Resenha do Livro O QUE É PATRIMÔNIO HISTÓRICO - CARLOS LEMOS
Por: Marcos Alexandre • 10/8/2019 • Resenha • 804 Palavras (4 Páginas) • 441 Visualizações
RESENHA DO LIVRO: O QUE É PATRIMÔNIO HISTÓRICO - CARLOS LEMOS
O autor começa com uma crítica a sociedade: será que realmente damos a devida importância aos patrimônios históricos e culturais? A mídia divulga fatos e informações sobre patrimônios, mas que são esquecidos ou despercebidos pelas pessoas. Pode-se classificar o Patrimônio Cultural em três grandes grupos: O primeiro engloba os recursos naturais, já o segundo fiz sobre o ato de manusear e produzir a partir destes recursos, desenvolvendo novas técnicas. Já o terceiro, versa sobre a junção dos dois citados anteriormente, formando bens móveis ou imóveis, os ditos artefatos, objetos e construções produzidos a partir dos recursos naturais.
Ao aprofundar-se mais na terceira categoria, o autor nos faz entender que os artefatos devem ser analisados não avulsos, mas também através do contexto em que foi produzido, quem o pertenceu e porquê o pertenceu. Passando a ideia de que a história não é um fato isolado, e sim um fato contínuo e que exerce influência nas próximas gerações a que tiver contato. Sendo assim, um artefato, em contato com uma cultura futura, pode deixar de exercer o papel para o qual foi concebido e ser adaptado para a nova necessidade e as novas tecnologias que virão com as próximas gerações da sociedade.
Sendo assim, o autor cita três temas básicos, mas de suma importância para que as gerações futuras possam reconhecer e ter acesso a tais artefatos: por que preservar, o que preservar e como preservar. Ao aprofundar o primeiro tema, Carlos Lemos levanta a ideia de que deve-se observar as características mais peculiar e intrínseco de cada sociedade. Ele afirma que que a industrialização e o “empréstimo de modismos” possa prejudicar a busca pela real identidade cultural. A preservação de determinados elementos tangíveis ou intangíveis, conserva a memória mais significativa daquela sociedade em determinada época, por determinada razão histórica, ou até mesmo emotiva.
O segundo tema apresentado, diz respeito ao que se deve preservar. Ao longo dos tempos, a ideia de se conservar se desenvolveu de maneira individualista e meramente lucrativa: preserva-se o que se pode obter lucro ou vantagens. Apesar de diversas tentativas anteriores, somente em 1936, Mario de Andrade criou uma política de preservação de realmente eficiente e que englobava os mais diversos tipos de artefatos, que Mario se referia como “obras de arte”.
Em 1937, é criado o SPHAN, Serviço do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, porém é apenas em 1970 que se desenvolvem noções de bens culturais vistos em conjuntos, sendo classificados como “Patrimônio Ambiental Urbano”. É classificado desse modo quando o edifício tem importância no meio urbano ou para a sociedade. Como exemplo, o autor citou a cidade de Ouro Preto – MG, onde o expressivo valor de preservação está em como a topografia acidentada foi ocupada, além dos matérias e técnicas construtivas empregadas, o que, analisado de maneira isolada, seria de impossível compreensão.
No capítulo reservado a como preservar, Carlos Lemos diz que é necessário manter um programa de atividades, passíveis de adaptação, para que o edifício não perca seu valor histórico e cultural. Há a necessidade de se definir como realmente preservar, que está diretamente relacionado aos bens que eram escolhidos de acordo com os interesses pessoais. Sendo esse o objeto de busca, começam a surgir medidas mais concretas desenvolvidas por profissionais ligados ao Movimento de Conservação. Uma outra ferramenta que começou a ser utilizada, foi o tombamento de bens: passa-se a impor restrições quanto a ocupações de um determinado bem, como forma de garantir a preservação de um objeto relacionado a memória coletiva de determinada sociedade.
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