Uso do bambu na construção Civil
Por: Leandro Luiz Zagonel • 11/8/2019 • Trabalho acadêmico • 2.749 Palavras (11 Páginas) • 267 Visualizações
LEANDRO LUIZ ZAGONEL
USO DO BAMBU NA CONSTRUÇÃO CIVIL
UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ
CURSO DE ENGENHARIA AGRONÔMICA
DISCIPLINA: INTRODUÇÃO A AGRONOMIA
PROFESSOR: WILSON LOUREIRO
CURITIBA-PR
PRIMEIRO SEMESTRE
JUNHO-2016
1. INTRODUÇÃO
Depois da alimentação a moradia é a necessidade mais importante para o ser humano e como a construção de uma residência envolve grandes valores em materiais e mão de obra, é de interesse de todos, obter técnicas eficientes e econômicas de execução para obras residenciais.
Em um país como o Brasil com grande déficit habitacional, baixa renda financeira de grande parte da população com áreas de terra ociosas e clima estável a produção de bambu para uso na construção pode ser uma alternativa muito importante para a solução do problema habitacional.
Existem estudos e modelos de projetos onde se utiliza o bambu, porém seria necessária uma politica pública incentivando o plantio a difusão dos sistemas construtivos existente e a pesquisa de novas técnicas. A Figura 1 representa uma floresta de bambu.
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Figura 1: Floresta de bambu.
Fonte: Autoria própria.
2. BAMBU, MIL E UMA UTILIDADE
Parente do trigo e da cana-de-açúcar, o bambu é originário dos países asiáticos, considerada até como planta sagrada, cercado de lendas e mistérios.
Aparentemente desprezado, o bambu é utilizado no mundo todo graças as suas características que reúnem qualidades como leveza, durabilidade e resistência. A exploração da planta se da na alimentação, construção civil, artesanato, produção de álcool e até papel.
Conta uma lenda asiática que o homem e a mulher nasceram de um colmo de bambu. Talvez por isso, e também pela sua alta versatilidade, os orientais tenham tanto apego a esta gramínea. O bambu apresenta mais de mil e trezentas espécies em todo o mundo e, ao contrário do que muita gente pensa, sua utilização não se restringe a ornamentação, proteção de encostas e quebra-ventos, mas também na alimentação, construção de casas e na produção de papel. Em países como a Colômbia, Venezuela e Peru cursos e trabalhos com bambu são muito desenvolvidos, mas aqui no Brasil falta formação cultural e conhecimento “O país é muito rico e não dá valor ao bambu” diz o professor Antônio Luiz de Barros Salgado, do Instituto Agronômico de Campinas, que desenvolve pesquisa com bambu há 32 anos “o que você inventar, você faz com bambu” garante o pesquisador.
Acreditando que o bambu será a madeira do século XXI, Salgado tem trabalhado ultimamente na introdução e melhoramento de novas variedades, além de desenvolver uma série de estudos para o aproveitamento industrial da planta. Várias técnicas de construção têm sido pesquisadas em conjunto com os departamentos de engenharia e arquitetura da PUC e Unicamp.
No laboratório de celulose do IAC, estão sendo feitos estudos com óleo piro-lenhoso, extraído do bambu, para o tratamento de solos infectados com nematoides, por exemplo, Outra aplicação é o carvão de bambu que, pulverizado em papéis, se mostra de grande utilidade para a embalagem de frutas, proporcionando maior durabilidade. O professor Salgado cita também o alto poder energético do bambu, cuja cadeia possui um carbono à mais “O uso do Bambu em caldeiras, por exemplo, permite que se atinja temperaturas mais elevadas com menos biomassa” explica.
As espécies mais conhecidas no Brasil são o vulgaris (nas variedades verde e verde amarelo), o gigante e o chinês, trazidos pelos colonizadores portugueses e depois pelos Imigrantes Japoneses, que não vivem sem ao menos uma pequena plantação de bambu, de preferência reunindo duas ou mais espécies. (Fonte: Jornal Folha de Londrina)
3. O MISTÉRIO DA FLORAÇÃO
Reunindo qualidades antagônicas, como leveza e ao mesmo tempo resistência, rigidez e maleabilidade, o bambu apresenta crescimento rápido e uma longa durabilidade. O ritual da floração é um dos mistérios que envolvem esta planta milenar, guloseima predileta dos ursos pandas.
A ciência ainda não sabe se os bambuzais florescem porque sabem que a morte está próxima e precisam salvar a espécie, ou se morrem porque florescem. O fato é que as florações acontecem em intervalos seculares, em escala mundial, quando os bambus trocam a reprodução vegetativa pela floração, seguida de uma verdadeira chuva de sementes e da morte das plantas, demonstrando que na natureza a sucessão entre vida e morte é um processo irreversível.
Normalmente, a propagação é através de processos vegetativos, com desdobramentos de touceiras para a obtenção de “mudas”, compostas de colmos, rizomas e raízes. No caso de bambu gigante, a propagação ideal é através de ramos das pontas dos colmos que apresentarem as gemas mais desenvolvidas. Porém, alguns cuidados de manejo devem ser observados. O período de chuvas é o ideal para o plantio e a retirada de mudas.
A adubação é bem-vinda e os fertilizantes usados para o cultivo de batatas são apreciados pelos bambus. A partir do quinto ano os colmos devem ser cortados para darem lugar a brotos novos e também para arejar o bambuzal. No entanto, o miolo das touceiras não deve ficar sem colmos, o que facilitaria o ataque de fungos nas raízes. A figura 2 mostra detalhes sobre bambus.
(Fonte: Jornal Folha de Londrina)
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Figura 2: Floresta e extração de bambu.
Fonte: Autoria própria.
4. RENDA LIMITA O SONHO DA CASA PRÓPRIA
Não é de hoje que se fala em déficit Habitacional no Brasil. Segundo estatísticas, esta carência já atinge 18 milhões de moradias. Cerca de 70% das famílias brasileiras têm renda mensal média de 2 a 5 salários mínimos. Quantas pessoas ganha um valor igual ou superior para habilitarem-se as exigências do Sistema Financeiro da Habitação, submeter-se ao pagamento de taxas, saldo devedor e outros implementos, muitas vezes alterados?
A saída quase sempre é juntar pedaços de madeira, papelão, folhas de zinco e construir seu abrigo, resultando no crescimento de inúmeras as favelas espalhadas pelos grandes centros urbanos.
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