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OS BENEFÍCIOS DE UM EIXO DE REVITALIZAÇÃO CULTURAL

Por:   •  11/7/2017  •  Artigo  •  2.642 Palavras (11 Páginas)  •  286 Visualizações

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BENEFÍCIOS DE UM EIXO DE REVITALIZAÇÃO CULTURAL

Caroliny Vaz[1]

Marlete Turmina Outeiro[2]

Bruno Soares Martins[3]

RESUMO

Este Artigo tem como objetivo a observação, a análise e a compreensão da dinâmica e benefícios que um Eixo de Revitalização Cultural, enquanto requalificação urbana e da paisagem, pode induzir a uma melhoria na qualidade de vida e relações sociais entre os indivíduos. Este estudo contribui para a percepção relacionada à propostas de promoção cultural dentro da cidade de Pato Branco e a importância desta associação para a formação dos indivíduos, e como a arquitetura pode proporcionar esta dinâmica entre os cidadãos e os espaços culturais, que muitas vezes deixam de ser valorizados. Estudaremos a percepção da qualidade dos espaços atrelados à revitalização urbana, enfatizando os aspectos positivos que esta forma de intervenção pode gerar, criando a interação do homem com o meio e como esta dinâmica pode contribuir para uma nova visão na construção do lugar. Assim, os arquitetos e urbanistas, ao planejar intervenções no espaço urbano, deverão conhecer os aspectos locais, para que a partir das informações coletadas, possa projetar os lugares da cidade, visando à salvaguarda dos aspectos culturais já consolidados. (CHOU; ANDRADE, 2005). O trabalho é fundamentado na metodologia de revisão bibliográfica, buscando diversos autores para a formulação de uma visão crítica e analítica sobre o assunto abordado. Como resultado, temos que a integração entre cidade, população e cultura pode ser uma boa prática, onde a inclusão da população nos meios sociais pode ser de grande êxito, potencializando a satisfação dos indivíduos em interagir na formulação dos espaços e promoção da cultura local.

Palavras chave: Projeto Urbano. Cultura. Integração Social. Revitalização Urbana.


1 INTRODUÇÃO

        A ideia de Revitalização nos faz lembrar de ações e medidas que são propostas com o objetivo de revalorizar uma determinada área, requalificando socialmente seu caráter. O crescimento acelerado das cidades resulta, muitas vezes, em um crescimento sem planejamento urbano, e com isso os espaços começam a presentar problemas, desvalorização de algumas áreas e supervalorização de outras, acarretando, em certos pontos, o abandono ou marginalização por parte da população.

Essa degradação dos espaços não é incomum, as áreas da cidade passam a ser substituídas por outras, que oferecem atrativos para o consumo e investimento. Em alguns casos, as regiões centrais são deixadas de lado e a atenção é dirigida a outras áreas. Para esses casos é que a revitalização vem como solução. (BEZERRA; CHAVES, 2014).

Destarte, relacionando estes fatores à cidade de Pato Branco enquanto referencia regional, é visto que como um todo que a cidade apresenta alguns incentivos de melhorias na qualidade da paisagem e urbanidade, no entanto os espaços votados à promoção da cultura nem sempre ganham ênfase, muitas vezes sendo deixados de lado, ou não recebem espaços adequados para a devida disseminação e importância.

Com base nessa realidade, levantou-se uma idealização importante, onde a diversidade cultural e espacial pode e deve ser melhor valorizada, pois toda região, ou cidade tem seu potencial cultural digno de propagação e conhecimento, por parte dos seus cidadãos ou mesmo visitantes de passagem.

Neste sentido, esse projeto pode contribuir na elaboração de formas de melhoria da disseminação da cultura na cidade e em conjunto promover a revitalização urbana adequada, respeitando os aspectos locais já consolidados. Além disso, podendo tornar-se um estimulador para uma nova visão da integração cultural, contribuindo para o desenvolvimento de uma melhor relação sociocultural na cidade. Pode contribuir também, para uma melhor conscientização das pessoas em relação aos problemas sociais que desequilibram nossa sociedade, como o preconceito, a marginalização dos espaços e das pessoas, o desemprego e o analfabetismo, partindo do estimulo a um maior contato nas ações culturais.

A Revitalização Cultural relaciona o processo de requalificação e evolução urbana, considerando a cultura, as atividades socioeconômicas, e as relações sociais da população local, o diferencial é a proposição de elementos culturais ao longo do eixo, que objetivam promover a cultura local e maior integração popular, tanto entre os espaços e os indivíduos, quanto sobre os indivíduos entre si próprios, criando novas relações socioculturais.

Nesse estudo optou-se desenvolver o tema por meio da pesquisa bibliográfica, com a busca de um entendimento fundamentado do assunto, sendo consultados, artigos científicos, livros, e material disponibilizado na internet.


2 O CENÁRIO DA REQUALIFICAÇÃO URBANA E CULTURAL

Historicamente diversas intervenções têm ocorrido nas áreas centrais das cidades, induzindo a melhoria estética ou em busca de renovação urbana. Mas essa renovação vem alterando a dinâmica dessas áreas exigindo altos investimentos, sobrepondo sua função com interesses imobiliários, onde o foco deveria ser a qualidade de vida do cidadão. (BEZERRA; CHAVES, 2014). Chou e Andrade discorrem e seu artigo que:

O patrimônio cultural está inscrito na malha urbana de cada localidade. Assim, inúmeras intervenções tem buscado valorizar, quando não resgatar e restaurar, estes espaços e edificações que o compõe como produtos culturais do lugar. [...] as intervenções têm transformado as paisagens urbanas de acordo com as demandas e características locais. (CHOU; ANDRADE, 2005, p. 1).

Os espaços culturais são tomados como um exemplo de participação popular, onde acontecem a promoção de diversos tipos artes e meios de manifestações culturais individuais ou coletivas, que proporcionam a descontração, valorização, reconhecimento, prazer e, ao mesmo tempo, conscientizam a população de que frente a espaços públicos a classe socioeconômica não deve ser segregadora, e que sim o lazer é um direito de todos. (SILVA; LOPES; XAVIER apud PINTO; PAULO; SILVA, 2012).

Nas sociedades tradicionais, os indivíduos não podiam escolher como passariam o tempo livre ou as atividades que gostariam de praticar enquanto momento de descanso, dando margem a uma vida alienada e desinteressada em relação aos espaços da cidade. Sendo que não se deve pensar que apenas a educação popular seja o problema, pois as cidades não têm oferecido espaços de lazer suficientes para que todos possam usufruir das manifestações culturais existentes. (PELLEGRIN, 2004).

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