A Narrativa Visual dos Diagramas em Arquitetura

RESUMO

A utilização dos diagramas como forma de pensar, entender e expressar a arquitetura é o assunto em debate no estudo aqui proposto. O objetivo é traçar um panorama analítico em escala temporal, que relacione as interfaces do desenvolvimento funcional desse potente recurso gráfico, às transformações nos métodos de expressão utilizados atualmente, bem como suas diferentes etapas de concepção, variações de linguagem, formas de apresentação e o alcance interpretativo absorvido por um público cada vez maior e mais variado. A proposta é construir uma análise evolutiva que coloca de um lado os traçados da arquitetura moderna do célebre arquiteto e teórico da arquitetura Le Corbusier, e do outro, os métodos contemporâneos do grupo BIG de Bjark Ingels, um dos mais representativos da atualidade.

Palavras-chave: diagramas; Le Corbusier; BIG; variação funcional; processo criativo.INTRODUÇÃO E JUSTIFICATIVA

O dicionário Aurélio (FERREIRA, 2004, p.671), define o termo diagrama como uma “Representação gráfica de determinado fenômeno”. A expressão também pode ser associada a uma diversidade de locuções com significados específicos e complementares. Em arquitetura o método de representação diagramática ganhou destaque no período moderno, revolucionado por Le Corbusier, um dos mais importantes arquitetos do século XX. Já no século XXI, com o avanço do desenvolvimento tecnológico que revolucionou as ferramentas do design da informação, os diagramas passaram a ganhar ainda mais visibilidade e são atualmente reconhecidos como ferramentas fundamentais, presentes em diferentes etapas do projeto arquitetônico. Dentre os exemplos mais representativos no contexto atual, estão os diagramas produzidos pelo escritório dinamarquês BIG - Bjark Ingels Group, por meio dos quais expõem toda a complexidade de seus projetos em ilustrações simples e comunicativas. A investigação proposta no presente estudo será delimitada pelos dois eixos citados, que concilia os traçados de Le Corbusier e a expressão gráfica do seu processo criativo, e a interação explorada nas ilustrações de BIG, em linguagem midiática, de caráter artístico e expositivo.

A análise de caráter evolutivo, que relaciona a lógica de utilização de um mesmo recurso gráfico por dois grandes nomes da arquitetura em períodos distintos, não só reforça o potencial criativo do diagrama como também uma forte influência que persiste ao longo do tempo, adaptando-se aos mais variados critérios funcionais. Os diagramas na arquitetura hoje, não só sustentam a relação ideológica do autor como também o seu diálogo com a sociedade, que é parte fundamental da construção dos espaços. Daí a presença cada vez mais expressiva da escala humana em qualquer esquema gráfico de uma boa arquitetura.

Cabe ressaltar que muitos são os estudos acerca da utilização dos diagramas como forma de materialização do pensamento humano. A presente pesquisa se sustenta pela vasta relação conceitual acerca do tema, e inova pela análise comparativa de diferentes períodos, tomando por referência dois representativos nomes da arquitetura moderna e contemporânea. Todo o histórico de transformações e a influência de um método cada vez mais presente, evidenciam a relevância da pesquisa e justificam o seu desenvolvimento por levantar