Arquiteturas temporárias
Por: maritm • 26/3/2016 • Dissertação • 362 Palavras (2 Páginas) • 220 Visualizações
ARQUITETURAS TEMPORÁRIAS
Buscando cada vez mais soluções que se adaptem e se relacionem com as características das grandes cidades atuais, o desenho urbano voltado à escala humana e à experiência cotidiana ganha espaço na proposta de intervenções para os problemas gerados pelas grandes cidades, que também concentram potencial para suas soluções, assim como experiências e práticas que indicam novos caminhos.
As soluções criativas a estes desafios, como as microintervenções urbanas, podem gerar mais discussões acerca de outros problemas colocados em xeque a partir de sua implantação, já que revelam demandas e urgências, e são também propositivas, demonstrando formas de ação imediatas com impacto direto no ambiente construído.
Intervenções pontuais em espaços urbanos organizadas por práticas coletivas oferecem uma nova reflexão sobre o papel do arquiteto, assim como desafiam a postura do mesmo, que passa a ter uma nova relação com a cidade, e mudam o olhar sobre os problemas urbanos. Estas intervenções utilizam recursos locais e favorecem a ação experimental, que é testada. As ações propõem diferentes usos, assim, a participação do usuário funciona como um teste potencial do espaço. A discussão sobre o direito à cidade, defendido por Henri Lefebvre, também entra neste contexto.
Essas intervenções são diferentes da arquitetura convencional, já que ocupam, utilizam, modificam, recodificam e adaptam espaços urbanos existentes às necessidades e demandas que se transformam constantemente. Em escala local, procura-se expandir as amenidades oferecidas pela cidade: maior conforto, funcionalidade, segurança, espaços de lazer e de encontro. Também ativam espaços vazios, gerando benefícios para seus iniciadores e seus usuários, além de permitir a descoberta de potenciais de espaços até então desacreditados.
O Raumlabor, de Berlim, é um coletivo que foi fundado em 1999 que ficou conhecido pelo trabalho dedicado às estruturas temporárias, à revitalização e à transformação de espaços abandonados. O coletivo desenvolveu projetos como o The Generator, “um laboratório experimental para construções instantâneas e para a prática da construção participativa no espaço público”. Um exemplo dos projetos é um em que a comunidade é convidada a participar da construção de móveis e a dispô-los onde desejavam. A ação fez com que os cidadãos olhassem para a cidade com a intenção de participar da construção do espaço urbano.
Projeto Emma, em Genebra, de Raumlabor
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