Analise Demonstrações Contábeis Magazine Luiza
Por: logisticacuesta • 11/8/2022 • Trabalho acadêmico • 1.848 Palavras (8 Páginas) • 401 Visualizações
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ATIVIDADE INDIVIDUAL
Matriz de atividade individual | |
Disciplina: Contabilidade Financeira | Módulo: Atividade Individual |
Aluno: Raoní Fumes Ramires | Turma: ONL022SR-POGFIRS19T2 |
Tarefa: Análise das demonstrações contábeis da Magazine Luiza (2019-2020) | |
Introdução | |
Nesse trabalho me debruçarei em analisar as demonstrações contábeis da Magazine Luiza, comparando seus resultados referente aos anos de 2019 e 2020. Inicio-me aqui apresentando a empresa, objeto da análise. A Magazine Luiza é uma companhia fundada em 1957, em Franca, interior de São Paulo. O seu início se deu através do comércio físico, mas atualmente a empresa possui como principal estratégia a digitalização do varejo brasileiro, sem deixar para trás suas origens de lojas físicas. Atualmente a Magalu, como também é conhecida a empresa, possui 1.481 lojas físicas, estando presente em 21 estados do Brasil. A empresa funciona como uma plataforma digital e gera receita a partir da comercialização de produtos diversos. Além do digital, a empresa conta com suas lojas físicas que a auxiliam não somente nas vendas, mas também na logística da companhia e de seus parceiros. A empresa também é dona das plataformas Netshoes, Zattini, Kabum, Aiqfome, dentre outras. Além do varejo, a empresa ainda atua com produtos financeiros. São eles o cartão de crédito Luizacred, o seguro Luizaseg e o Consórcio Luiza. A Magalu pautou sua estratégia de crescimento ao longo dos anos através de ciclos de desenvolvimento, que consistiram nas seguintes fases: ciclo de expansão para o interior do Brasil, ciclo de ganho de escala via aquisições e ciclo de transformação digital. Após finalizar o ciclo de transformação digital em 2019, a Magalu encontra-se no momento de se consolidar como a principal plataforma digital de varejo do país, através da criação de um ecossistema fértil e ágil, não somente para suas marcas, mas também para varejistas parceiros. Nos ultimos anos vale destacar a performance avassaladora da ação da companhia (BVMF: MGLU3) a qual cresceu mais de 347% dentre os anos 2019 e 2020, impulsionada pelo crescimento acelerado da sua operação em um cenário macroeconomico favorável de diminuição da taxa básica de juros e de pandemia da Covid-19 a qual vimos os canais online ganhando cada vez mais representatividade no volume de vendas das empresas do setor de consume e varejo.
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Análise horizontal | |
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Análise vertical | |
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Cálculo dos índices de liquidez | |
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Cálculo da estrutura de capital | |
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Cálculo da lucratividade | |
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Cálculo da rentabilidade | |
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Conclusão sobre a situação econômica e financeira da empresa | |
Em relação ao balanço patrimonial do período analisado, podemos observar um aumento do ativo e passivo total em +19,80%. No ativo circulante (ativos de liquidez de curto prazo), grupo das contas de aplicações da empresa, notamos através da análise horizontal um expressivo aumento de +608,84% na conta “caixa e equivalentes de caixa” que correlacionado com o aumento da conta “estoques” em +55,56%, uma diminuição nas “aplicações financeiras” de -72,56% e um aumento de +488,23% na conta “outros ativos circulantes” o qual de acordo com as “notas explicativas nº 9-partes-relacionadas, evidenciado no resultado do 4T20 e apresentado na central de resultados” do site da empresa, tais ativos nessa conta representam os recebíveis de curto prazo provenientes de subsidiárias da Magalu, evidenciando que a empresa está em crescimento acelerado, tentando fortalecer seu caixa com as vendas ao passo que também aumenta seus investimentos em estoque, pois ambas contas estão relacionados diretamente ao giro do negócio. Já no ativo não circulante (ativos de liquidez de longo prazo), destaca-se a conta “investimentos” a qual aumentou em +37,43% de um ano para o outro, que de acordo com as notas explicativas “nº14 do 4T19 e nº 12º do 4T20”, destaca-se a compra/aquisições pela Magalu de novas empresas varejistas e de tecnologia, como a Netshoes, a Estante Virtual, o Aiqfome, Hubsales, Canaltech, Stoq Tecnologia, Betta Tecnologia, GFL Logística, Comschool, Hub Prepaid Participações S.A. Podemos observar também através da análise vertical que a empresa investe, nos exercícios analisados, 65,32% em 2019 e 66,37% em 2020 na Liquidez (Curto Prazo) e 34,68% em 2019 e 33,63% em 2020 na liquidez Longo Prazo. Em relação ao passivo total, grupo das contas que representam as obrigações da empresa, podemos observar através da análise horizontal, um aumento do passivo circulante (passivos de curto prazo) em +59,82%, destacando-se a conta fornecedores a qual aumentou em +41,86% e a conta “empréstimos e financiamentos” a qual aumentou expressivos +20.239,88%, que de acordo com as “notas explicativas nº 19 do 4T20”, evidenciam que a empresa realizou a emissão de notas promissórias e debêntures com o objetivo de reforçar o capital de giro da empresa. Já em passivo não circulante (passivos de longo prazo) destaca-se uma diminuição de empréstimos e financiamentos de longo prazo em -97,89% e um aumento em “provisões fiscais e trabalhistas” em +29,99%. No patrimônio Liquido destaca-se a diminuição da “reserva de capital” em -207,2% e o aumento de “outros resultados abrangentes” em +251,99%. Podemos observar também através da análise vertical que a empresa mantinha 38,70% das obrigações em passivos de curto prazo em 2019 e 52% em 2020; e 20,65% em passivos de longo prazo em 2019 e 16% em 2020; já no patrimônio líquido, 40,65% em 2019 e 33% em 2020. Em relação a resultado do exercício, podemos observar através da análise horizontal um aumento de +41,31% nas receitas das vendas e um aumento no resultado bruto de +28,46%, ultrapassando o percentual de crescimento da receita também temos um aumento significativo nas despesas operacionais de +53,64%, o qual afetou o lucro do período em -57,51%, onde podemos também notar através da análise vertical, pois o resultado bruto representava 27,19% em 2019 e 24,72% em 2020, as despesas operacionais representava 20,25% em 2019 e 22,02% em 2020, enquanto que o lucro representava 4,99% em 2019 e 1,50% em 2020. Em relação aos índices de liquidez, a empresa apresenta liquidez imediata de 0,03 em 2019 e 0,11 em 2020, demonstrando que a empresa não consegue honrar dívidas de curto prazo apenas com o disponível em caixa, mas isso é saudável, pois dinheiro em caixa é dinheiro parado, sem rendimentos. Já em liquidez corrente a empresa apresenta os índices de 1,69 em 2019 e 1,29 em 2020 evidenciando que a empresa consegue honrar dívidas do curto prazo com ativos também de curto prazo. Em liquidez seca, portanto descontando o estoque (ativo circulante - estoque/passivo circulante) a empresa apresenta os índices de 1,20 em 2019 e 0,81 em 2020 evidenciando que a empresa aumentou seu estoque em 2020, apresentando uma maior dependência de sua venda para honrar com obrigações de curto prazo. Já na liquidez geral a empresa apresenta 1,24 em 2019 e 1,09 em 2020, ou seja, a cada um real em passivo de curto e longo prazo a empresa dispõe de mais de um real em ativos de curto e longo prazo, em ambos os anos, mostrando que a empresa é capaz de honrar suas obrigações também no longo prazo. Em relação aos índices de estrutura de capital, a empresa apresenta um endividamento geral em relação ao ativo total de 59,35% em 2019 e de 67,15% em 2020, onde mais da metade desse endividamento é de curto prazo (52%). A composição do endividamento apresenta o índice de 65,20% em 2019 e 76,89% em 2020, o qual demonstra bons prazos e um menor risco oferecido pela empresa. A imobilização do capital próprio apresenta os índices de 65,61% em 2019 e 80,70% em 2020, que demonstra que a empresa aumentou os investimentos em “imobilizados” em 2020, necessitando dessa forma de uma maior dependência de capital de terceiros para o financiamento do seu ativo circulante. Em imobilização de ativos não recorrentes, a empresa apresenta os índices de 43,51% em 2019 e 54,82% em 2020, evidenciando que a empresa aumentou sua dependência de ativos não recorrentes que financiam o ativo imobilizado. Já no índice passivo oneroso sobre o ativo (posa), a empresa apresenta o índice de 4,55% em 2019 e 7,55% em 2020, o qual demonstra também um aumento na dependência de financiamento de instituições financeiras, onerando ainda mais o resultado liquido do exercício. Em relação aos índices de lucratividade, a Magalu apresenta uma margem bruta de 27,19% em 2019 e 24,72% em 2020. Margem operacional de 6,57% em 2019 e 1,45% em 2020 e margem liquida de 4,99% em 2019 e de 1,50% em 2020. Portanto todas as margens diminuíram de um ano para o outro, por conta do aumento das despesas operacionais. O giro do ativo girou 0,99 vezes em 2019 e 1,17 vezes em 2020. Em relação aos índices de rentabilidade, a empresa apresentou um retorno aos sócios (ROE) de 12,19% em 2019 e de 5,35% em 2020; e um uma taxa de atratividade do negocio (ROI) de 4,95% em 2019 e de 1,76% em 2020. Conclusão: Após todas as análises das demonstrações do período e dos índices da Magalu, podemos chegar a algumas conclusões. A Magazine Luiza é uma gigante do varejo brasileiro que está se consolidando como uma das maiores empresas do setor, entretanto começa a competir também com outras gigantes. A presença cada vez mais significativa de competidores de peso internacional, como Amazon e Shopee, exigem que a Magalu pratique preços mais competitivos, com isso, reduzindo suas margens. Podemos notar que a empresa aumentou significativamente suas vendas no período analisado em +41,31%, suas despesas operacionais aumentaram em +53,64%, portanto +12,33% a mais que o crescimento da receita e a sua margem líquida diminuiu em -57,51%, não acompanhando tal crescimento da receita. A inflação oficial de 2020 fechou em 4,52%, enquanto que a Magalu apresentou um ROI de 1,76% em 2020, demonstrando assim ser um investimento inviável, com retornos bem abaixo da inflação para o ano de 2020. É fato também que a empresa executou várias aquisições, aumentando sua participação no mercado de varejo, entretanto, essa estratégia precisa se provar, dar resultado nos próximos anos, que sob a perpectiva macroeconômica e de mercado pós pandemia da COVID-19 é dasafiadora para o setor de varejo, pois a tendência é de ALTA da inflação e da taxa básica de juros (selic), que pressionará cada vez mais as margens da empresa, que apesar de continuar crescendo em volume de vendas, não vem conseguindo traduzir esse crescimento em aumento do lucro (margem líquida) e em resultados consistentes para os stakeholders.
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Referências bibliográficas | |
Site da Magazine luiza/ Resultados: https://ri.magazineluiza.com.br/listresultados.aspx?idCanal=0WX0bwP76pYcZvx+vXUnvg== Notas Explicativas: https://ri.magazineluiza.com.br/Download.aspx?Arquivo=EDjHO0Z4QwPGXaBjhVLPhw== https://ri.magazineluiza.com.br/Download.aspx?Arquivo=vISJ3CKULpKzPN6pjAcCDA== https://ri.magazineluiza.com.br/show.aspx?idCanal=urUqu4hANldyCLgMRgOsTw== Dados inflação 2020: https://g1.globo.com/economia/noticia/2021/01/12/poupanca-perde-para-a-inflacao-em-2020-tem-pior- rentabilidade-em-18-anos.ghtml Dados sobre a Magazine Luiza: https://www.infomoney.com.br/cotacoes/b3/acao/magazine-luiza-mglu3/ https://www.google.com/finance/quote/MGLU3:BVMF |
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