A Catharine Mackinnon
Por: brunaoliva • 30/11/2018 • Projeto de pesquisa • 2.729 Palavras (11 Páginas) • 207 Visualizações
PUC Minas. Filosofia. Magda Guadalupe
Catharine Mackinnon
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MacKinnon (1946) Professora feminista (radical feminism) de teoria jurídica na Universidade de Michigan, USA.
- Dados.
Mackinnon é professora da Faculdade de Direito da Universidade de Michigan e da Universidade de Harvard, mas sobretudo uma advogada feminista.
Obra:
Seu livro Are women Human é constituído por um conjunto de textos revistos durante mais de uma década, tendo sido publicado apenas em 2006.
Nele, a autora demonstra, sobretudo, uma preocupação de fundo ético-político.
- Teses.
MacKinnon responde aos anseios de “igualdade jurídica entre os gêneros” e (sobretudo) problematiza o lugar ocupado pelas mulheres na guerra e para além da guerra.
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- Tópicos históricos.
- MacKinnon seguiu os problemas vividos pelas mulheres na guerra do Kosovo, inclusive como advogada de algumas ONGs canadenses;
- ela insistiu no pedido de que a corte internacional pudesse considerar como genocídio os ESTUPROS generalizados de mulheres bósnias e croatas.
- Em seus próprios termos, era preciso considerar como legítima
“a recusa das mulheres à dupla negação de sua humanidade”.
- Nesse sentido, é preciso recusar tanto a “negação de que as violações específicas do sexo são comumente praticadas”, quanto a negação de que “estas são desumanas (cruéis)”.
- Tais recusas têm lentamente modificado a forma e o conteúdo do paradigma transnacional dos direitos humanos. (MacKinnon, Catharine A. Are Women Human? And Other International Dialogues. Harvard University press, 2007. p. 7-9. Tradução nossa).
- Entendimento teórico:
Segundo seu entendimento,
- “embora a desigualdade em [tempos de] paz e o genocídio [praticado] sob a desculpa da guerra e por meio da guerra não sejam equivalentes, o estupro dentro e fora das zonas de conflito teria que ser tipificado como um crime com alcance mais coletivo do que individual”.
- No momento da guerra do Kosovo, o propósito do estupro generalizado de mulheres sérvias e croatas foi precisamente o de:
“ampliar de forma enfática a violência em relação às mulheres em geral”.
6. Violações e direitos humanos:
1- Diante das violações (em geral e específicas da guerra e também da guerra do Kosovo):
- a lei dos direitos humanos precisaria de efetiva revisão;
- para que a negação da humanidade das mulheres não se estendesse a “danos essenciais que incidissem sobre direitos humanos baseados em sexo e etnia”.
- Se há direitos humanos que buscam zelar pela integridade e dignidade humana, que também as mulheres sejam ali contempladas.
Que sua dimensão humana não seja ferida para não colocar em risco toda a dignidade do que é ser humano.
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7. Danos morais x ônus material + responsabilização penal
A. Para tentar aumentar a responsabilização dos processos internacionais em relação às sobreviventes:
a. ações jurídicas foram propostas e deferidas como ações civis de reparação (civil proceedings have been favored as have civil remedies),
b. não porque os criminosos e culpados (perpetrators) não deviam ser encarcerados,
c. mas porque o seu “peso material e social”, ligado ao dever de reparação pareciam o alívio mais eficaz às vítimas,
d. E ainda teriam efeitos de dissuasão [deterrence], bem mais agudos do que a simples punição.
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8. o ato de se tornar um ser humano.
Segundo Catharine MacKinnon,
- A atividade de se tornar um ser humano pressupçõe um complexo processo social, jurídico e político.
- Isso exige que proibições sejam estipuladas e sejam deslegitimados todos os atos mediante os quais seres humanos são violados;
- e que tal deslegitimação seja reconhecida para garantir às pessoas o que elas precisam para uma existência plenamente humana;
- Contudo, para que possa haver reparação e proteção é preciso, antes de tudo:
que grupos subordinados sejam reconhecidos como grupos que possam ser vistos como grupos de seres humanos.
Dito de outra forma:
- os direitos humanos devem ser a resposta às atrocidades praticadas, as quais devem ser reconhecidas enquanto tal,
- recusando-se a leitura autoritária que as minimiza, afirmando que são:
“demasiadamente extraordinárias para que nelas se acredite ou muito comuns para serem tomadas como atrozes” (MacKinnon).
- Segundo MacKinnon:
a) “Se os eventos são socialmente considerados incomuns, o fato de terem acontecido é negado em casos específicos;
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