TÉCNICAS DE RESTAURAÇÃO
Por: Gabriela Silveira • 14/4/2015 • Monografia • 1.673 Palavras (7 Páginas) • 454 Visualizações
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UNIVERSIDADE SALVADOR-UNIFACS
ARQUITETURA E URBANISMO
GABRIELA SILVEIRA PEIXOTO
RESUMO DE TÉCNICAS RETROSPECTIVAS: MATERIAIS E TRATAMENTOS
Salvador
2014
- PRINCÍPIOS ÉTICOS DA RESTAURAÇÃO
A conservação/restauração visa uma valorização da forma física original e revela a época de execução preservando os símbolos históricos do patrimônio. Sendo assim, assegura e amplia a vida útil do patrimônio. Em caso de substituição do material, o mesmo, só haverá necessidade de ser realizado com o objetivo de restabelecimento do da unidade, ou para viabilizar o uso do imóvel, tendo o cuidado de não cometer qualquer tipo de imitação ou falsificação do original.
Segundo Walmor Prudêncio um material utilizado no serviço de restauração deve ser anteriormente analisado quanto ao seu desempenho ao longo prazo. Quando utilizados em edifícios, deve-se examinar o risco de contaminação para não virem a se transformar em agentes aceleradores de deterioração. No processo de manutenção deve-se ter uma especial atenção na limpeza das superfícies para que não seja retirada a pátina do envelhecimento. Como nos processos de manutenção são utilizados produtos para conservação, é necessário que se faça testes previamente a fim de avaliar a ação abrasiva provocada por soluções de limpeza. Constata-se com freqüência, que produtos classificados como adequados para determinado material, não dão resultados eficazes em outro micro-clima ou em substrato muito fragilizado.
É, também, contra indicado o uso de materiais de alto desenvolvimento tecnológico, em contato com materiais fragilizados sem a avaliação das ações físico-químicas que possam ocorrer. Através de ensaios tecnológicos experimentais, serão identificadas as propriedades básicas que irão orientar a seleção dos novos materiais e produtos a serem utilizados, compatíveis com os materiais remanescentes da obra histórica. Com todos esses cuidados com a manutenção dos materiais, é importante frisar sobre a conscientização dos trabalhadores envolvidos para os cuidados e delicadeza no manuseio e nos serviços de restauração.
Segundo o museólogo Guichen Gael, do ICCROM da Itália, as bases para um desenvolvimento para a restauração de uma edificação, sofrem algumas mudanças em um âmbito internacional. Num plano de ações, dentre outros procedimentos, antes do início de qualquer intervenção num patrimônio não se pode esquecer do Cadastramento das partes do edifício que sofrerão intervenção.
- CADRASTAMENTO
Consiste na identificação, quantificação, forma, dimensões, localização e estado de conservação das partes existentes nos espaços internos e externos da edificação. Para a elaboração de um cadastramento é necessário se obter informações importantes do estado de conservação em que se encontra o patrimônio a ser restaurado. Deverá ser incluída na análise a quantificação das patologias e dos agentes agressivos atuantes, com destaque para o intemperismo.
- SISTEMA ESTRUTURAL
Para se analisar uma consolidação estrutural é necessário colocar pequenos selos de gesso, vidro ou papel fino, aplicados de modo transversal as fissuras para saber se as lesões estão estacionadas. Com o intuito de verificar a rapidez do deslocamento das lesões é importante a identificação dos testemunhos com datas. No que se diz respeito a recalque e rotação da parede, é necessários ser feita uma análise por profissionais especialistas da área (engenheiros calculistas) para identificar o principal agente e determinar os serviços a serem executados.
Selamento de fissuras: Para um bom selamento de fissuras, é necessário limpar as fissuras com cuidado e preencher o vazio com argamassa de cal e areia pouco espessa. Quando em fissuras grandes, deve-se fazer o embrechamento com pedaços de pedra ou tijolo.
- ALVENARIA
As técnicas empregadas para a conservação e restauração das alvenarias de prédios históricos estão diretamente ligadas às patologias encontradas.
Para umidade ascendente: Introdução de impermeabilizantes em pequenos furos em 2 séries. O processo dever ser feito por partes, para que seja evitado a queda das alvenarias.
Escoamento de água: construção de valas na parte externa, ou interna da alvenaria, com caimento para escoamento da umidade ascendente. Pode-se colocar pequenos tubos perfurados para auxílio no escoamento da água.
Barreira Química: consiste na execução de uma série de furos ao longo da parede, afastados de 10 a 20 cm, e com profundidade de cerca de 2/3 da espessura das paredes, nos quais se aplicam os produtos impermeabilizantes.
- TÉCNICAS DE CONSERVAÇÃO PARA AS PRINCIPAIS PATOLOGIAS NAS ARGAMASSAS DE REVESTIMENTO
Após a eliminação da infiltração de umidade, tem-se:
- Eflorescência: Secagem do revestimento, escovamento da superfície e reparo de revestimento quando pulverulento.
- Bolor: lavagem com solução de hipoclorito, reparo do revestimento quando pulverulento.
- Vesículas: Renovação da pintura, utilizando tinta não impermeável
- MÉTODOS DE COMBATE AOS SAIS
- Método Tradicional: remover o reboco comprometido até a alvenaria (50 a 60 cm além da mancha de umidade), raspar as juntas com ponteiras e talhadeiras a uma profundidade de 2 a 3 cm, escovar a alvenaria com escova dura, molhar, esperar secar e tornar a escovar.
- Tratamento químico: Baseia-se na transformação de sais solúveis em insolúveis.
- Aplicação de hidrofugantes: inibe a migração de sais durante a cura das argamassas.
- Uso de compressas: utilizando-se mantas de celulose pura úmidas.
- Sistema Eletro-físico: são instalados dois eletrodos no interior da alvenaria e ligados à rede elétrica do edifício, formando um campo elétrico entre eles. Os íons de cargas negativas são movimentados para o eletrodo positivo que é formado por um núcleo plástico eletricamente condutível envolto em uma membrana semipermeável. Os sais migram para o interior deste eletrodo (coletor de sal) sendo ali retirados e neutralizados. O eletrodo negativo instalado na base da alvenaria bloqueia o caminho da umidade ascendente. Quando os eletrodos estão saturados devem ser substituídos por eletrodos novos. Após o tratamento adequado da alvenaria, deverá ser colocada nova argamassa compatível com a original.
PARA ALVENARIAS DE ADOBE E TAIPA
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