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A Arquitetura em Arquivo Sketch

Por:   •  1/4/2020  •  Abstract  •  1.054 Palavras (5 Páginas)  •  233 Visualizações

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[pic 1]

INTRODUÇÃO

FALAR ARQUITECTURA

Em 1964, John Summerson publicou um ensaio intitulado The Classical Languaqae o/ Architecture., posteriormente traduzido para várias línguas. Aguardei durante um decénio o seu complemento natu- ral e indispensável: The Anti-Classical Language of Architecture, ou, melhor ainda, The Modern Language of Architecture, mas nem Sum- merson nem mais ninguém o escreveu. Por que motivos? Intuem-se vários, paralisantes. Todavia, é preciso preencher a lacuna: é uma tare- fa inadiável, a de maior urgência para a cultura histórico-crítica; esta- mos já extremamente atrasados.

Sem uma língua, não se fala. Aliás, como se sabe, «a língua fala-nos», na medida em que proporciona instrumentos de comunicação sem os quais a própria formulação dos pensamentos estaria impedida. Pois bem, ao longo dos séculos, uma única língua da arquitectura foi codificada: a do classicismo. Todas as outras, subtraídas ao processo redutivo neces- sário para se tomarem línguas, foram consideradas excepções à regra clássica, e não alternativas dotadas de vida autónoma. Até a arquitecm- ra moderna, surgida em polémica antítese ao neoclassicismo, se não for estruturada em língua, corre o risco de retroceder, uma vez esgotado o ciclo vanguardista, para os estafados arquétipos Beaux-Arts.

Situação incrível, absurda. Estamos dilapidando um colossal patri- mónio expressivo, porque evitamos a responsabilidade de o definir e de o tornar transmissível. Em breve, provavelmente, deixaremos de saberfa/nr arquitectura; na verdade, a maioria daqueles que hoje pro- jectam e constroem balbucia, emite sons desarticulados, desprovidos de significado, náo veicula nenhuma mensagem, desconhece os meios para dizer e portanto não diz nem tem nada para dizer. Perigo ainda mais grave: exautorado o modernismo, deixaremos de ser capazes de ler as imagens de todos os arquitectos que falaram uma língua dife- rente do classicismo, os paleolíticos, cts mestres tardo-antigos e medie-

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A I.INGUAGEM MODERNS DA ARQUITEC’ 1'USA

[pic 2]

›'ais, os maneiristas e Miguel Ângelo, Borromini, as formas Arïs and

e Art Nouveau, Wright, Loos, Le Corbusier, Gropius, Mies, Aalto, Scharoun, e os jovens, de Johansen a Hechker.[pic 3][pic 4][pic 5]

Hoje, ninguém usa as ordens clássicas. Mas o classicismo é uma forma meu/is que ultrapassa as «ordens», conseguindo congelar tam- bćm  os  discursos  pronunciados  com  palavras  e  › erbos anticlássicos.

De facto,  o sistema  Beaux-Arts  codificou  o gótico,  e depois o români-


FALAR ,\RQUITECT4W'\

[pic 6]

Discuti o assunto da linguística arqBitectónica com docentes uni- versitários e com profissionais, e principalmente com estudantes preo- cupados, confusos, irritados com ß circunstância de ninguém lhes ensi- nar uma língua com a qual possam falar. Destas trocas de impressões emergiu itma conclusão: apesar de existirem óptimas razões para não[pic 7]

enfrentar  um tema tão dificil  e traumático,    [pic 8]

co, o barroco, o egípcio, o nipćnico e, por último, até o inodemo, com um expediente simplicíssimo: hibemando-os, isto é, classicìzando-os.


impasse e começar.

O presente ensaio é ainda mais bre e


do que o, já sucinto, de Sum-

acrescentar-se ainda

Aliás, caso se revelasse impossível codificar em sentido dinămico a linguagem moderna, não rcstaria senão essa solução suicida, já in vo-


merson.        nalisa apenas sete in ariantes. Podem

mais dez, vinte oD cinquenta; porém, na condição de


não contradize- de ser verifica-

cada por alguns infelizes, críticos e/ou arquitectos.

É preciso, pois, pôr imediatamente à prova, sem veleidades de os resolved a priori, isto é, sem ser atrav és de averiguações concretas, todos os problemas teoréticos cujo estudo constitui niuitas vezes um alibi para novos adiamentos. Dezenas de linos e centenas de ensaios discutem se a arquitectura pode ser comparada com uma língua, se as linguagens não verbais têm ou näo uma dupla articulação, e se o pro- pósito de codificar a arquitectura moderna não estará destinado a re- dundar na intemipção do seu prosseguimento. A pesquisa semiológica é fundamental, mas não podemos pretender que ela desvende, fora da

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