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Ildefons Cerdà

Por:   •  7/5/2017  •  Projeto de pesquisa  •  1.294 Palavras (6 Páginas)  •  357 Visualizações

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  • ILDEFONS CERDÀ

[pic 1]

Ildefons Cerdà

Fonte: wikipedia

Engenheiro Urbanista e político espanhol. Depois de obter o título de engenheiro de caminhos em Madri no ano de 1841, ficou encarregado das obras públicas e durante oito anos foi destinado a vários cidades espanholas – onde acumulou uma importante experiência professional participando de construções de estradas e infraestrutura de serviços e de transporte - até que em 1849 estabeleceu-se em Barcelona.

[pic 2]

Maquete no MUHBA mostrando a Barcelona medieval.

Fonte: http://www.passaportebcn.com/a-cidade-de-barcelona/os-distritos-e-bairros-de-barcelona/ciutat-vella/

A cidade estava limitada pelas muralhas antiga, que impediam seu crescimento. Em 1854, o governo decide oficialmente derrubar as muralhas, o que abre caminho para realização de um novo plano para a cidade.

Cerdà é reconhecido por sua colaboração teórica e prática ao urbanismo. Como teórico publicou Teoria general da urbanização (1867), tratado em que analisava e solucionava os problemas apresentados nas cidades como consequência da concentração demográfica e do crescimento industrial. A obra representou no momento, uma visão de urbanismo radicalmente nova que exerceu pouca influência no futuro.

No entanto, sua grande realização foi o Plano de reforma e ensache (extenção) de Barcelona, aprovada em 1859. Um plano pensado para a remodelação e ampliação da cidade, que se baseava em um plano em quadrícula integrado por vias de grande amplitude, com cruzamentos em ângulo reto. Cada quadricula fechava maçãs de casas, na qual, além de ter altura limitada, devia ter área verde e equipamentos reservados para serviços sociais e culturais.

[pic 3]

Barcelona: Plano de extensão.

Fonte: wikipedia

Os dois traçados urbanísticos na época, a quadrícula e o radial eram sintetizados em um grande retângulo de sessenta por vinte, dentro da muralha.

A casa é o ponto de partida do raciocínio de Cerdà, para ele a moradia é um suporte fundamental da qualidade de vida. As características das habitações planejadas por ele era ter: privacidade do indivíduo na casa, com condições dignas de vida, o higienismo (sol, vento, ar, luz natural), que deveriam estar presentes nas habitações e no custo, adaptação dom empreendimento para a classe operária.

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Plano para Barcelona, 1859. Ilha tipo.

Fonte: www.planocerda.blogspot.com.br/2007/05/o-plano-cerd-nova-barcelona-proposta29.htm

Em Teoria Geral da Urbanização, discute dois conceitos, a habitação e a circulação, que até os dias de hoje são considerados fundamentais para o urbanismo e estão presentes no Plano de Barcelona no cuidado com a habitação e no projeto cuidadoso de uma rua realmente racional, com, 20m de largura e separação entre os meios de locomoção.

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Plano para Barcelona, 1859. Seção viária definida com o critério da independência entre os meios de locomoção.

Fonte: www.planocerda.blogspot.com.br/2007/05/o-plano-cerd-nova-barcelona-proposta29.htm

Cerdá adota traçado quadriculado, cria no centro uma grande diagonal que corta todo o tecido da cidade com uma avenida que tem quase seis vezes o tamanho do antigo núcleo. Não se preocupa em criar um centro administrativo, pois para ele, o território tem que ser homogêneo e todos os locais devem possuir o mesmo valor. Não concentra prédios públicos e administrativos, espalha por toda a cidade os edifícios destinados a essas funções, valorizando por igual os setores e bairros. “Congela” a cidade medieval e só prolonga a avenida ligando-a aos bairros novos projetados, descartando assim, qualquer tipo de demolição ou desapropriação do antigo núcleo, enfatizando a preservação do lugar.

[pic 6][pic 7]

Plano para Barcelona, 1859.

Fonte: www.arquitetandoblog.woedpress.com.com/2009/05/29/idelfonso-cerda-plano-de-expansao-de-barcelona/

O plano de Cerdà desenha uma grelha ortogonal, com quadras de 113m x 113m e vias de 20m de largura, elevando a taxa de superfície viária, incluindo praças, de 17% para 34%. A cada conjunto de nove quadras e vias correspondentes se inscreve dentro de um quadrado de 400m de lado. A quadrícula estende-se até os núcleos urbanos vizinhos e envolve a cidade medieval. Apesar de aparentemente a imposição de uma nova ordem, indiferente ao contexto, o ajuste das bordas é feito com extrema habilidade tendo como suporte avenidas diagonais que surgem a partir de conexões pré-existentes. O corte diagonal nas arestas da quadra transforma o simples cruzamento de vias em lugar, gera também desta forma maior amplitude visual dos edifícios de esquina. As grandes avenidas possibilitam a conexão metropolitana e a integração à viabilidade universal. A tipologia é ortogonal, homogênea e igualitária.

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Plano para Barcelona, 1859.

Fonte: www.arquitetandoblog.woedpress.com.com/2009/05/29/idelfonso-cerda-plano-de-expansao-de-barcelona/

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Melhor exemplo de habitação coletiva inserida neste contexto é a Casa Milà de Antoni Gaudí.

Fonte: http://www.archdaily.com/367681/ad-classics-casa-mila-antoni-gaudi

O plano previa quadra com ocupação perimetral em dois ou no máximo três lados. Os edifícios não ultrapassariam mais do que dois terços da superfície do quarteirão. Os espaços internos resultantes se abririam para a cidade oferecendo equipamentos públicos e generosas áreas arborizadas. O importante é enfatizar que neste momento a quadra passa de uma condição de residual para se tornar suporte de uma composição urbana que a tem como espaço da cidade. O perímetro da quadra deixa de ser o limite do espaço público.

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