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A Arquitetura e Seu Combate

Por:   •  18/2/2018  •  Resenha  •  1.047 Palavras (5 Páginas)  •  564 Visualizações

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Resumo – A Arquitetura e Seu Combate (Carlos Antônio Leite Brandão)

Carlos Antônio vem através do texto, promover o real conceito da arquitetura: “instrumento fundamental para a construção de uma vida melhor e feliz”. Conceito este que vem valorizar a profissão do arquiteto em sentido social e ético, mostrando a razão e o sentido humano que deram existência a arquitetura, uma das principais e mais antigas atividades da existência humana.

Este conceito não tem sido valorizado e compreendido pela sociedade e nem pelos próprios profissionais da arquitetura, que se fazem mostrar executores de uma arte sem importância, “supérflua”. O arquiteto comete um grande erro ao se entregar a três vícios, que devem ser combatidos a fim de dar real sentido e valor a arquitetura:

  • O vício de uma arquitetura fechada a si mesma.
  • O vício da beleza desprovida de sentido e utilidade humana.
  • O vício do artista glamuroso (que não vê o sentido ético da própria arte).

A arquitetura tem como papel construir o “habitar”, produzir e promover uma identidade responsável pela nossa sociedade. Apesar disto, o próprio arquiteto comete crimes contra a cidade, na maioria das vezes, fechando os olhos diante da grande responsabilidade que se tem nas mãos.

A partir daí, vemos a grande importância de compreender e refletir a origem e função de nossa profissão: “produzir a habitação do homem”, gerar a identidade da sociedade, construindo sua história e seu destino. Através desta compreensão e reflexão, combatemos os três vícios citados.

A termo “arquitetura” deu-se dos gregos: “Construções que tinham uma arche (templos, teatros, edifícios que representavam a história e origem das comunidades, que tinham valor ético e moral)”. Hoje, tiramos deste termo, que toda obra, da mais simples, monstruosa, particular ou pública, é considerada arquitetura, vindo de sua função de promover “uma vida melhor e mais feliz” a todos os habitantes, e não apenas a um único indivíduo. A arquitetura nos ensina valores morais e éticos, como exemplo, na arquitetura grega, onde as cariátides não tinham um objetivo estético, mas moral, transparecendo o respeito pelo seu povo e sua cultura. Tiramos daí, a ideia de evidenciar edificações que incorporam valores coletivos, mantendo-as visíveis por todo o espaço urbano.

Os arquitetos gregos procuravam a originalidade na sua arquitetura, fazendo-se entender em suas edificações algo criado por toda a sociedade e para ela destinado. Sem esse propósito, não havia para eles o porquê de se criar tais estruturas. Hoje, combatemos esses princípios, do artista que não considera a dimensão e destino público de sua obra.

Esse princípio da arquitetura grega foi fundamental para a educação do cidadão grego nos seus vínculos com seus próximos, semelhantes, sua cultura e seus valores, promovendo o caráter cívico e comunal da vida. As obras eram dos próprios cidadãos, que as projetavam e as construíam, atentos aos desejos e necessidades dos habitantes. Na atualidade, viemos combater nossos inimigos, impondo nossa liberdade e cultura, mantendo vivo o princípio grego de “arquitetura comunal”. Hoje, prédios e obras são facilmente destruídos e novamente construídos, sem o propósito de necessidade social, sem promover um marco, identidade, sem representar sua cidadania, onde arquitetos silenciados por sua “ética médica” não apontam os “crimes” cometidos por eles mesmos.

Outro árduo combate da arquitetura grega, romana, medieval e renascentista era o tempo, que podia destruir e arruinar tudo. Surgem então os “monumentos”, que tinham como principal objetivo trazer ao presente uma “mensagem do tempo”, a história de uma cultura.

Este também é um dos fatores que devem ser presentes na nossa atual arquitetura. O arquiteto ou artista deve traduzir através de suas obras essa linguagem, “falar” através delas sobre o nosso tempo, apresentar seu sentido. A arquitetura nos faz habitar “uma história”, um tempo, “um lugar em que os homens habitam”, e deve ser capaz de documentar a nossa identidade e transmitir a mensagem do nosso tempo através do tempo futuro.

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