A Comparação entre Matrix e o Mito da Caverna

Matrix e o Mito da Caverna

Matrix é um filme que se passa em um futuro onde a inteligência artificial teve um grande avanço, avanço esse tão grande capaz até de sobressair a inteligência humana. A humanidade se tornou refém dessa inteligência, ficando presa em uma realidade virtual, chamada “Matrix”, porém nem todos estão presos nessa realidade, há um grupo de pessoas que tem o objetivo de libertar a humanidade.

O personagem principal é Neo, um jovem hacker que tem a oportunidade de conhecer a realidade graças a esse grupo.

O mito da caverna, trata-se de um mito que conta a história de prisioneiros, que vivem desde sua infância dentro de uma caverna, acorrentados frente à parede da caverna, de forma que eles não poderiam se virar, sendo obrigados apenas a ver aquela parede, essa parede recebe a iluminação de uma fogueira, que fica em frente à caverna, essa iluminação reluz as sombras das pessoas que por ali passam, essa então é a realidade deles, sombras na parede e barulho daqueles que passam por ali.

Falando do mito da caverna a comparação com o filme é bem pertinente.  Dentro  da  caverna  os  prisioneiros  pautam  a  vida  de fora mesmo estando dentro dela, pois  as imagens vistas na parede, são   uma  holografia,  ou  seja,  imagem  de  ilusão ,  só   aparente,  é  a representação  do  que  existe,  ou  pode existir.  Tanto  no  filme  co mo no  mito,  os  personagens  estão  presos  em  um  mundo considerado  por  eles  como   real,  sendo  que  a  realidade  está completamente fora  de onde eles estão.      Eles não têm qualquer consciência da possível existência de algo exterior aquilo, ou até que estão submetidos a viverem uma realidade imposta a eles, mas nos dois casos veremos alguns personagens na tentativa de se livrar dessas amarras, em busca do conhecimento.

No mito, em um certo dia um prisioneiro consegue se soltar e decide sair da caverna, nesse momento ele sente seus olhos arderem ao se deparar com a claridade exterior à caverna, nesse momento Aristóteles quer passar-nos a impressão de que o conhecimento é algo doloroso, e também veremos isso no filme. (Libertar-se da caverna significa, em uma linguagem platônica, acessar o famoso mundo das ideias, que seria um lugar onde os homens estariam livres dos enganos, mantendo-se em contato, por meio do pensamento, com as essências puras das coisas do mundo).

No filme, esse momento é retratado quando Morpheus decide dar a opção a Neo de tomar entre a pílula do conhecimento, ou uma pílula que o levava para sua cama, onde tudo não passaria de um sonho, ele então escolhe tomar a pílula do conhecimento, no momento que ele engole a pílula ele logo se vê em uma espécie de “plantação de humanos”, e ao se desprender dali, ele sente bastante dor pois os fios que o conectava a cúpula, são removidos de forma brusca, para o espectador comum é uma cena sem importância, mas quando percebemos a real temática e fazemos essa analogia com o Mito, percebemos que ambos querem passar a mesma perspectiva.

No conto, o prisioneiro que já havia escapado da caverna, começa a conhecer a verdadeira realidade, conheceria a beleza, entenderia como as estações do ano funcionavam, e então se recordaria dos companheiros que havia deixado para trás, mas então pensa que caso ele retornasse, e explicasse aos seus colegas como é realmente o mundo, ao invés de ser ouvido seria agredido, tido como louco e possivelmente seria morto.

No início do filme, quando Morpheus que já vivia fora da matrix, conta ao Neo que ele vive em um programa de computador, Neo logo não acredita nele, o tem como louco. Novamente vemos a semelhança dos casos, nesse caso, a realidade para aqueles que ainda tem a visão ofuscada sempre será tida como mentira, as pessoas preferem viver suas vidas acreditando apenas nas coisas que estão à sua frente, sem o verdadeiro desejo de investigação, aceitando apenas o que lhe é imposto, e tendo as demais coisas como ilusão.