A Evolução da Arquitetura

A Evolução da Arquitetura

RESUMO

A partir da leitura das referências bibliográficas, observa-se que na pré-história o objetivo da construção era apenas de se proteger contra predadores e fenômenos naturais. No entanto, na atualidade com a consolidação da arquitetura nota-se que as pessoas não visam apenas proteção, dessa forma buscam cada vez mais conforto e resistência nas suas construções. Diante dessa evolução no objetivo da construção vale ressaltar não só de que forma, quando, por quem e porque isso ocorreu para entendermos o que ela representa hoje. Mas, também um entendimento da história da arquitetura e do urbanismo que reconheça a multiplicidade de tempos, a existência de uma temporalidade não uniforme e linear, que perceba as transformações, permanências e rupturas históricas. Além disso, é interessante ressaltar que durante alguns acontecimentos da história da arquitetura, ocorrem fatos paralelos relevantes sobre a história da arte, assim é comum que haja semelhanças, principalmente no perfil da tendência estética. Dessa forma, nota-se que a evolução da arquitetura está diretamente relacionada à evolução humana.

Palavras-chave: Arquitetura. Evolução. História. Arte.

INTRODUÇÃO

De forma inconsciente a Arquitetura inicia-se a partir do período pré-histórico, onde o Homem sentiu a necessidade de se proteger dos predadores e dos fenômenos da natureza. Além disso, nota-se que a Arquitetura está diretamente relacionada à História da Arte, uma vez que ambas foram sendo desenvolvidas paralelamente, embora existam momentos em que uma se sobreponha a outra e vice-versa.

Durante o período pré-histórico surgiram os primeiros monumentos, no entanto somente no final do período Neolítico e no início da Idade do Bronze surgiram de fato as primeiras construções, principalmente entre os povos do Mediterrâneo e os da Costa Atlântica. Esses monumentos colossais tinham a função de templo ou de câmaras mortuárias, não se tratando de moradia. Contudo, foi na Antiguidade que surgiram as grandes obras da humanidade com objetivos militares e religiosos. Devido à necessidade de se proteger de invasões de outros povos, a arquitetura militar foi desenvolvida e a crença em que a sabedoria era um presente dos deuses levaram os povos a construírem templos religiosos como uma forma de agradecimento à dádiva concedida.

Na Idade Média, a produção arquitetônica continua relacionada a motivos religiosos, porém com a ascensão da Igreja Católica e do seu domínio sobre os povos, iniciou-se um processo de monopolização do conhecimento utilizado nas construções e foi a partir desse momento que essa instituição religiosa foi ganhando mais poder. Nessa época houve também o recrudescimento das cidades que foi um fator que contribuiu para a produção arquitetônica medieval. É importante ressaltar que ainda não existia a figura do arquiteto, pois as construções medievais eram acompanhadas por toda a população e vários mestres de obra.

Com o surgimento do espírito renascentista que recusava as concepções teocêntricas medievais e, portanto, colocava o Homem no centro de todos os interesses e o seu bem-estar passa a constituir a principal preocupação. Paralelamente ao Renascimento ocorreu a Reforma Protestante que contestava a concentração de poder da Igreja Católica, o que contribuiu para o seu decaimento. Dessa forma, esse novo pensamento deu fim a Era Medieval e marcou o início da Idade Moderna. Com essa nova posição do Homem perante o universo, o pensamento racional atrelado à realização de pesquisas científicas contribuiu bastante para o desenvolvimento das técnicas arquitetônicas.

Vivemos hoje na Idade Contemporânea onde a Revolução Industrial através dos avanços tecnológicos contribuiu para o aprimoramento da Arquitetura. Devido ao crescimento desenfreado das cidades, surge a preocupação com o deslocamento e acessibilidade, dando início então a prática do Urbanismo. O adensamento populacional, a mudança nas relações de produção econômica, as novas técnicas e a utilização de novas matérias geram um novo paradigma arquitetônico. Como o século XX foi o período em que o homem mais poluiu, levando muitas reservas naturais ao esgotamento, surgiu então uma preocupação com o desenvolvimento de obras que amenizem o impacto ambiental.

2. A EVOLUÇÃ DA ARQUITETURA

2.1 Pré-História

A história da Arquitetura está diretamente relacionada à evolução humana. No período da Arquitetura Neolítica, os primeiros homo sapiens refugiavam-se nos lugares que a natureza lhes oferecia, podendo ser em aberturas nas rochas, cavernas, grutas ao pé de montanhas ou até no alto delas. Os grupos pré-históricos eram nômades e se deslocavam de acordo com a necessidade de obter alimentos. Durante o período neolítico essa situação sofreu mudanças, desenvolveram-se as primeiras formas de agricultura e consequentemente o grupo humano passou a se fixar por mais tempo em uma mesma região, mas ainda utilizavam-se de abrigos naturais ou fabricados com fibras vegetais ao mesmo tempo em que passaram a construir monumentos de pedras colossais, que serviam de câmaras mortuárias ou de templos. Raras as construções que serviam de habitação. Essas pedras pesavam mais de 3 toneladas, fato que requeria o trabalho de muitos homens e o conhecimento da alavanca. Esses monumentos de pedras foram denominados “megalíticos” e podem ser classificados de dólmens, galerias cobertas que possibilitavam o acesso a uma tumba: Menires, que são grandes pedras cravadas no chão de forma vertical; e os cromlech, que são menires dólmens organizados em círculo, sendo o mais famoso Stonehenge, na Inglaterra. Também encontramos importantes monumentos megalíticos na Ilha de Malta e Carnac na França, todos eles com funções ritualísticas.

Durante o período Neolítico, inconscientemente, boa parte do desenvolvimento da Arquitetura esteve ligada a ideia de abrigo coletivo. Essa constatação levou diversos teóricos como: Vitrúvio, Alberti, Joseph Rykwert em diversos períodos da história a resgatarem o Mito da Cabana Primitiva. Este mito, variando de acordo com a fonte, prega que o ser humano recebeu dos deuses a sabedoria para a construção do seu abrigo, configurado como uma construção de madeira composta por quatro paredes e um telhado de duas águas.

2.2 Antiguidade

O período Antigo foi marcado pelo desenvolvimento e pela consolidação de diversas