores feudais, o elemento religioso manteve a idéia de unidade na Europa e a arte Românica reforça essa unidade. Há que se considerar que neste período havia uma forte ingerência do poder político sobre a estrutura religiosa, determinada a partir do Sacro Império Romano Germânico, sendo que ao mesmo tempo iniciou-se um movimento de reação à investidura leiga, partindo principalmente dos mosteiros, que tenderam a se fortalecer. Esse foi ainda um período de início do desenvolvimento comercial e de peregrinações, favorecendo a difusão dos novos modelos.
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