A Arquitetura Sustentável
Por: Vitória Gomes • 13/3/2019 • Trabalho acadêmico • 2.990 Palavras (12 Páginas) • 304 Visualizações
Arquitetura sustentável
Introdução
A construção civil é responsável pela geração de muitos impactos negativos no meio ambiente, já que utiliza os recursos naturais de forma irresponsável e gera resíduos sólidos. Com o objetivo de reduzir esses efeitos, o conceito de construção sustentável começou a ser delineado a partir dos anos 60. Na década seguinte, a crise do petróleo gerou a necessidade de reduzir ainda mais o consumo de energia e de investir em sistemas prediais mais eficientes. Encontrada uma solução para esses problemas, começaram a desenvolver casas sustentáveis.
Também conhecidas como casas ecológicas, as casas sustentáveis são aquelas projetadas e construídas de maneira a respeitar o meio ambiente, seguindo os princípios da sustentabilidade ambiental e garantindo o bem-estar dos moradores.
Algumas características das casas sustentáveis são:
- Projeto de construção que não cause danos ao meio ambiente. Desta forma, a construção das casas sustentáveis não devem gerar poluição do ar e da água, desmatamento e contaminação do solo
- Instalação de sistema de aquecimento solar.
- Uso de sistema de captação de águas de chuva para o uso interno.
- Projeto que privilegia ao máximo a iluminação natural (do sol) para possibilitar a economia de luz elétrica em lâmpadas.
- Uso de jardins com plantio, quando possível, de árvores.
Importância e benefícios
As casas sustentáveis são de extrema importância para a preservação do meio ambiente e uso racional e consciente dos recursos naturais. Além de apresentar benefícios para o meio ambiente, também trazem vantagens para os moradores como, por exemplo, redução de custos com energia elétrica e água, além de um ambiente residencial agradável.
Custo
O custo de uma casa sustentável é praticamente igual ao de uma casa construída pelos métodos tradicionais. Alguns sistemas podem trazer um custo inicial mais alto, porém, a médio prazo, tendem a gerar economia. Este é o caso, por exemplo, do sistema de aquecimento solar.
PROJETO EXEMPLO DE BIO ARQUITETURA
O projeto responsável foi aplicado em uma residência localizada em Atibaia/SP, desenvolvido pelo arquiteto Michel Habib, que batizou com este nome por terem sidos usados sistemas construtivos ecologicamente corretos, ricos culturalmente e com atitudes socialmente justas. Michel é um arquiteto e urbanista especializado em Bio-construção e elaborou o projeto responsável para a sua própria residência.
O projeto também é sustentável e segue o tripé de valorização dos aspectos econômicos, sociais e ambientais. Varias técnicas construtivas de bio-arquitetura foram aplicadas na casa, como taipa de pilão, pau a pique com ripados de bambu, adobe e reboco de terra e cal.
Os recursos foram utilizados de madeira responsável, todas as madeiras são de origem de demolição ou de reflorestamento, o bambu, que é planta de rápida crescimento e abundante na região na região também foi muito usado na construção e decoração. Além da terra, quase todos os materiais aplicados foram adquiridos próximos ao local, muitos deles foram reutilizados; por exemplo as telhas foram interceptadas de uma demolição, garrafas de vidro foram utilizadas para fazer vãos de luz, entre outros. A construção de terra, o telhado verde e os sistemas de iluminação e ventilação natural garantem o controle da temperatura e umidade dos ambientes internos, o que influi diretamente na saúde dos ocupantes e na economia de energia.
Gestão de agua também foi bem estudada no projeto responsável, um sistema de coleta e uso da agua da chuva tratada para afins não potáveis instalado. Além disso no jardim é possível observar detalhes que compõem a bacia e evapotranspiração para tratamento das aguas negras e o sistema de tratamento das aguas cinzas, assim como uma grande horta e plantação de bambu.
De acordo com o arquiteto, a casa responsável teve aproximadamente o mesmo custo final de uma casa construída de maneira convencional. Mas o custo de manutenção é muito menor decido a alta eficiência energética alcançada. As obras começaram em 2012 e terminaram em 2014, o resultado foi uma residência de 250m², contendo duas suítes, um banheiro, dois dormitórios, um lavabo, sala de jantar e de estar, área de serviço, despensa, cozinha integrada, varanda gourmet, mezanino, um salão e garagem para dois carros.
Seguindo a proposta didática do projeto responsável, o arquiteto recebe eventualmente em sua casa profissionais e estudantes do brasil e do exterior para apresentar a edificação e conversar sobre bioarquitetura, Michel também da cursos de construção ecológica Brasil afora para disseminar a cultura da autoconstrução.
CASA FOLHA
A casa folha é a primeira casa sustentável localizada em Angra dos Reis, no Rio de Janeiro. O projeto da casa é de vários arquitetos entre eles Mareines e Patalano Arquitetura. O projeto que tem cobertura em forma de folhas, é inspirado em arquiteturas brasileiras indígenas, fruto de climas quentes e úmidos. A cobertura é o destaque de todo o projeto, que protege do sol todos os cômodos da casa, assim como os espaços livres, que são utilizados pelos frequentadores da casa.
A casa tem um desenho orgânico, e muitos também o consideram poético. O pé direito alto existente na maioria dos ambientes, permite que o vento dominante do sudeste venha do mar em direção a casa através dela, ventilando e resfriando toda as áreas abertas e fechadas. O arquiteto explica que outra vantagem é a ausência completa das paredes divisórias do andar térreo. Que acaba garantido conforto térmico o ano inteiro, sem a necessidade do uso de ar condicionado.
Cobertura e pilares sustentáveis
Para vencer vãos de até 25 metros, a madeira laminada de eucalipto compõe o esqueleto da cobertura. Longe de ser simples, a geometria complexa e refinada do teto originou-se a partir do encaixe harmonioso de inúmeras pequenas peças de madeira laminada de eucalipto, como se fosse um quebra-cabeça. A madeira de eucalipto provêm de reflorestamento, sendo uma matéria-prima renovável. A ‘folha’ que recobre a construção tem seis divisões dispostas em círculo e ligadas pelo centro. Para executar esse design, os arquitetos projetaram uma estrutura com vigas curvas de eucalipto. “Já o suporte estrutural foi dado por grandes pilares de aço corten, responsáveis por emprestar grande flexibilidade ao partido”, revela Rafael Patalano. No centro da edificação, uma das colunas recolhe cerca de 50% da água da chuva do telhado para reaproveitar na rega do jardim.
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