As viagens de le corbusier
Por: debygoes • 1/9/2017 • Projeto de pesquisa • 1.651 Palavras (7 Páginas) • 337 Visualizações
As viagens de 1929 e 1936 de Le Corbusier ao Rio de Janeiro[pic 1]
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Le Corbusier Lucio Costa
- Introdução
Em 1929, Le Corbusier aceita o convite do Diretor do Círculo de Artes argentino, Gonzales Garraño, para realizar em Buenos Aires um ciclo de dez conferências sobre a Arquitetura e Urbanismo, ele escreve a Cendrars e pede sua interferência para que a viagem pudesse ser estendida para o Brasil. Cendras não fica indiferente a este pedido: ...fiquei muito contente com as notícias de Genebra, tentarei conseguir Planaltina para você até o fim de junho...
O arquiteto escreve também a Paulo Prado, demonstrando a vontade de passar por São Paulo e Rio de Janeiro, e exprimindo ainda o desejo de que a viagem resulta num compromisso mais concreto pois, se estava convencido de que a letargia europeia jamais iria favorecer a realização de seus projetos, por outro, “o sonho de Planaltina não lhe saia da cabeça”. Paulo Prado, encontrando-se em Paris, facilita essa negociação e, quando parte para o Brasil já deixa o assunto mais ou menos acertado: Le Corbusier seria convidado pelo Circulo Politécnico de São Paulo, e as mesmas condições deveria ser obtidas para as palestras no Rio de Janeiro.
Em novembro de 1929, Le Corbusier chega em São Paulo e faz duas conferências: uma sobre a Arquitetura e a outra sobre o Urbanismo. Estes mesmos temas seria abortado nas suas conferências no Rio de Janeiro. Le Corbusier enfatiza os problemas urbanos.
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Plano para São Paulo
A passagem no Rio de Janeiro é mais complexa, já que neste momento encontra-se na cidade um outro arquiteto e urbanista francês, Donat Alfred Agache, contratado pela prefeitura para fazer os planos de remodelação e embelezamento do então Distrito Federal. Se a presença de antigo colega, a princípio, pareceu lhe incomoda, não foi a razão suficiente para suspender suas conferencias. Mais tarde, tentando contornar este incidente, afirmará que a visita ao Rio estava fora de seus projetos iniciais, e que sua presença era resultado da insistência dos arquitetos cariocas, que já teriam o procurado em Buenos Aires. Le Corbusier nunca se perdoou pelo atraso com que chegou ao rio e, por diversa vezes, fara críticas ao projeto de seu compatriota.
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Croqui da Vista da Baia de Guanabara,1929
- A chega ao Rio de Janeiro e a visita a uma favela
A família Prado será também responsável a introdução de Le Corbusier no meio artístico e intelectual carioca. O próprio prefeito Antônio Prado Junior, mostra a cidade a seu hospede num passeio de avião e ficaria inclusive, segundo um jornal da época, entusiasmado com a proposta do arquiteto de transformar a lagoa Rodrigo de Freitas numa cidade esportiva.
Nessa viagem, Le Corbusier descobre e encanta-se com a paisagem das cidades e com cenas e aspectos populares do Brasil que servirão de inspiração a muitas de suas pinturas. A visita a uma favela carioca, por exemplo, deixa-o bastante impressionado. Sua ingênua e poética visão da felicidade da vida popular e registrada nos seus Carnets de viagem. Pelo lado técnico, Le Corbusier encontra um eco a suas próprias preocupações nessas casas simples, construídas nos morros sobre pilotis, abertas para a natureza e voltadas para o mar. Elas sintetizam a essência de morar: Espaços embora exíguos, amplamente eficazes, janelas surpreendentemente abertas para espaços magníficos, casas bem implantadas com a estrada pelo lado da colina, características presentes no projeto da sua casa de praia em Cap Martin; o “Cabanon”, que segundo seu colaborador Wogenscky baseou-se nessas imagens.
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A Favela, 1929 A Favela, vista do alto no passeio de avião,1929.
- Retorno de Le Corbusier ao Rio e a proposta de opinar no projeto da Cidade Universitária (1936)
Sete anos após a viagem de 1929, Le Corbusier voltara ao Brasil convidado pelo governo a proferir um ciclo de conferencias sobre problemas gerais da arquitetura e do urbanismo, e a opinar sobre alguns projetos oficiais em curso. Nessa segunda viagem encontrara não apenas uma maior audiência para suas palestras, como também um punhado de arquitetos, partidários de suas ideias, com os quais acabaria colaborado profissionalmente.
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Plano da Cidade Universitária do Brasil, 1936, com colaboração de Lucio Costa, Niemayer, Vasconcelos, Carlos Leão, Moreira.
Em março de 1936, o engenheiro carioca Alberto Monteiro de Carvalho que conhecera Le Corbusier no Brasil em 1929, escreve-lhe a pedido do jovem arquiteto e professor Carlos Leão, sugerindo a possibilidade de vir ao Rio dar um curso de dois a três meses na Escola de Belas Artes e de ser solicitado, uma vez no Brasil, a dar um parecer sobre a nova Cidade Universitária que o Ministro da Educação, Gustavo Capanema pretendia construir na Quinta da Boa Vista.
No prazo de um mês, finaliza um anteprojeto para a Cidade Universitária, na Quinta da Boa Vista, auxiliado por Oscar Niemeyer. No entanto, o projeto não é aprovado pela Comissão do Plano da Cidade.
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Croqui de estudo, Cidade Universitária,
- A ideia de implantar autoestradas no Rio
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Rio de Janeiro visto do corcovado, 1936
A beleza e a grandiosidade dessa paisagem continuava a impressionar Le Corbusier. Com um grande número de croquis que dedica as sinuosidades do relevo e aos recortes do litoral do Rio. A série de desenhos publicados na Obra Completa, onde expõe a construção progressiva do diálogo entre os espaços habitados e a natureza, toma essa paisagem do Rio como ideal.
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Outra proposta de Le Corbusier para o plano piloto do Rio de Janeiro, 1936
A idéia, segundo o arquiteto Lúcio Costa, era deixar tal qual o que havia e fazer uma cidade nova, uma cidade alta que não afetasse a existente. Fazer aquele viaduto a cerca de 15m de altura, com uma estrutura robusta e sobre uma estrutura de concreto ou metálica, leve, para criar os terrenos artificiais. Depois, cada um faria dentro desse arcabouço arquitetonicamente definido o que entendesse, dando possibilidade tanto à iniciativa privada quanto à municipalidade de atacarem a obra, por segmentos de prumadas.
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