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CARACTERÍSTICAS FORMAIS DA ARQUITETURA DA TERCEIRA GERAÇÃO

Por:   •  10/5/2017  •  Trabalho acadêmico  •  2.695 Palavras (11 Páginas)  •  773 Visualizações

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FICHAMENTO 01

 MONTANER – CAPÍTULO 3 – CARACTERÍSTICAS FORMAIS DA ARQUITETURA DA TERCEIRA GERAÇÃO

A chamada “Terceira Geração”

A análise dessa parte esta focada em dois tipos de instrumentos metodológicos: O critério da geração e a análise formal.

Os critérios de geração são usados de forma exclusivista, comportam uma visão demasiadamente darwiniana e mecanicista da história da arte. Já a análise formal conduz um estudo formal e fechado da arquitetura que deve ser contrário aos critérios de análise espacial, social, tecnológica, produtiva, cultural e contextual. Os critérios de geração foram adotados e aplicados pelos críticos e arquitetos da época, porém, admite-se que houve uma “primeira geração” que surgiu por volta de 1885 e iniciou o desenvolvimento de suas obras em 1910, possuindo obras influentes já nos anos vinte, essa foi à época dos arquitetos Le Corbusier, Mies Van Der Rohe, Walter Gropius, Erik Gunnar Asplund, entre outros. Já Frank Lloyd Wright, August Perret, Tony Garnier, Bruno Taut faziam parte de uma geração anterior.

Os arquitetos nascidos entre os anos de 1894 e 1907 formaram a “segunda geração”, faziam parte dessa geração Lucio Costa, Alvar Aalto, Oscar Niemayer entre outros. A atividade e influência desses arquitetos se deu na década de 50 quando houve a eclosão da arquitetura da “terceira geração”, porém pela idade eles fazem parte da “segunda geração”.

A terceira geração seria composta por arquitetos nascidos entre os anos de 1907 e 1923, com crescimento em suas obras arquitetônicas entre os anos de 1945 e 1950. A característica fundamental desta geração é a busca de conciliação da vontade de continuidade das propostas dos mestres do Movimento Moderno e ao mesmo tempo a necessidade de renovação. Já a “quarta geração” teve seu espaço evidenciado nos anos sessenta.

ESTRUTURAS SOBRE PLATAFORMA

Os padrões do período entre guerras geraram variações com as características formais da arquitetura que iniciou seu desenvolvimento nos anos 50.

Primeiramente temos uma mudança de paradigma em que o movimento maquinista transforma-se em um movimento mais aberto, em que a natureza, a expressividade das formas orgânicas, a textura e forma dos materiais passaram a ter mais importância. Dessa forma observa-se o paradigma da perfeição formal que se dá através da preocupação do homem com suas obras em relação à natureza. O contexto urbano vai além do indicado na Carta de Atenas e assim os edifícios deixam a característica de estarem localizados de forma isolada nas cidades e passam a estar integrados ao âmbito urbano e topográfico e assim percebe-se as alterações dos traçados orgânicos.

A lógica utilizada pelos arquitetos Kahn e Utzon pode-se observar que a arquitetura já não aplica volumes autônomos e repetitivos e sim volumes singulares que se relacionam em si sobre grandes plataformas urbanas. Isso se qualifica como resultado importante no momento em que as relações volumétricas estabelecem os edifícios no espaço urbano diverso. A importância dessa fase se da através do momento em que se qualifica um espaço urbano diverso e é o resultado das relações volumétricas que estabelecem os edifícios em um espaço urbano diverso.

A BUSCA DE NOVAS FORMAS EXPRESSIVAS

A evolução arquitetônica segue novos parâmetros, além da criação de novos volumes sobre plataformas, também vão se adotando inovações no tratamento dos edifícios. Um dos primeiros tratamentos são as fachadas lisas, homogêneas e funcionais que passam a evidenciar a individualidade do edifício ao invés de se ter volumes repetitivos.  Em edifícios como a Ópera de Sidney, Filarmônica de Berlim pode-se observar essas mudanças no tratamento dos edifícios.

O tratamento das coberturas passa a ter uma característica de estruturas a base de concreto armado em que se da um tratamento livre desenvolvendo o máximo de possibilidades de cobertura, mostrando a superação da discursão sobre coberturas planas.

Podemos observar então as mudanças ocorridas entre os anos vinte e cinquenta, em que a arquitetura passa da ideia inicial do espaço para à ideia do lugar.   De tal forma que se deixa de entender a essência da arquitetura no espaço físico, matemático, plástico, psicológico racional e funcional, para considera-la como lugar, como algo mais concreto, material, real, qualitativo humano, carregado de cultura, história, símbolos e qualidades definidas pela luz e pela textura dos materiais.

Resumidamente a revisão formal de divide em duas partes, a primeira busca as novas formas expressivas, insiste no valor escultórico das formas arquitetônicas e evidencia o tratamento exterior do edifício, principalmente as coberturas. Os arquitetos projetavam edifícios baseados em diversos e diferentes volumes escultóricos sobre plataformas e desenvolveram novas formas em concreto. Já a segunda parte retrata a crise do padrão da máquina e a tendência da recuperação da arquitetura popular e anônima.

 LE CORBUSIER E A “TERCEIRA GERAÇÃO”:  A CAPELA DE RONCHAMP

O desenvolvimento das obras de Le Corbusier se incluem ao “neobrutalismo”.  Dessa forma ele fica ciente de ter superado com sua obra brutalista o limite que separa o Movimento Moderno e os novos padrões formais para atribuir-se a nova realidade.

A Capela de Ronchamp se tornou uma das obras mais claras sobre a revisão formal que foi inserida nos anos 50.  Em Ronchamp podemos observar que se atinge elevados níveis de expressividade e uma arquitetura épica que pretende rememorar os valores espirituais de seu destino como edifício religioso.

A capela é formada por formas curvas, côncavas e convexas  desenvolvidas em muros espessos e na cobertura gigante, com claras ressonâncias aaltianas em seu interior, e em sua textura contrastam o granulado branco dos muros e o concreto bruto da cobertura.

A ideia de arquitetura de lugar se da em seu interior, em que o espaço cultural se define através da luz, formas, materiais, valores simbólicos.

Le Corbusier em suas obras mostra seu esforço por novas formas, ao contrário do seu  trabalho em “Unité d’habitation, onde os arquitetos buscavam volumes repetitivos e então ele renuncia para obter a distinção do símbolo e o monumento como no caso da Capela de Ronchamp.  

A ÓPERA DE SIDNEY, DE JÖRN UTZON

O projeto de sua obra venceu o concurso internacional de Sidney e mostra claramente as marcas da “terceira geração”. O arquiteto desenvolveu um novo conceito de monumentalidade para uma arquitetura pública.

O edifício se apoia sobre uma plataforma sobre a água por onde surgem cascas que atuam conjuntamente como fachadas e coberturas. Escalinatas ocupavam toda a largura da plataforma e dessa forma marcam a transição entre o espaço urbano cotidiano e o espaço da cena e música. Sua proposta final alcança leveza e esbelteza, ao mesmo tempo em que os arcos são autoportantes.

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