A fase americana de Mies Van Der Rohe
Por: Adalberto Junior • 19/5/2019 • Artigo • 1.179 Palavras (5 Páginas) • 257 Visualizações
A fase americana de Mies Van Der Rohe.
Em 1937 , Mies .desembarca nos EUA a convite do arquiteto Philip Johnson para um projeto publicitário que nunca se concretizou. A casa Resor (Resor House) foi seu primeiro projeto em solo americano. Em sua permanência, recebe e aceita a oportunidade de dirigir o projeto de renovação da Escola de Arquitetura do Armour Institute of Technology de Chicago (posteriormente nomeado Illinois Intitute of Tecnologie - IIT). Curiosamente na mesma época, junto com Gropius, ele recusa candidatura a posto semelhante na universidade de Harvard.
O campus agrega vinte edifícios projetados em uma área de mais de 50 hectares, constituindo-se na maior concentração de obras concebidas por Mies, a qual pode acompanhar durante os vinte anos de atividade ocupando a cadeira de diretor da escola de Arquitetura do IIT, posto que renunciou em 1958 aos 72 anos.
De certa forma, essa experiência serve de experimentação para seus estudos incansáveis, e se reflete em seus projetos concebidos em paralelo ao longo dos anos, mostrados numa pequena cronologia a seguir:
. Em 1945 a doutora Edith Farnsworth o escolhe para projetar sua casa de campo. Uma casa feita de aço e vidro. Linhas retas, horizontalidade, ausência de ornamentos, grandes áreas envidraçadas, cobertura horizontal, estrutura em aço, simplicidade, elegância e funcionalidade. É um dos projetos mais icônicos de Mies e se tornou uma das mais conhecidas e veneradas habitações modernas.
. Em 1951, edifício 860 Lake Shore Drive, as margens do lago Michigan. Neste projeto, Mies implanta dois edifícios que arranjam apartamentos de áreas variáveis que resultam em retângulos perfeitos, em um terreno triangular. Nesse projeto ele utiliza a flexibilidade, uma das principais característica de suas obras, através da aplicação da planta livre, associada a modulação e clareza dos elementos estruturais.
. Em 1958, edifício Seagram, Nova York. Com 38 andares e 157 metros de altura, a torre de linhas simples formadas pelos perfis I de aço pintados de bronze e os módulos retangulares de vidro tingidos de marrom se justapõe às superfícies naturais do granito verde que materializa o vazio frontal, juntamente com a água.
. Em 1959, edifício Lafayette Park, em Detroit. Importante referência na escala urbanística, o projeto organiza vários tipos de edifícios residenciais (casas germinadas, sobrados, edifícios de baixa e grande estatura), serviços(escola, comércio, garagem) e um parque, de um modo para muitos surpreendente em se tratando de um projeto urbano moderno, mesclando artifício e natureza, aproximando os edifícios e criando uma escala doméstica apropriada, definindo claramente uma hierarquia de espaços públicos, semipúblicos e privados.
Estudo de Caso
Seagram Building
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Phyllis Lambert, filha do presidente da Seagram bebidas, contatou inicialmente vários arquitetos famosos para a elaboração do projeto (Gropius, Breuer, Yamasaki, Wright, Le Corbuier, e outros), mas o projeto foi entregue a Mies por influência de Phillip Johnson, seu parceiro nesse projeto. O programa previa três torres: a principal, mais alta com 38 andares de escritórios de áreas menores ; a segunda torre de dez andares também com escritórios mas de áreas maiores; a terceira de quatro pavimentos destinada a dois restaurantes nobres: The Four Season e The brasserie e ainda dois subsolos destinados a garagem para 130 veículos. Ele está implantado 60 centímetros acima da cota do passeio, característica de obras anteriores do arquiteto. Localizado na Park Avenue entre as ruas 53 e 54. O arquiteto recuou o edifício 37 metros em relação a avenida e também a outros edifícios existentes criando com isso uma praça pública frontal, com dois espelhos d água colocados lateralmente. A ocupação do terreno ficou com 52% de sua área total. No Seagram, o sistema estrutural é a base de todo partido do edifício. Estruturalmente o edifício é uma grande gaiola retangular em aço. Os pilares de perfil “I”, de 30x 45 cm, recebem uma cobertura de concreto magro, tendo na sua foma final quadrada de 60x60cm. As vigas de perfil I 40x20 cm, recebem a cobertura protetora anti-incêndio em concreto, com dimensões acabadas de 60x20 cm e apoiam uma grande laje de concreto de 10 cm de espessura.
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