NOVELA: Órfãos do Paraíso
Por: Joana Lima • 27/6/2017 • Tese • 974 Palavras (4 Páginas) • 234 Visualizações
Órfãos do Paraíso
PRIMEIRO CAPÍTULO
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1901 – SALVADOR
CENA 01: SEM TERRAS. NOITE. EXTERNO.
A única luz é de uma fogueira. O silencio toma conta da cena, Giulia sai de sua cabana e escuta um barulho de galhos se quebrando.
GIULIA (ASSUSTADA): Tem alguém aí?
Ela anda em meio às cabanas com um facão na mão e em certo momento ela tropeça em um corpo caído no chão.
GIULIA (ASSUSTADA/CHORANDO): Meu Deus, socorroooooooo!
FADE OUT
FADE IN
CENA 02: STOCK-SHOTS. CENAS DA FAZENDA RIBEIRO. MANHÃ. EXTERNO.
SONOPLASTIA:
Os cavalos correm em direção ao horizonte, corta para a entrada do casarão.
CENA 03: FAZENDA RIBEIRO. CASARÃO. SALA. MANHÃ. INTERNO.
Ernesto está sentado num sofá quando Pedro entra em cena.
ERNESTO: Fez o serviço?
PEDRO: Do jeitinho que você pediu pai.
ERNESTO: Agora eu quero ver quem irá se meter com a gente.
Dona Conceição entra na sala desesperada.
CONCEIÇÃO (NERVOSA): Ernesto tem um bando dos sem terras lá fora e eles querem entrar a qualquer custo.
Giulia e Chico entram correndo na sala.
GIULIA: Vocês agora terão que me ouvir.
ABERTURA
ERNESTO: O que esse povo imundo está fazendo na minha casa? Já não basta ter roubado as minhas terras?
GIULIA: Quem você pensa que é? Um Deus? Só porque estamos nas suas terras não quer dizer que você tem que matar o nosso povo.
ERNESTO: Quem você pensa que é pra falar assim comigo sua imunda.
CHICO: Não fale assim com ela seu nojento.
PEDRO: Calma minha gente, vamos resolver isso com um dialogo tranqüilo.
GIULIA: Com vocês não tem dialogo nenhum. Se mais alguém aparecer morto vocês vão pagar muito caro.
Pedro segura Giulia pelos braços.
PEDRO (ESTRESSADO): Quem você pensa que é para ameaçar minha família?
Os dois se entreolham.
Foco em Giulia assustada com a reação de Pedro.
CENA 04: SEM TERRAS. DIA. ACAMPAMENTO. EXTERIOR.
Florinda está fazendo fogo para acender a fogueira quando Diassis chega.
FLORINDA: E aí? Como foi o enterro.
DIASSIS: Muito triste! Nossa situação não está as das melhores.
FLORINDA: Precisamos fazer algo para mostrar que também somo seres humanos. Esse preconceito com a nossa raça tem que acabar.
DIASSIS: Mas o que podemos fazer contra eles Florinda? Eles são mais poderosos que o nosso bando.
FLORINDA: Precisamos tentar. Sem luta não há vitórias meu amigo.
DIASSIS: Tem razão.
FLORINDA: Já tenho uma ótima idéia. Mas tarde temos que reunir todo o bando para explicar que plano e este.
DIASSIS: Pode deixar que eu fico com essa parte de comunicação, já irei começar.
FLORINDA: Isso mesmo, marque para depois do almoço.
Diassis sorrir para Florinda e saí sorridente.
CENA 04: FAZENDA RIBEIRO. CASARÃO. SALA. MANHÃ. INTERNO.
Continuação da cena 03. Pedro solta o braço de Giulia que logo após cospe em seu rosto.
GIULIA (CHORANDO): Vocês precisam entender que nosso povo também é gente. Não é só porque não temos aonde morar que devemos ser tratado com indiferença pois somos humanos assim como todos que moram nesta casa. Sei que estamos nas suas terras mas isso não justifica vocês matarem um de nós. Uma vida foi perdida por causa da ignorância de vocês.
Giulia olha para a cara de todos e percebe que Pedro está muito pensativo.
GIULIA: Desculpe por ter cuspido na sua cara. Podem ficar despreocupados que ainda nesta semana deixaremos suas terras senhor Ernesto.
ERNESTO: Eu acho muito bom mesmo. Que bom que não terei que sujar minhas mãos matando mais um de vocês. Fico feliz por vocês terem aprendido a lição.
GIULIA: Não aprendemos lição nenhuma. Só queremos a paz que infelizmente não encontramos por aqui.
CHICO: Vamos Giulia, temos muito trabalho pela frente.
GIULIA: Com licença, um bom dia a todos.
Chico e Giulia saem, Pedro os acompanha com os olhos.
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